Ídolo da Bulgária chora ao falar de racismo nas eliminatórias da Euro
Ex-Barcelona, Hristo Stoichkov ficou decepcionado com as atitudes da torcida búlgara na partida contra a Inglaterra e pediu punição: 'As pessoas não merecem sofrer'
Considerado o maior jogador da história da Bulgária, o ex-Barcelona Hristo Stoichkov chorou ao comentar os insultos racistas e os gestos nazistas feitos pelos torcedores búlgaros durante a partida da seleção com a Inglaterra, pelas eliminatórias da Eurocopa, na última segunda-feira.
- Esses torcedores deveriam ser proibidos de voltarem ao estádio. Podem também como na Inglaterra, ou seja, cinco anos sem terem autorização para entrarem em um jogo. As pessoas não merecem sofrer - afirmou em um programa de TV 'Futbol Central'.
RACISMO
A torcida búlgara direcionou os insultos aos jogadores negros da equipe inglesa. Rashford e Wings foram os mais perseguidos. O jogo foi interrompido duas vezes, com o capitão Harry Kane comunicando os insultos ao árbitro da partida e o treinador Gareth Southgate falando com o delegado do jogo.
REAÇÕES
Após a partida, Sterling, que já foi vítima de racismo na Inglaterra e uma voz atuante contra o preconceito racial, ressaltou que "sente pena pela Bulgária por ser representada por tais idiotas em seu estádio". Rashford pontuou que o racismo precisa ser eliminado e valorizou a atitude do capitão da Bulgária em pedir que os torcedores parassem de fazer aquilo.
CASOS CRESCEM
Não é só na Bulgária e em outros países da Europa oriental que o racismo é mais evidente. Os números comprovam um aumento de injúrias raciais também nos estádios britânicos. A organização inglesa 'Kick It Out', que trabalha na inclusão e no combate à discriminação, divulgou, em julho, um relatório que comprovou o aumento, em 47%, de casos de racismo dentro de estádios no Reino Unido na última temporada. Tammy Abraham (Chelsea), Paul Pogba (Manchester United) e Raheem Sterling (Manchester City) já sofreram racismo nesta temporada.
Na Itália, o racismo é cada vez mais escancarado. A chegada de Romelu Lukaku na Internazionale evidenciou o problema no país. Em sua estreia, contra o Cagliari, a torcida da casa fez sons de macaco quando o atacante foi fazer a cobrança de uma penalidade. Após o caso, a própria torcida da Internazionale enviou uma carta aberta ao belga, dizendo que aquilo não era racismo. Neste domingo, o jornalista Fabio Ravezzani, foi demitido do canal 'TopCalcio24', depois de dizer que a única forma de parar Lukaku era "atirando dez bananas" nele.