‘Atlético, o intruso nas semifinais dos ricaços da Liga dos Campeões’
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As semifinais da Champions League 2015/16 reúnem três dos seis clubes mais poderosos do planeta. Dentre eles, do ponto de vista financeiro, o Atlético de Madrid se destaca pela diferença orçamentária, se constituindo num intruso no seleto grupo de semifinalistas. Real Madrid, Bayern de Munique e Manchester City estão no top 6 do ranking elaborado pela empresa inglesa de consultoria Deloitte – Football Money League - baseado nas receitas dos clubes no ano de 2015.
O Real Madrid lidera a lista com um faturamento de € 567 milhões (R$ 2,27 bilhões), o Bayern aparece na 5ª posição com € 463.5 milhões (R$ 1,86 bilhão), o Manchester City na 6ª com € 435.5 milhões (R$ 1,74 bilhão) e o Atlético de Madrid na 15ª posição com € 187.1 milhões (R$ 748 milhões).
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Alguns nomes certamente determinarão os rumos desta fase pelo que tem produzido até aqui. Pep Guardiola, Diego Simeone, Antony Griesmann, Zinedine Zidane, Cristiano Ronaldo, Yayá Touré e Manuel Pellegrini protagonizarão os duelos que serão sorteados nesta sexta-feira pela UEFA. Por outro lado, aconteceu o que era inimaginável semanas atrás, com o último campeão liderado pelo fabuloso trio MSN, o Barcelona, sendo eliminado da disputa antes da final. Um fato inesperado daqueles que revigoram a emoção e a imprevisibilidade deste esporte apaixonante que é o futebol.
REAL MADRID
Chega a esta fase numa temporada marcada, acima de tudo, pela irregularidade. Apesar do midiático e prolífico trio ofensivo BBC, a equipe agora dirigida por Zinedine Zidane tem evoluído aos trancos e barrancos na La Liga e com alguma estabilidade na Champions League.
A troca de Rafa Benítez pelo ex-ídolo francês, de uma maneira ou de outra, acabou produzindo o efeito pretendido pelo presidente Florentino Perez. Na Liga Espanhola, depois de 32 rodadas, o time se encontra na terceira posição a quatro pontos do líder Barcelona. Na Champions, logra alcançar sua semifinal na competição. O desequilíbrio tático da equipe começou a ser enfrentado a partir do momento em que Zidane incluiu o volante brasileiro Casemiro no meio campo ao lado de Modric e Kroos. A equipe ficou menos vulnerável e a sua sempre elevada produtividade ofensiva passou a fazer diferença. Cristiano Ronaldo pode não estar fazendo uma temporada brilhante do ponto de vista técnico, mas segue com a eficiência de sempre: artilheiro da La Liga com 30 gols e da Champions com 16.
O clube busca seu título 11, inatingível para qualquer outro concorrente. Precisa dizer algo mais para justificar a força de sua presença nesta fase?
BAYERN DE MUNIQUE
O gigante alemão não teve vida fácil nas quartas de final diante do Benfica, mas tem atrás de si uma temporada muito mais equilibrada e consistente do que as dos demais semifinalistas. O time dirigido por Pep Guardiola aspira a conquista da tríplice coroa o que demonstra sua pujança e, ao mesmo tempo, sinaliza algo que pode comprometer sua competitividade neste final de temporada por atuar em três frentes distintas e desgastantes ao mesmo tempo.
A equipe tem revelado alguma fragilidade defensiva em função das lesões que afetaram a disponibilidade de seus zagueiros titulares e que tem sido enfrentada por Guardiola com a improvisação de David Alaba, Joshua Kimmich e Javi Martinéz no setor. Do meio para frente a equipe tem atuado com a eficiência de sempre, reforçada recentemente pelo retorno de contusão do experiente e inteligente francês Frank Ribèry, talvez compensando a ausência sempre grave do craque holandês Robben.
Trata-se da equipe mais versátil taticamente dentre as grandes da Europa, com destaques individuais relevantes dos não-europeus Arturo Vidal e Douglas Costa. O Bayern tem time, tradição e ambição para ser encarado como um legítimo aspirante ao título.
MANCHESTER CITY
Finalmente o novo muito rico do futebol inglês e europeu alcança as semifinais da Champions League. Curiosamente na temporada em que o técnico Manuel Pellegrini se despede do clube e em que este não realiza campanhas estáveis. Ele é o quarto colocado da Premier League, sem chances de conquista do título, a dois pontos do Arsenal,o terceiro, e quatro do Manchester United na quinta posição. A trajetória na competição europeia, no entanto, tem sido consistente, consubstanciada em duas atuações mais do que convincentes contra o PSG.
Suas chances dependerão da recuperação do zagueiro belga Vincent Kompany e da forma em que se encontrará seu principal jogador, Yayá Touré, que atuou apenas seis minutos nesta fase recente da disputa. De resto seu elenco é forte e completo para oferecer a Pellegrini soluções táticas variadas de acordo com o adversário e que tem no jovem talento belga Kevin De Bruyne um novo fenômeno desequilibrando a seu favor.
Manuel Pellegrini deve estar sonhando com uma final contra o Bayern do seu já anunciado sucessor Guardiola. Que capítulo da sua história e do próprio futebol europeu ele não estaria escrevendo se conquistasse o título nesta temporada?
ATLÉTICO DE MADRID
Dois nomes se destacam na trajetória impressionante do time mais guerreiro e solidário dentre todos os semifinalistas: Diego Simeone e Antoine Griezmann. O técnico argentino inconfundível na sua energia e teatralidade no banco de reservas durante as partidas concebeu uma das equipes mais competitivas do futebol contemporâneo, com destaque também para o zagueiro Godim e para o meio campo composto por Koke, Saúl, Augusto e Gabi.
A solidez defensiva da equipe menos vazada do Campeonato Espanhol tem se somado ao talento ofensivo individual extraordinário do jovem atacante francês Griezmann e seus, até aqui, 29 gols na temporada, muitos dos quais absolutamente decisivos, como os dois desta última vitória sobre o Barcelona. Sua atual esplendorosa forma certamente facilitou a decisão do técnico da seleção francesa Didier Deschamps em anunciar que não convocará Karim Benzema para a Euro 2016. Griezmann está consagrado como o melhor atacante de seu país na temporada.
O Atlético de Madrid chega a sua terceira semifinal na três últimas temporadas, façanha que tem trazido receitas financeiras extras fundamentais para sedimentação do projeto esportivo de longo prazo do clube. Até agora a Champions League 2015/16 já rendeu o nada desperível vaor de € 37 milhões (R$ 148 milhões) aos cofres do clube presidido por Enrique Cerezzo, valor que poderá chegar a € 52 milhões (R$ 204 milhões) caso conquiste o título no dia 28 de maio no Estádio San Siro, em Milão.
Luiz Augusto Veloso é blogueiro do LANCE!
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