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Argentina envia carta à Conmebol e reclama até de Bolsonaro no estádio

Texto assinado pelo presidente da AFA tem reclamações sobre a arbitragem do jogo com o Brasil, sobre a organização da Copa América e sobre as ações de Bolsonaro

Claudio Tapia, presidente da AFA
imagem cameraClaudio Tapia, presidente da AFA, enviou carta com diversas críticas à Conmebol - FOTO: Divulgação/AFA
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 03/07/2019
19:08
Atualizado em 03/07/2019
20:06

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A Associação de Futebol Argentino (AFA) enviou na tarde desta quarta-feira uma carta de seis páginas à Conmebol com diversas reclamações sobre a Copa América. O texto, assinado por Claudio "Chiqui" Tapia, presidente da entidade, cita principalmente a não utilização do VAR em dois lances de pênalti durante o confronto com o Brasil, na semifinal de terça, no Mineirão. Há reclamações até sobre a presença do presidente Jair Bolsonaro no estádio.

"Lamentavelmente, o ocorrido na partida de ontem entre nossa seleção argentina e o Brasil merece uma profunda reflexão que põe em dúvida que se tenham observados os princípios de ética, lealdade e transparência que você (Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol) recorrentemente invoca [...]. Ficou evidente que a Argentina foi prejudicada pela arbitragem encabeçada por Roddy Zambrano durante todo o desenrolar do jogo, e em particular pela não utilização do VAR em duas jogadas concretas que poderiam, sem dúvidas, ter mudado o resultado final. O fato de a designação da arbitragem para esta partida ter sido questionada pela AFA, fundamentalmente pelos antecedentes negativos de Zambrano, amplia o manto de dúvida que gerou sua atuação ontem", diz um trecho do texto.

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O presidente da AFA escreveu ainda que Jair Bolsonaro fez diversas manifestações políticas, que deveriam ter sido coibidas pela organização.

"A imprudência da designação da arbitragem gerou um evitável ambiente prévio ao jogo, agravado pela presença do presidente Jair Bolsonaro no Mineirão, que não passou inadvertida por jogadores, dirigentes e público em geral, já que foram evidentes suas manifestações políticas durante o desenrolar do jogo, não podendo deixar de mencionar que no intervalo deu uma verdadeira volta olímpica no estádio".

A carta continua com reclamações sobre a organização da Copa América, citando transporte, gramados, preços de ingressos e outros fatores.

"Houve demoras injustificadas no transporte das equipes aos estádios, o que não ocorreu com a seleção local, que sempre chegou pontualmente. [...] Estádios com presença de público muito baixa, campos de jogo em muito mau estado e queixas de jogadores sobre organização, segurança e hotelaria põem em dúvida não só o prestígio da Conmebol, mas também o da Copa América".

O presidente da AFA pede que o brasileiro Wilson Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem da Conmebol, dê explicações sobre os lances do Mineirão ou seja afastado do cargo. O texto contesta o trabalho dele na entidade dizendo que há problemas com a arbitragem também em outros torneios, como a Copa Libertadores.

"As polêmicas sobre arbitragem e as designações irregulares têm sido uma constante em outras competições organizadas pela Conmebol, como a Libertadores (serve como exemplo o encontro entre São Paulo e Talleres, em que se viu uma passividade preocupante do árbitro em inúmeras ações violentas dos jogadores da equipe brasileira)".

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