‘Fui traído por Neymar’, diz dono da DIS sobre processo que pode tirar jogador da Copa-2018
Fundo que detinha 40% dos direitos econômicos do craque espera que julgamento do atleta e envolvidos na negociação entre Santos e Barcelona ocorra dentro de um ano
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Sócio-fundador da DIS, fundo de investimento que detinha 40% dos direitos econômicos de Neymar, o empresário Delcir Sonda se emocionou ao falar pela primeira vez sobre o processo que move na Justiça espanhola que pode tirar o craque da Copa do Mundo de 2018, na Rússia. A ação deve-se à suposta fraude por omissão de valores na negociação entre Santos e Barcelona que levou o atleta para o clube espanhol, em 2013, e inclui pena de 5 anos de prisão para Neymar e seu pai e empresário.
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A fraude apontada no processo é em relação à diferença que constava no contrato assinado entre os clubes, que era de 17,1 milhões de euros (cerca de R$ 60 mihões, à época), e o total pago à N&N, empresa do pai de Neymar, que soma 40 milhões de euros (cerca de R$ 140 milhões). Apesar de brigar pela participação sobre o real valor da transferência, o Grupo DIS aponta que a ação não se baseia apenas nas questões financeiras mas também pelo crime cometido na negociação.
- Foi vitima de corrupção privada e fraude. Foram 40 milhões de euros para fraudar a DIS. O Neymar sabia de tudo pois assinou 17 documentos com o símbolo do Barcelona quando ainda jogava no Santos. Ele mentiu e mente até hoje por afirmar que não sabia – afirmou o sócio-fundador do Grupo DIS, que chegou a chorar em seu pronunciamento sobre o caso.
- Fui traído por Neymar e seus pais onde houve uma fraude arquitetada por eles e o Barcelona para fazer pagamento escondido. Ele não pode ser exemplo para nossos filhos em um país que está envolvido em uma corrupção imensa. Quero justiça, é a única coisa que peço – afirmou Sonda.
Ao comentar o caso, o diretor executivo do Grupo DIS, Roberto Moreno, mostrou uma notificação feita junto ao Barcelona em novembro de 2012 em que o Barcelona reconhece os 40% de participação da empresa nos direitos do atleta, tendo recebido, em dezembro, uma carta do clube espanhol apontando não haver nenhuma negociação com Neymar.
- Isso era uma farsa pois já o clube já havia um acerto com o jogador. Será que foi moral e ético ter jogado aquela partida pelo Santos contra o Barcelona após ter recebido 10 milhões de euros? Acho que não – afirmou Moreno, citando valor de pagamento adiantado aos representantes do atleta o que também fere a livre concorrência no mercado.
Além do Grupo DIS, a ação que corre na Justiça espanhola também tem a autoria do Ministério Público da Espanha e da Federação de Associações de Atletas Profissionais (FAAP), que repassa 0,8% das transferências no futebol à categoria. Além da pena de 5 anos de prisão e inabilitação profissional de Neymar, o processo também prevê prisões aos pais do jogador, e aos ex-presidentes do Santos, Odílio Rodrigues, e Barcelona, Sandro Rosell.
O advogado de Neymar preferiu não comentar e o pai e atleta do jogador não se pronunciou sobre a posição da DIS no processo.
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