Bicicleta de Henrique Avancini na Copa do Mundo será leiloada para ajudar a formar mecânicos
Modelo Cannondale Scalpel do brasileiro será colocado em leilão nesta quinta-feira, às 18h
A bicicleta Cannondale do brasileiro Henrique Avancini usada na Copa do Mundo de mountain bike de 2022 será leiloada nesta quinta-feira, em iniciativa do Pedaling for a Reason, projeto idealizado pelo astro em parceria com o estúdio Black Tiger e a plataforma Semexe.
A ideia dos organizadores é ampliar significantemente o montante gerado para ser doado a instituições de caridade e, desta vez, haverá uma novidade especial para o mundo do ciclismo: o projeto oferecerá curso de formação de mecânico para pessoas em vulnerabilidade social.
Nos últimos três anos, o Pedaling for a Reason recorreu a sapatilhas usadas por Avancini para fazer os leilões e repassar o valor a entidades beneficentes. Com a personalização realizada pela Black Tiger, o calçado chegou a ser vendido por R$ 36 mil.
Agora, o valor deverá ser consideravelmente mais alto, com o modelo Cannondale Scalpel do atleta, usado na Copa do Mundo de MTB, que será colocado a leilão.
- A Scalpel é uma bicicleta muito especial para mim, com a qual eu tive as principais conquistas da minha carreira. Dessa vez, nós resolvemos fazer um projeto mais ousado com a personalização de uma bike para ser utilizada na Copa do Mundo de Petrópolis. A inspiração foi trazer elementos locais, elementos que me chamam a atenção no dia a dia, e que representam a minha conexão com o local. Então, obviamente, a bicicleta remete ao Brasil e, principalmente, ao local da pista - explicou Avancini.
- As referências que nós buscamos foram as colorações da árvore Ipê e da Maritaca, que é um pássaro muito presente na região. Então busquei essas duas referências de fauna e flora da minha terra. São coisas que os meus olhos veem, que meus ouvidos ouvem diariamente. Esse foi o objetivo: transmitir isso através da arte para a bicicleta que eu vou usar na competição - completou o ciclista.
A edição de 2022 do Pedaling for a Reason será iniciada na quinta-feira, às 18h, com a abertura do leilão da bicicleta, em uma página criada dentro do site da Semexe (semexe.com/pedalingforareason).
No dia 11 de abril, no dia seguinte ao encerramento da Copa do Mundo disputada em Petrópolis, o leilão será encerrado e será conhecido o montante total arrecadado com a campanha social deste ano.
A maior novidade deste ano, no entanto, estará no curso de formação de mecânicos que será oferecido a pessoas em vulnerabilidade social. Como a iniciativa, mais pessoas poderão viver da bicicleta, um mercado em ascensão no Brasil.
- O Pedaling for a Reason foi criado em 2020, e nós estamos chegando à quarta edição do projeto. A minha ideia com a criação desse projeto foi divulgar e ajudar instituições que prestassem serviços relevantes para a comunidade. E nós resolvemos dar um passo a mais para crescer o projeto e para ter um fim próprio: criar um curso de formação de mecânicos para que nós pudéssemos oferecer essa graduação de forma gratuita sem nenhum ônus. E que pudéssemos dar a oportunidade de mais pessoas vivessem da bicicleta, do mercado da bicicleta, de estarem inseridos nesse meio que é um grande transformador social - afirmou o brasileiro, satisfeito com os resultados da iniciativa até aqui.
- É um projeto que realmente foi desafiador encontrar as parcerias corretas, de formatar. Tem sido um grande desafio que nós topamos encarar e que eu acredito que vai gerar um grande impacto na vida de muitas pessoas. Então isso me motiva bastante - complementou Avancini.
Com a iniciativa, o Pedaling for a Reason conseguirá formar 24 mecânicos em 2022, selecionados pela entidade Aromeiazero, que escolherá candidatos em situação de maior vulnerabilidade social.
Além disso, haverá critérios de inclusão, para garantir a presença de um grupo diversificado; mulheres, por exemplo, serão pelo menos 60% do grupo escolhido para realizar o curso oferecido. Chamado Mecânica e Empreendedorismo, o programa incluirá três turmas de oito pessoas, com 30 horas de duração e com entrega de bicicletas e kit de mecânica.
- Queríamos ajudar mais, e percebemos que a melhor maneira de fazer isso seria atuando no nosso próprio segmento, em que temos mais conhecimento, contato e aberturas. Hoje, mão de obra especializada é uma dificuldade do mercado, então essa foi uma solução que nós pensamos para o trabalho ser mais duradouro - explicou Gabriel Novais, cofundador da Semexe.