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Fim de um ‘nunca’: Sevilla e José Mourinho, técnico da Roma, defendem invencibilidades em final de Europa League

Espanhóis e italianos entram em campo pela decisão do continental nesta quarta-feira

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imagem cameraTroféu será disputado em Budapeste, na Hungria (Foto: FABRICE COFFRINI / AFP)
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Budapeste (HUN)
Dia 30/05/2023
17:00
Atualizado em 30/05/2023
17:44

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Nesta quarta-feira, às 16h (horário de Brasília), Sevilla e Roma se enfrentam em duelo válido pela grande final da Europa League em Budapeste, na Hungria. O jogo pode marcar o sétimo título da competição da equipe espanhola, comandada por José Luis Mendilibar, e o primeiro do time italiano na era moderna, já que a única conquista aconteceu na era 'Taça das Cidades das Feiras'.

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+ Saiba as informações, onde assistir e escalações da final entre Sevilla e Roma

Além do título tão importante para as pretensões das duas equipes, um certo ponto de orgulho também está em jogo. Do lado do Sevilla, o posto de nunca ter perdido uma final de Europa League e ser um bicho-papão, especialista na competição. Do lado da Roma, José Mourinho, treinador do clube, nunca saiu derrotado de uma final continental em cinco ocasiões, sendo o único a ter vencido as três esferas do futebol europeu. Relembre com o LANCE! como foram essas ocasiões para Sevilla e Mourinho na história continental.

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CONSTRUINDO A HISTÓRIA
O Sevilla nunca obteve grandes êxitos na Champions League. A melhor campanha aconteceu na temporada 2017-18, quando atingiu a fase de quartas de final, mas parou no Bayern de Munique e não conseguiu repetir o feito desde então. Porém, no segundo escalão do futebol continental, os Palanganas são donos da coroa e do trono. E a história de amor com a Europa League não é muito antiga, tendo seu primeiro principal capítulo em 2005-06.

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Na ocasião, a competição ainda era conhecida como Copa da Uefa, mas já tinha tanta importância quanto na era posterior. Mas a história pode começar a ser contada alguns anos antes do título. Na temporada 2000-01, o clube retornava à elite do futebol espanhol e, com a nova gestão de Jose Maria del Nildo, começou a fazer jornadas regulares na La Liga. A campanha de 05-06 foi marcada por muito equilíbrio. Primeiro, nos play-offs, classificação tranquila sobre o Mainz 05, da Alemanha. No grupo H, passavam três de cinco, e a classificação teve a equipe de Juande Ramos em primeiro, com 7 pontos; Zenit (7) e Bolton (6) também passaram, enquanto Besiktas (5) e Vitória de Guimarães (1) ficaram pelo caminho. No mata-mata, que começou na fase de 16 avos, Lokomotiv Moscou, Lille, Zenit e Schalke 04 foram as vítimas até a final. No duelo decisivo, contra o Middlesbrough, Luis Fabiano, Enzo Maresca (2) e Kanouté balançaram as redes e deram o título aos espanhóis.

Na temporada seguinte, a história não seria diferente. Começando nos play-offs, o fraco Atromitos caiu por 6 a 1 no agregado. Na fase de grupos, o básico: sete pontos em quatro jogos e vaga no mata-mata pela segunda colocação. O Steaua Bucareste foi a fácil presa na fase de 16 avos; nas oitavas, o Shakhtar endureceu, mas caiu com 5 a 4 no agregado. Tottenham e Osasuna também não deram vida fácil, mas os Palanganas passaram novamente para a final. Contra o Espanyol, outra guerra: o brasileiro Adriano abriu o placar, mas Riera empatou para os catalães. Na prorrogação, Kanouté foi às redes e parecia garantir o título, mas Jônatas novamente buscou a igualdade. Nos pênaltis, porém, a estrela de Palop brilhou, defendendo três cobranças e garantindo o bicampeonato.

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Mariano - Sevilla x Liverpool - Liga Europa
Mariano, hoje no Atlético-MG, foi campeão da Europa League com o Sevilla em 2016, frente ao Liverpool (Foto: Michael Buholzer / AFP)

MUDANÇA DE ERAS
Com o passar dos anos, o esquadrão de 2005 a 2007 se desfez. Caberia a uma nova aposta da diretoria trazer de volta os anos de glória. Unai Emery entraria para a história do clube andaluz ao empilhar três conquistas de Europa League seguidas. Em 2013-14, a marca da cal novamente seria decisiva na final contra o Benfica, quando o goleiro Beto defendeu dois pênaltis e deu início à dinastia. Na temporada seguinte, nova emoção com uma super decisão e vitória por 3 a 2 sobre o azarão Dnipro, com gol do colombiano Carlos Bacca. Em 2015-16, o adversário seria pesado: o Liverpool, na primeira temporada de Jürgen Klopp. Os Reds abriram o placar com Sturridge, mas Gameiro e Coke (2) viraram e concretizaram um tricampeonato histórico.

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Após anos sem figurar como protagonista da competição, o Sevilla voltaria a erguer o troféu de uma maneira diferente. Devido à pandemia, o mata-mata da competição de 2019-20 se transformou em tiro curto total: campo neutro, sem torcida e jogos únicos. Após passar pelo Cluj, ainda na fase de 16 avos, antes da paralisação futebolística, o time comandado por Julen Lopetegui bateu a Roma em agosto de 2020 por 2 a 0 no único jogo entre as duas equipes na história. O Wolverhampton e o Manchester United seriam as vítimas das fases seguintes e, na final, um grande duelo contra a Inter de Milão. Logo no começo do jogo, aos 2, o brasileiro Diego Carlos cometeu pênalti em Lukaku, que o belga cobraria e converteria. Ainda no primeiro tempo, Luuk de Jong marcaria dois gols de cabeça para virar a decisão. Nos acréscimos da metade inicial, também em jogo aéreo, Godín marcou o 2 a 2. Porém, na segunda etapa, o duelo inicial se inverteria: Diego Carlos acertou linda bicicleta aos 28 minutos e Lukaku, ao tentar o corte, acabou marcando contra o gol do sexto título espanhol.

Diego Carlos - Sevilla x Inter de Milão
Diego Carlos celebra e Lukaku se desola em gol do título do Sevilla (Foto: Lars Baron/AFP)

O ESPECIAL
Se por um lado, o Sevilla nunca perdeu uma final de Europa League, o Special One nunca perdeu uma final em nenhum continental. José Mourinho venceu todas as vezes que chegou em uma decisão de Champions, Europa ou Conference League. E essa história começou três temporadas antes da dinastia andaluz.

O comandante português sempre teve muita intimidade com duelos de mata-mata. E em 2002-03, começou a escrever sua vitoriosa jornada por intermédio da Europa League, à frente do Porto. Em uma era onde a competição era toda resolvida através de eliminatórias, foram seis as vítimas até a final: Polônia Varsóvia, Áustria Viena, Lens, Denizlispor, Panathinaikos e Lazio. Na decisão, um jogo eletrizante contra o Celtic: Derlei abriu o placar no fim do primeiro tempo, Larsson empatou aos dois da segunda metade; Alenichev recolocou os portugueses na frente e o sueco novamente igualaria o marcador ainda aos 12 minutos. Porém, na prorrogação, Derlei marcou seu segundo e, desta vez, sem chance de sobrevida para os escoceses.

O meia Carlos Alberto foi campeão da Liga dos Campeões com o Porto, em 2004
Carlos Alberto celebra Champions pelo Porto (Foto: AFP PHOTO / MIGUEL RIOPA)

Em 2003-04, escalando a Europa como faz com a Roma, Mourinho foi à conquista da Champions com o Porto. Deixou pelo caminho times tradicionais, como Lyon, Deportivo La Coruña e o todo poderoso Manchester United de Alex Ferguson. Na grande decisão, um jogo de azarões com o Monaco dava indícios de equilíbrio. Porém, Carlos Alberto abriu o placar, Deco aumentou e Alenichev voltaria a marcar em uma final continental para entregar o bicampeonato da competição ao Dragão, o primeiro na carreira do Special One.

NOVOS PASSOS
Após uma grande passagem pelo Chelsea, mas sem sucesso no continental, era hora de voltar a brilhar. E a Inter de Milão também sentia que era hora de voltar a ter seu brilho. Unidos pela redenção, na temporada 2009-10, o próprio Chelsea ficou para trás nas oitavas, assim como o CSKA Moscou nas quartas. O Barcelona seria o indigesto adversário na semifinal e ficaria pelo caminho após a vitória dos Nerazzurri por 3 a 1 no Giuseppe Meazza e a derrota pelo placar mínimo no Camp Nou, segurando o 3 a 2 no agregado. O tão famoso "Park the Bus" - "estacione o ônibus" em inglês - funcionaria na Espanha e carimbaria o passaporte para a final. Em Madrid, Diego Milito se destacaria marcando os dois gols do título sobre o Bayern de Munique para a primeira consagração de Mourinho no continente italiano.

As aventuras seguintes, com Real Madrid e Chelsea, não trouxeram resultados europeus, mas o Manchester United teria o brilho do técnico a seu favor. Na temporada 2016-17, Saint-Étienne, Rostov, Anderlecht e Celta de Vigo ficaram pelo caminho até a grande final da Europa League. Na decisão, Paul Pogba e Mkhitaryan balançaram as redes e, sob o comando do português, conquistaram uma competição continental depois de nove anos.

A segunda consagração no país da Velha Bota viria em 2022. O trabalho com o United terminou questionado e o Tottenham também não funcionou nas suas mãos. Estava ultrapassado? Que nada. A Roma deu a Mourinho a oportunidade de redenção em 2021-22. Com os Giallorossi, pela Conference League, o caminho foi duríssimo. O Vitesse (HOL) engrossou e caiu apenas com um 2 a 1 agregado nas oitavas. O Bodo/Glimt venceu em casa, mas foi goleado na Itália. Nas semis, contra o Leicester, empate em 1 a 1 na Inglaterra e vitória com gol solitário de Tammy Abraham. Na decisão, contra o Feyenoord, Zaniolo foi quem decidiu com um gol aos 31 minutos da primeira etapa e levou ao delírio o torcedor que tinha entalado o grito de "é campeão" há 14 anos.

Jose Mourinho
Mourinho na conquista da Conference League (Foto: GENT SHKULLAKU / AFP)

A DECISÃO FINAL
Independente do resultado desta quarta-feira, uma coisa é certa: uma das invencibilidades chegará ao fim. Sevilla e Roma entram em campo neste dia 31, às 16h, na Puskás Aréna, em Budapeste, na Hungria, para decidir a Europa League de 2022-23, no que pode ser o sétimo título do clube espanhol ou o primeiro dos italianos.

*estagiário, sob supervisão de Cayo Pereira

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