O futebol, definitivamente, não é só um esporte. Ele é capaz de promover histórias épicas, que vão além de bola na rede. Quase uma semana depois de bater o Uzbequistão em duelo realizado na Malásia, uma vez não tem jogado em casa por conta da guerra civil que assola o país, a Síria volta a campo pelas Eliminatórias, às 8h (de Brasília), desta terça-feira, contra a Coreia do Sul.
Após a vitória da última semana, cabe destacar, cada jogador da equipe de Ayman Hakeem embolsou 800 libras (cerca de R$ 4,8 mil), que é o equivalente ao salário anual do sírio no futebol nacional.
Já pela sétima rodada do Grupo 1, a Síria terá agora a dura missão de visitar a Coreia, que está na segunda posição, com dez pontos - dois a mais que os sírios, quarto colocados. Para triunfar em Seoul, terá que parar o melhor ataque da chave, que soma oito gols, e furar uma defesa nem tão confiável assim (até o momento, os sul-coreanos sofreram sete gols). Ao menos no âmbito esportivo, o discurso é otimista.
- A Coreia do Sul é uma equipe forte, mas vamos atacá-la como planejamos. Acredito que a concorrência para o segundo e terceiro lugar será feroz, mas, se nos prepararmos muito, acho que não vamos perder para nenhuma equipe - disse Hakeem, complementando:
- Nós não vamos desistir, queremos alcançar mais glórias. O povo sírio está passando por um momento muito difícil, mas vamos tentar o nosso melhor para obter um bom resultado para eles... Não vamos desistir - concluiu o treinador.
Uma nova vitória pode ser vista como uma suavização em meio ao caos. Bem desde a última fase do torneio classificatório, o time nacional não joga em casa desde 2011 e seus jogadores estão impedidos pelo governo de deixar o país para atuar em outras ligas. Mesmo assim, há superação e esperança em busca de uma epopeia.
Em tempo, a guerra civil na Síria já matou cerca de meio milhão de pessoas ao longo de seis anos. O futebol local, contudo, segue intocável e com públicos consideráveis nos estádios.