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Como o Barcelona conseguiu tantos reforços mesmo em crise financeira?

Clube catalão realizou redução de custos desde o início da pandemia da Covid-19 e agora volta ao mercado como um dos grandes investidores com dinheiro para contratações

Barcelona - Spotify
imagem cameraBarcelona vendeu o naming rights do Camp Nou para a Spotify (Divulgação/Barcelona)
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Lance!
Barcelona (ESP)
Dia 19/07/2022
18:58
Atualizado em 22/07/2022
13:39

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O Barcelona fez contratações de peso na atual janela de transferências após após enfrentar uma grave crise econômica. Dentre os principais reforços da temporada, o clube acertou as compras de Lewandowski e do brasileiro Raphinha por valores que, somados, podem alcançar os 120 milhões de euros (R$ 662 milhões).

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O LANCE! mostra os pontos que fizeram com o clube catalão voltasse a ter protagonismo no mercado europeu. Principalmente após o fim da gestão de Josep Maria Bartomeu e a chegada de Joan Laporta na presidência do Barça.

PROBLEMAS NA PANDEMIA
Antes do impacto da pandemia da Covid-19 na economia do futebol, o Barcelona era um dos clubes que mais gastava dinheiro nas janelas de transferências. Os casos mais emblemáticos são os de Philippe Coutinho, Ousmane Dembélé e Antoine Griezmann.

Além dos astros que custaram mais de 100 milhões de euros (R$ 551 milhões) cada um aos cofres culés, o clube também investiu pesado em nomes menos badalados. Foram os casos de Paulinho, Semedo, Malcom, Lenglet, Arthur, Vidal e Firpo. Todos já fora da Catalunha.

Com a chega da pandemia, a entidade deixou de gerar receitas importantes, como com a venda de ingressos para jogos de futebol. Mas também com a diminuição de eventos nos espaços do clube, diminuição com turismo e baixo número de vendas de materiais esportivos.

Com isso, Bartomeu, presidente do Barcelona em 2020, realizou as primeiras manobras para que o clube pudesse sobreviver. Em acordo com jogadores, o elenco decidiu aceitar diversas reduções salariais para que a entidade não ficasse sufocada financeiramente.

Além disso, as saídas de pesos pesados, como Luis Suárez, Ivan Rakitic, Arthur e Semedo também ajudaram a aliviar a folha de pagamento do clube. Por outro lado, as chegadas de Pjanic, Trincão e Dest não tiveram o mesmo impacto de contratações de outrora.

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Josep Maria Bartomeu - Barcelona
Apesar das polêmicas, Bartomeu iniciou redução da folha salarial do Barcelona (Foto: Lluis Gene / AFP)

CHEGADA DE LAPORTA
Após diversas polêmicas relacionadas ao Barcelona, Josep Maria Bartomeu pediu renúncia do cargo de presidente. Em março de 2021, Joan Laporta foi eleito presidente do clube com o apoio de Lionel Messi e com 54,2% dos votos.

Com um quadro caótico em mãos após assumir a equipe catalã, Laporta tinha um pepino em suas mãos. Lionel Messi tinha contrato com os blaugranas até junho de 2021, mas os acordos realizados na época de Bartomeu eram incompatíveis com a realidade do Barça naquele momento.

Com a missão de aliviar ainda mais a folha salarial do clube, mas também tendo que cumprir regras do Fair Play Financeiro da La Liga, o Barcelona não conseguiu renovar com o maior jogador de sua história.

Na mesma janela, o clube negociou as saídas definitivas de Emerson Royal e Junior Firpo. Além disso, Griezmann retornou ao Atlético de Madrid por empréstimo, enquanto Pjanic e Trincão também saíram para Besiktas e Wolverhampton, respectivamente.

Em termos de reforços, o Barcelona anunciou as chegadas de Memphis Depay e Sergio Agüero, uma vez que ambos estavam sem clubes e não custaram nada aos cofres culés. No entanto, a temporada passou longe de ter sucesso com os baixos investimentos.

Lionel Messi - Despedida do Barcelona
Saída de Messi aliviou a folha salarial do clube (Foto: PAU BARRENA / AFP)

ANO NOVO, VIDA NOVA
Em 2022, o clube catalão conseguiu liberar um grande espaço com a saída por empréstimo de Philippe Coutinho para o Aston Villa. Na Espanha, o brasileiro recebia cerca de 15 milhões de euros por temporada.

Devido aos esforços econômicos realizados, o Barcelona foi ao mercado para tentar salvar a temporada. Os culés pagaram 45 milhões ao Manchester City pela chegada de Ferran Torres, mas os valores podem alcançar os 55 milhões por conta dos bônus.

Em janeiro, os blaugranas reestruturaram o salário do zagueiro Samuel Umtiti, que não faz parte dos planos de Xavi. Com isso, o defensor teve seu vínculo ampliado, mas sem alterar seu ganho total. Assim, os culés iriam reduzir o salário pago mensalmente ao francês.

Ainda na janela de janeiro, o Barça também acertou as chegadas de Adama Traoré, por empréstimo, e Aubameyang, sem custos após rescindir contrato com o Arsenal. O centroavante do Gabão aceitou reduzir seu salário em relação ao que recebia na Inglaterra.

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Ferrán Torres - Barcelona
Ferran Torres foi o primeiro grande reforço da gestão Laporta (Foto: Miguel Ruiz / Barcelona)

COM O BOLSO CHEIO
Nos últimos meses, o Barcelona tem conseguido se reestruturar economicamente. A parceria com a Spotify, que será a patrocinadora master na camisa do clube nesta temporada, além da venda do naming right do Camp Nou para a empresa que oferece o serviço de streaming de música, foi essencial.

De acordo com a "RAC", uma rede de rádio da Catalunha, a Spotify irá pagar cerca de 160 milhões de euros (R$ 893 milhões) para ter sua marca estampada no estádio culé pelos próximos 12 anos. Além disso, outros 60 milhões de euros (R$ 335 milhões) entrarão nos cofres blaugranas pelo patrocínio na camisa que irá durar quatro temporadas.

No mês passado, o clube catalão também acertou a venda de 10% dos direitos de transmissão da La Liga para o fundo de investimento Sixth Street pelos próximos 25 anos. Com isso, a entidade irá receber 205 milhões de euros (R$ 1,1 bilhão).

Com dinheiro no bolso, mas realizando contratações de peso de forma pontual, o Barcelona conseguiu trazer Raphinha e Lewandowski para o elenco. Por outro lado, contratações sem custos, como as de Kessié e Christensen seguem como prioridade neste momento.

Lewandowski - Barcelona
Lewandowski sendo apresentado pelo Barcelona<br>(Foto: ERIC ESPADA / AFP)

Além das chegadas, o clube também conseguiu reestruturar o salário de Dembélé, que permanece na equipe, mas recebendo menos do que quando chegou. E a busca por novos nomes, como César Azpilicueta, Jules Koundé e Marcos Alonso, segue viva.

Há grande expectativa para que Joan Laporta anncia a venda de outros 15% dos direitos de transmissão do Campeonato Espanhol. Em um novo acordo com o fundo norte-americano, os culés devem receber mais 400 milhões de euros (R$ 2,2 bilhões).

E AGORA?
​Apesar de ter ido ao mercado para contratar nomes de peso como Lewandowski e Raphinha, o Barcelona ainda não pode inscrever seus reforços para a disputa do Campeonato Espanhol, que terá início em 12 de agosto.

O futebol espanhol conta com um sistema de regulamentação econômico, nos moldes do 'Fair Play Financeiro', mas com uma diferença primordial: o registro dos jogadores por clubes espanhóis precisam ser feitos antes da temporada começar.

Por conta desta regulamentação, o Barcelona ainda está impedido de contar com seus reforços em jogos oficiais, já que o clube ainda está com saldo negativo entre receitas e despesas.

Para se adequar ao sistema econômico, o Barcelona ainda tenta liberar espaços no seu 'teto salarial' e por isso segue em busca de vender alguns ativos. Recentemente, o Manchester United tem investido na contratação de Frenkie De Jong, meia do Barça, e o clube catalão se colocou como favorável à saída do jogador justamente para aliviar as finanças.

A saída de De Jong não somente aliviaria os cofres do clube em relação ao valor da venda ao Manchester United, como também diminuiria os gastos do clube catalão com o alto salário ganho pelo jogador.

Certamente o Barcelona terá que fazer mais alguns movimentos financeiros para se adequar ao sistema e poder inscrever seus reforços em La Liga e para a disputa da Champions League.

O jornal 'Mundo Deportivo' afirmou que o clube catalão tem a intenção de diminuir pela metade os salários de todos os jogadores do elenco, exceto Pedri, Gavi e Ronald Araújo, que renovaram seus vínculos recentemente e os reforços contratados na última janela de transferências de inverno.

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