Bola de Ouro: Vini Jr, um oásis na seca de craques brasileiros; análise
Bola de Ouro será merecido prêmio a talento que o Brasil deixou de fazer
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Vinicius Júnior deve encerrar nesta segunda-feira uma espera que dura 17 anos. Desde que Kaká ganhou a Bola de Ouro, em 2007, nunca mais um jogador brasileiro foi eleito o melhor do mundo ou mesmo da Europa — o que, para fins de colégio eleitoral futebolístico, dá na mesma. Mas, por que espera tão longa? Será que paramos de produzir craques?
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Fábrica de craques parada
Uma olhada na Seleção Brasileira da última década e meia deve ser suficiente para responder a essa pergunta: sim, paramos de produzir craques. Obviamente, não foi um fechamento total da lavoura, mas agora eles são mais escassos. Também por isso, devem ser exaltados.
Entre o Kaká de 2007 e o Vini Jr. de 2024, talvez o único brasileiro que mereceu ser chamado de craque, com a genuína brasilidade da palavra e sem os exageros dos narradores de TV, foi Neymar. Não parece ter havido outro.
Tivemos nesse intervalo todo um monte de grandes jogadores, isso é inegável. O Brasil ofereceu à Seleção e ao mundo dois ótimos goleiros, um zagueiro muito acima da média, dois laterais de extrema qualidade, dois volantes de muita técnica, um meia habilidoso e outro decisivo e, vá lá, três atacantes que sabiam o que fazer na área. Mas, craque mesmo, só um, o Neymar.
Todos os outros tiveram brilho por tempo curto ou, no caso dos defensores, atuam ou atuaram em posições que a definição de craque fica prejudicada, a menos que falássemos do Nilton Santos, do Carlos Alberto Torres ou do Piazza, o que definitivamente não foi o caso.
Vinicius Júnior recoloca o Brasil em evidência
Em vez disso, o Brasil passou a última década e meia tendo que formar sua Seleção com dez ou 11 jogadores que não eram os protagonistas de seus clubes. Mesmo Neymar, o único craque que exibimos, teve um pouco do brilho ofuscado por Messi no Barcelona e precisou dividir o posto de principal jogador com Mbappé no Paris Saint-Germain.
Agora, Vinicius Júnior chega para colocar um ponto final nisso. Jogador mais decisivo do clube mais badalado do mundo, ele fará história se tiver o favoritismo confirmado e levar a Bola de Ouro nesta segunda. Colocará o Brasil de volta ao centro do futebol mundial e, quem sabe, em alguns anos terá a conquista pessoal lembrada como aquela que abriu caminho para gente como Estêvão, Endrick e tantos outros que estão surgindo como promessas de craque.
Neste momento, Vinicius Júnior é um oásis nesta nossa seca de craques. Mas quem sabe daqui pra frente não fique conhecido também como aquele que iniciou a salvação da lavoura.
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