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Anvisa apresenta cronologia completa das ações da agência no jogo entre Brasil e Argentina

De acordo com o órgão de saúde brasileira, houve recusa das notificações sanitárias na Neo Química Arena pela Argentina, além do descumprimento de quarentena em hotel

Brasil x Argentina
imagem cameraPartida foi paralisada aos 5 minutos do primeiro tempo (NELSON ALMEIDA / AFP)
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Lance!
São Paulo
Dia 08/09/2021
18:26

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Na tarde de quarta-feira (8), a Anvisa divulgou uma nota na qual especificou todas as medidas tomadas pela agência que resultaram na suspensão da partida entre Brasil e Argentina, pelas Eliminatórias.

Como seria o seu time se fosse formado apenas por jogadores da base?

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A confusão começou quando quatro atletas da delegação argentina, Emiliano Martínez, Cristian Romero, Giovanni Lo Celso e Emiliano Buendía, teriam omitido informações para entrar em território brasileiro.

Eles declararam não ter passado por nenhum dos quatro países com restrições impostas pelo governo brasileiro (Reino Unido, África do Sul, Irlanda do Norte e Índia) nos últimos 14 dias, mas os quatro atletas atuam na Premier League, liga da Inglaterra.

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ENVIO DE DOCUMENTOS

A cronologia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária começa na quarta-feira (1), entre 21h16 e 23h16, quando foi realizado o envio eletrônico das Declarações de Saúde do Viajante (DSV) dos quatro atletas que teriam entrado com irregularidades.

COMEÇAM OS RUMORES

Na sexta-feira (3), por volta de 8h10 da manhã, a delegação argentina aterrissou em São Paulo. Mais tarde, às 20h, a Anvisa passou a analisar informações, classificadas até aquele ponto pela agência como rumores, de que quatro jogadores da Albiceleste estariam descumprindo a Portaria 655/21.

Uma hora se passou e a Coordenação Regional da Anvisa em São Paulo foi comunicada sobre a possibilidade de eventual prestação de informações falsas pelos jogadores.

NOTIFICAÇÃO AO CIEVS

Ainda na sexta-feira, às 23h20, a Anvisa notificou o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde sobre o suposto recebimento de informações falsas, comunicando que as DSV dos quatro jogadores não informaram o 'histórico de viagem' e que foram preenchidas por uma única pessoa da AFA, pedindo investigação do caso.

Treze minutos depois, a CIEVS nacional comunica ao plantão do CIEVS São Paulo sobre o suposto descumprimento da Portaria 655/21.

REUNIÃO DETERMINA PRÓXIMOS PASSOS

No sábado (4), o relatório de investigação epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo constatou que os quatro jogadores argentinos entraram no país sem conceder informações verídicas sobre o país de origem.

O chefe de equipe da seleção argentina, assim como membros da Conmebol e CBF, foram notificados sobre a ocorrência, em reunião realizada entre a equipe da vigilância epidemiológica, Coordenadoria de Controle de Doenças do Estado de São Paulo e CBF

As orientações passadas eram de que os quatro jogadores deveriam permanecer nos seus referidos quartos, não podendo participar do treino previsto para às 18h30 daquele mesmo dia, cumprindo o período de quarentena recomendado até que outra orientação fosse repassada pela autoridade sanitária.

ARGENTINOS NÃO APRESENTAM PASSAPORTES

Por volta de 17h, a Anvisa confirmou que houve a prestação de informações falsas em formulário eletrônico. Em reunião com representantes do Ministério da Saúde, equipe técnica da Vigilância Epidemiológica e Sanitária, Coordenação de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, representantes da CONMEBOL, CBF e Delegação da Argentina, a Anvisa recebeu a confirmação definitiva de que a Secretaria de Saúde de SP determinou a quarentena dos quatro atletas na mesma data pela manhã e de que as informações prestadas nas DSV eram inverídicas.

A equipe da vigilância em saúde estadual solicitou ao representante da seleção argentina que os quatro atletas se apresentassem portando os referidos passaportes, fato que, segundo a Anvisa, não foi possível pois houve o descumprimento pela seleção argentina da recomendação da autoridade sanitária de permanência no hotel.

AUTUAÇÃO

Três horas depois, o CIEVS de São Paulo enviou ao CIEVS Nacional o relatório de investigação epidemiológica, o qual conclui que a vigilância sanitária municipal iria proceder com a autuação de integrantes da delegação argentina pelo descumprimento da recomendação de permanência no hotel.

Às 20h24, o CIEVS nacional enviou o relatório de investigação à Anvisa e ao Ministério da Saúde.

MEDIDAS NO DIA DE JOGO

A primeira ação da agência de saúde no dia da partida se deu 00h, quando a Anvisa informou ao CIEVS e ao Ministério da Saúde que as investigações mostraram o descumprimento da Portaria 655/21 e que houve omissão de informação por parte da delegação argentina. A Agência reforçou a recomendação  quarentena no hotel pelos atletas e informou que iria comunicar o ocorrido à Polícia Federal para adoção das medidas cabíveis.

50 minutos depois, o Ministério da Saúde emitiu Nota Técnica, na qual avaliou que existia um risco de que os cidadãos argentinos estivessem contaminados com o Covid-19, podendo contaminar outras pessoas.

ARGENTINA 'DÁ DE OMBROS' PARA PEDIDOS DA ANVISA

Por volta de 11h40, a Anvisa comunicou à Polícia Federal sobre flagrante descumprimento da Portaria 655/21, considerando que o seu descumprimento implicaria responsabilização civil, administrativa e penal para o agente infrator.

Duas horas depois, o órgão sanitário foi comunicado por telefone pela Polícia Federal que os jogadores estariam se deslocando do hotel para a Neo Química Arena. Diante disso, às 14h20, agentes da Anvisa saíram do aeroporto de Guarulhos até o local da partida.

RECUSA DAS NOTIFICAÇÕES SANITÁRIAS

Quando o relógio bateu 15h, agentes da Anvisa e Polícia Federal chegaram à Neo Química Arena para entregar as notificações sanitárias aos quatro jogadores,  obstrução para sua entrega. As notificações foram recusadas pela Argentina, tendo como testemunha a Polícia Federal.

Às 18h30, após retornarem ao aeroporto de Guarulhos, os policiais federais que acompanharam toda a ação assinaram as notificações como testemunhas de recusa de recebimento. Uma via foi entregue à Polícia Federal como estipulado no parágrafo 7º do Artigo 7º da Portaria 655/21 para abertura de inquérito em atenção ao estipulado na referida Portaria.

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