Fifa ameaça AFA de suspensão após mudança no estatuto
Caso seja realmente punida, a seleção argentina ficaria impossibilitada de atuar neste mês em dois jogos das Eliminatórias. Clubes também não jogariam a Liberta e Sul-Americana
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A crise no futebol argentino parece ter chegado a níveis sem precedentes. Na última quarta-feira, a Fifa enviou um documento à Associação do Futebol Argentino (AFA) e ameaçou punir a entidade com a suspensão de um mês. Se isso ocorrer, a seleção argentina ficaria impossibilitada de atuar contra Chile e Bolívia, neste mês, em jogos pelas Eliminatórias para Copa do Mundo de 2018. Além disso, os clubes do país não poderiam atuar por competições internacionais, como a Libertadores e Sul-Americana.
As ameaças da entidade máxima do futebol mundial foram por conta da mudança do artigo 87 do estatuto da AFA na última sexta-feira, dia 24 de fevereiro. A alteração deixou a cargo do Colégio de Advogados de Buenos Aires a definição de habilitação dos candidatos a presidente e vice da entidade argentina. Anteriormente, era o comitê de ética da Conmebol que tinha essa responsabilidade.
No documento enviado pela Fifa, a organização faz duras críticas pelo fato de a AFA não ter um tribunal independente para julgar os candidatos às vagas de presidente e vice.
Desta forma, a Conmebol que fará as avaliações, uma vez que a Fifa acredita que a organização sul-americana é como 'um órgão que assegura a independência e um processo justo para poder ser objeto de recurso de qualquer decisão'.
RODADA CONFIRMADA APESAR DA GREVE
A AFA anunciou nesta quinta-feira a 15ª rodada do campeonato nacional para o próximo fim de semana, mesmo sem acordo para encerrar a greve dos jogadores dos times locais. Por meio das redes sociais, a entidade divulgou os dias e horários de 15 partidas.
O presidente do Sindicato dos jogadores (FAA), Sergio Marchi, ainda negocia com a AFA o fim da greve e pede o repasse imediato do depósito do governo pela rescisão do contrato de transmissão das partidas para o pagamento de atrasados dos atletas do país. Assim, mesmo com a rodada confirmada pela entidade argentina, somente quitando os débitos que o torneio voltará a ser jogado.
O governo argentino está em débito de US$ 33 milhões (aproximadamente R$ 100 milhões) com a AFA pela quebra de contrato de transmissão gratuita das partidas na televisão. Os clubes, por sua vez, também estão devendo os salários de jogadores. As pendências chegam a até quatro meses em algumas agremiações.
A AFA aprovou na última sexta-feira um novo estatuto para a entidade. É esperado que nessa semana seja anunciada a empresa internacional que transmitirá as partidas na TV.
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