O mês de maio de 2022 representou a chegada de uma nova era no Chelsea. Forçado a vender o clube, o magnata Roman Abramovich passou o comando dos Blues para as mãos do norte-americano Todd Boehly, que tem sido um dos grandes protagonistas das últimas janelas de transferências na Inglaterra. A partir da gerência do bilionário, o clube passou a gastar caminhões de dinheiro em jovens talentos ao redor do mundo: apenas nesta janela, R$ 1,13 bilhão de euros foram investidos no elenco.
+ Chelsea é o clube que mais gastou com reforços na história do futebol inglês; veja lista
A realidade, entretanto, carrega um grande problema. Além da falta de sucesso nacional e internacional, o elenco do Chelsea está inflado: de acordo com o site oficial, o clube conta com 43 jogadores no elenco profissional, fora 10 emprestados. As opções bastam para uma combinação assombrosa de times: só na posição de goleiro o time conta com sete atletas diferentes.
Os nomes variam entre jogadores de mais renome, como o volante Enzo Fernández e o atacante Cole Palmer, aos mais promissores. Aliás, a contratação de jovens é a grande tônica da gestão Boehly: foram 35 jogadores adquiridos desde então, dos quais 25 tinham menos de 23 anos no momento da assinatura do contrato.
Mas, gastar tanto em contratações tão incertas era realmente necessário? Na janela da temporada 23-24, por exemplo, o Chelsea pagou 116 milhões de dólares (aproximados R$ 700 milhões) pela contratação de Moisés Caicedo, que aos 21 anos foi destaque da Copa do Mundo do Catar pelo Equador. É bom lembrar que a posição de primeiro volante não era uma carência tão grande do elenco e o motivo também se explica pelas cifras. Na temporada anterior, os Blues abriram os cofres para contratar Enzo Fernández junto ao Benfica, por 121 milhões de euros (cerca de R$ 730 milhões). Juntos, os jogadores custaram quase R$ 1.5 bilhão.
A legislação da Premier League, que teve seu pontapé inicial nesta sexta-feira (16), prevê um limite de 25 atletas inscritos, sendo oito deles formados na Inglaterra. Além disso, por temporada, um clube só pode emprestar ou receber emprestado quatro atletas de outros clubes ingleses.
Na Federação Inglesa, não existe número máximo de jogadores que um time pode ter sob contrato. Porém, o Fair Play Financeiro da Premier League prevê que os clubes não possam acumular um prejuízo de 105 milhões de libras no intervalo de três temporadas anteriores. Além disso, visando a participação em competições internacionais, um clube só pode gastar 70% da receita com salários e taxas de transferência.
Chelsea de Boehly e os jogadores brasileiros
Desde a chegada de Boehly à cadeira mais importante de Stamford Bridge, o Chelsea gastou aproximadamente R$ 680 milhões em jovens talentos brasileiros. Em comum, até o momento, todos tiveram pouco espaço. O primeiro deles foi Andrey Santos, que nesta temporada será emprestado mais uma vez ao Strasbourg, que também é gerenciado pelo grupo de Boehly, em busca de minutos. Ângelo e Deivid Washington, ex-Santos, também encontram pouco espaço nos Blues e devem ser emprestados.
Estêvão, do Palmeiras, e Gabriel Mec, do Grêmio, já estão vendidos ao clube, mas só se transferirão quando completarem 18 anos.