Quando o assunto é Liga dos Campeões, Daniel Alves conhece bem. Em sua quarta final da competição, o brasileiro pode ajudar a Juventus a sair da fila de 21 anos sem levantar o troféu neste sábado, quando enfrenta o Real Madrid, às 15h45 (de Brasília), em Cardiff, capital do País de Gales.
Além dos três títulos da Champions, Daniel Alves acumula mais sete participações na competição. E atua ao lado do veterano Buffon, que ao longo dos seus 39 anos, ainda não faturou a "Orelhuda". O lateral preferiu não dar conselhos para os companheiros.
- Posso dormir superbem, como todos os dias. O que aconselho aos meus companheiros é dormir também. Durmam. Não sou ninguém para aconselhar ou ensinar. Minha equipe tem gente que ganhou coisas muito importantes na vida. Sou um eterno aprendiz, as vivências, experiências como profissionais. É a fortaleza do nosso grupo. Contamos histórias, vivências que nos levam a saber que só há um caminho a fazer. Juntar a maior força que temos e tentar o objetivo. Somos um time de força coletiva - disse Daniel Alves, em entrevista coletiva nesta sexta-feira.
O adversário desta decisão é um velho conhecido do brasileiro. Foram 14 temporadas atuando contra o Real Madrid, seis pelo Sevilla e oito com a camisa do Barcelona, onde se acirrou ainda mais a rivalidade. E Daniel Alves é um dos jogadores que mais venceram os Merengues na história.
- É um dado para perguntar para eles. Esses números fazem que não seja todo favoritismo para eles. Pode ser um toque de atenção. Não é um enfrentamento de Dani Alves contra Real Madrid. Temos que jogar sem medo de enfrentar o Real Madrid, com ambições de quem tem um prato de comida na sua frente. Penso nisso, que é com essa energia e positividade que temos que insistir - afirmou o lateral, que também falou sobre estar novamente em uma final da Champions:
- É muito especial poder viver esse dia, muito especial estar ao lado de grandes jogadores disputando uma final novamente da Champions League. O mundo para para assistir. Somos privilegiados de estar aqui. Temos que aproveitar o momento, independentemente de quem esteja do outro lado e fazer que esta noite seja especial.
Por fim, Daniel Alves falou da experiência de atuar ao lado de Buffon, um dos maiores goleiros da história do futebol e com um currículo invejável.
- Somos jovens, jovens. Estão falando muito da idade. Temos que falar do profissional que é o Buffon. Ele e eu. São momentos que têm que enfrentar com alegria, com a paixão que move esse esporte. Não temos que estar ansiosos com as partidas. Penso que temos uma rotina que nos trouxe até aqui. Não temos que mudar o que foi feito até aqui. Lutar até o último momento, suar até a última gota. Objetivo é a coroação. Esperamos levar o título pra casa
BUFFON QUER PRIMEIRA CHAMPIONS
Com diversos títulos na carreira pela Juventus e a Copa do Mundo de 2006 pela Itália, Buffon quer mais. Aos 39 anos, o goleiro persegue ainda a Liga dos Campeões, torneio que já passou perto das mãos do goleiro, quando perdeu em 2014/15 para o Barcelona, em Berlim. Neste sábado, ele terá mais uma chance - talvez a última - de conquistar a 'Orelhuda'.
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, Buffon falou que a chegada de Daniel Alves à Juventus no início desta temporada foi um fator motivador. Mas ele fez questão de elogiar Cristiano Ronaldo, maior astro do Real Madrid.
- É muito possível que Cristiano seja um modelo, um modelo a se seguir por todos que gostam de futebol e de esportes em geral. Mas também se ganha dele. Com 39 anos, pensava que não teria mais o que aprender, mas o aspecto emocional, o que um companheiro pode ensinar. Muitas vezes durante esse ano aprendi muito com Dani Alves. Me motivou muito, pessoas como ele, Cristiano Ronaldo, Messi, são capazes de ganhar muitas vezes e continuam aprendendo. Você tem que ter a modéstia de seguir aprendendo - disse.
Buffon é um dos muitos nomes cotados para levar o prêmio Bola de Ouro da Fifa, principalmente se conquistar a Liga dos Campeões. Do outro lado, está Cristiano Ronaldo, outro nome forte. No entanto, o goleiro da Juventus afirmou que o seu pensamento está apenas no título.
- Eu acho que algumas comparações servem pra motivar a fantasia de todo mundo. Não penso de forma alguma, e não tenho a coragem, de fazer uma comparação com Cristiano. Eu tenho que defender e ele atacar. Por sua capacidade, posição de jogo, tem muito mais poder de decidir um jogo. Eu preciso estar concentrado e fazer meu trabalho. A ideia da Bola de Ouro me agrada, mas é secundário para mim. Penso em só em ganhar amanhã. Nada mais me interessa - comentou o experiente goleiro, que falou sobre o que sentirá se ganhar a Liga dos Campeões:
- Me provocaria e me provocará uma grande alegria. Ao final, quando chega a esse ponto, sabe porque chegou. E o quanto se sacrificou. É como um prêmio, uma gratificação. E dividir com toda a equipe de trabalho é especial. Quero fazer ainda mais para que a equipe chegue a esse ponto.
Se não quis comparação com Cristiano Ronaldo pelo fato de o português ser um jogador de linha, Buffon falou sobre Keylor Navas, goleiro do Real Madrid.
- É uma comparação muito mais condizente. Goleiro contra goleiro. É um desafio entre iguais. Navas, para começar ganhou mais Champions que eu. É um goleiro que, desde 2014, está fazendo coisas excepcionais.