ANÁLISE: Em meio a desfalques da Espanha, lado individual da França precisa aflorar na Eurocopa
Craques da equipe comandada por Didier Deschamps têm feito competição abaixo das expectativas
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Dizer que uma favorita ao título da Eurocopa, uma competição difícil e equilibrada, tem feito uma jornada decepcionante mesmo tendo alcançado as semifinais pode parecer certa hipocrisia. Em um futebol tão dinâmico e que exige de todos o melhor dos desempenhos, resultadistas costumam se contorcer para defender a teoria do "1 a 0 em mata-mata é goleada".
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Em ocasiões diferentes, técnicos se veem contra a parede por jogos ruins, mas uma resposta em meio aos jornalistas, como "ganhamos o jogo" ou "estamos classificados" acaba se tornando a saída perfeita para um labirinto. Foi exatamente assim que Didier Deschamps, técnico da França, reagiu a uma espécie de cobrança.
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Os franceses, antes de a bola rolar nos campos da Alemanha, eram os principais candidatos à conquista da taça europeia. Entretanto, dentro das quatro linhas, o favoritismo não se configurou na atmosfera "desempenho", apenas no "resultado".
Prejudicado pela fratura no nariz, Mbappé lida com as dores e não consegue render seu melhor futebol. Griezmann, arrastado por uma temporada intensa e cheia de problemas físicos no Atlético de Madrid, mudou sua função e não brilha como antes. Dembélé não assume o protagonismo. Sobra a Kanté desfazer os contra-ataques adversários e a uma defesa a função de parecer intransponível.
Na fase de grupos, cinco pontos, uma vitória, dois empates e apenas um gol sofrido. No mata-mata, 210 minutos sem ser vazada, mas apenas um tento anotado, contando com chute "errado" de Kolo Muani que desviou em Vertonghen e fez a Bélgica cair. Claramente uma trajetória aquém do que se espera de um campeão.
Contra a Espanha, os números não jogam a favor, já que perdeu mais vezes do que venceu na história do confronto (16 a 13 em favor da Fúria). Enfrenta um time que, recheado de jovens, marcou 11 gols nos cinco compromissos que teve.
Como gerar situações favoráveis diante de tudo isso? Este é o questionamento que ronda a cabeça de Deschamps. De um time que sempre pareceu leve para jogar, recai o peso do protagonismo. Nunca se viu muita variação no método de jogo francês com o comandante; apenas um desempenho que potencializa as individualidades. Tudo se complica quando elas evaporam.
Para vencer a Espanha, Mbappé precisa aparecer. Precisa vencer os seus duelos contra um Jesús Navas que entra para substituir Carvajal já no auge de 38 anos. A jovialidade do craque tem que prevalecer contra um jogador que, apesar do alto vigor físico, não tem mais o mesmo pique de outrora.
Para vencer a Espanha, Griezmann precisa aparecer. Precisa que todo o seu protagonismo construído no Atlético aflore no momento de dificuldade. Apenas um jogador de sua genialidade pode dominar a bola no meio e gerar dúvidas em Rodri, um dos melhores meias do mundo, sobre como marcar e neutralizar o oponente.
Para vencer a Espanha, Koundé precisa aparecer. Precisa parar o diamante Nico Williams. O zagueiro-lateral costuma perder seus embates mano a mano contra Vinícius Jr no Real Madrid, e condicionou jogadas em diversas oportunidades a Rafael Leão nas quartas de final. Se a história se repetir, será letal contra seu próprio patrimônio.
Para vencer a Espanha, as individualidades precisam dar a cara. Caso contrário, é caso perdido. As condições são grandes: um time que, das últimas duas Copas do Mundo, ganhou uma e foi vice em outra, tem qualidade de sobra para difundir.
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