Falta um ano! Veja motivos que farão a Copa do Mundo do Qatar ser única na história do torneio
Torneio terá peculiaridades marcantes em relação às edições anteriores. Além de ser o primeiro disputado no fim do ano, terá também distâncias curtas entre as sedes
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Daqui a exatos 365 dias, a bola vai rolar pela primeira vez no Al Bayt Stadium para a Copa do Mundo do Qatar. Somente esta informação já seria suficiente para dizer que a edição de 2022 do Mundial será diferente de todas as outras realizadas até aqui, pois pela primeira vez na história a competição terá seu início em novembro e não no meio do ano, como ocorreu nas 21 edições anteriores.
Mas a data fora dos padrões normais da história das Copas não será a única característica distintiva do Mundial do Qatar. Para marcar a contagem regressiva de um ano para a realização da competição, o LANCE! mostra alguns fatores que já colocam a Copa do Qatar, mesmo ainda sem a bola rolar, em um lugar destacado na história do futebol.
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COPA DO MUNDO COMPACTA
Ao contrário das duas últimas edições de Copa do Mundo, quando o torneio foi realizado em países com dimensões continentais - Brasil em 2014 (8.516.000 km²) e Rússia em 2018 (17.130.000 km²) - o Qatar tem extensão territorial 'reduzida', com apenas 11.571 km², e quem ganhará com isso são os torcedores e as delegações.
De acordo com a organização da 22ª Copa do Mundo, todos os estádios estão localizados em um raio de cerca de 50km da capital do país, Doha. A maior distância entre as sedes será de aproximadamente 75km, enquanto a menor, de apenas 5km. Graças ao pequeno território do país, praticamente todas as viagens entre os estádios da competição poderão ser feitas de metrô, que terá o 'passe diário' custando apenas 1 euro.
- A natureza compacta do torneio, sem precisar de viagens aéreas entre os estádios, irá permitir aos organizadores, pela primeira vez, otimizar demandas específicas de partidas para o benefício e conforto dos torcedores, times e da imprensa - afirmou a Fifa, em comunicado.
NOVOS HORÁRIOS
A 'compactação' das sedes é vista com bons olhos pela Fifa. A ideia da entidade é que os torcedores possam ver mais de um jogo por dia e também, por conta disso, mais um horário foi adicionado ao calendário padrão das Copas.
Normalmente, cada dia de Copa tem três horários de jogos na primeira fase. No Qatar, serão quatro partidas por dia até a última rodada da fase de grupos: 7h, 10h, 13h e 16h (horários de Brasília). Vale lembrar que Doha está seis horas à frente do Brasil.
- A flexibilidade adicional é possível sem afetar qualquer aspecto técnico, já que todos os estádios estão localizados dentro de um raio compacto e o clima é perfeito nesta época do ano no Qatar, seja para os jogos do primeiro horário ou do último. Além disso, os horários potencialmente darão aos torcedores a oportunidade de ir a mais de uma partida por dia durante a fase de grupos - afirmou a Fifa em comunicado.
Por conta da adição de mais um horário por dia, a Copa do Mundo de 2022 será mais curta do que o comum. Tradicionalmente, o Mundial tem duração de um mês, mas no Qatar a competição terá 28 dias.
MUNDIAL NO FIM E NÃO NO MEIO DO ANO
Pela primeira vez na história das Copas do Mundo o torneio de seleções será realizado entre os meses de novembro e dezembro. Por conta das altas temperaturas que afetam o Qatar durante o meio do ano, quando costumeiramente é disputado o Mundial, a Fifa decidiu pela mudança em 2015.
Localizado em uma região desértica, o clima característico do país do Oriente Médio é muito quente e árido, bastante seco e com pouca umidade. Diferentemente do Brasil, por exemplo, que tem as quatro estações do ano bem definidas, o Qatar possui apenas a maior parte dos meses com altas temperaturas e um período menor com o clima mais ameno.
Entre março e outubro, meses mais quentes do ano no país, o Qatar registra sempre temperaturas acima dos 30°C, inclusive durante as noites e madrugadas. No ápice do calor, é comum fazer entre 40°C e 50°C, com a sensação térmica podendo chegar na casa dos 60ºC, o que tornaria o torneio impraticável.
Por outro lado, nos meses de novembro e fevereiro, quando o emirado apresenta temperaturas mais baixas, o clima cai drasticamente em comparação com os outros meses. Durante o período da Copa do Mundo, é possível que as condições climáticas oscilem com mínima de 10ºC e máxima de 20°C, clima parecido com o europeu, por exemplo.
Em dezembro de 2019, quando o Flamengo foi ao Qatar para a disputa do Mundial de Clubes, vencido pelo Liverpool, o Rubro-Negro chegou a enfrentar dias mais frios. Em um dos treinos, a equipe de Jorge Jesus teve de trabalhar sob a temperatura de 18°C.
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ESTÁDIOS CLIMATIZADOS
Apesar da Copa do Mundo acontecer quando as temperaturas são mais baixas no Qatar, a preocupação do país com o esporte ao longo do ano é grande. Por conta disso, muitos dos estádios do emirado possuem sistema de climatização, com ares condicionados instalados dentro de campo e também nas arquibancadas.
Ao todo, sete dos oito estádios do Mundial contarão com este sistema, que já está em uso há alguns anos no país. No Estádio Internacional Khalifa, em Doha, que recebeu jogos do Mundial de Clubes de 2019, o sistema está instalado. Inaugurado em 1976, o palco passou por reformas que incluíram os aparelhos.
Construído para a Copa do Mundo, o Estádio Al-Janoub, em Al-Wakrah, ficou pronto em 2019. Além de contar com o sistema de climatização que possibilita a saída de ar fresco ao redor do gramado, ele também tem pequenos espaços abaixo dos assentos, que refrescam a arquibancada.
NOVA TECNOLOGIA?
As últimas duas Copas do Mundo - 2014 e 2018 - incorporaram o uso da tecnologia no auxílio à a arbitragem. No Brasil, o dispositivo da linha do gol foi aplicado, avisando ao árbitro em lances duvidosos se a bola havia ou não entrado totalmente. Já na Rússia, foi a vez do VAR fazer sua estreia.
Para 2022, existe a possibilidade de um novo aparato tecnológico estar à disposição nos jogos do Mundial. Em outubro, Arsène Wenger, chefe de desenvolvimento global de futebol da Fifa, afirmou que a entidade estuda implementar uma máquina que assinale impedimentos de maneira automática.
- Precisamos continuar avançando na velocidade da tomada de decisões, principalmente em lances de impedimento. Em 2022, na Copa do Mundo, seremos muito mais capazes de tomar decisões sobre impedimentos mais rápidas. Vai parar menos o jogo, algo de que o VAR pode ser considerado culpado - disse Arsène Wenger.
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