Influência japonesa? Investimento chinês lembra a criação da J-League
Desejo de fortalecer as divisões do Campeonato Chinês se assemelha ao do início do profissionalismo no Japão, que também contou com 'pés brasileiros'
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O forte investimento em contratações de impacto para divulgar uma competição local não é uma iniciativa inédita em território asiático. Décadas antes dos chineses abrirem o cofre, o Japão recorreu a jogadores do Brasil e do mundo para profissionalizar seu futebol através da J-League.
Idealizada em 1991, a J-League teve sua primeira edição oficial no outono de 1993, com dez times. O "sakkā" (versão japonesa de "soccer") logo superou a audiência das partidas de beisebol locais, e conquistou torcedores que se aglomeravam para ver o esporte se desenvolver com a ajuda de pés brasileiros.
Coube a um Galinho despertar para o mundo a "terra do Sol Nascente". Eterno ídolo do Flamengo, Zico trocou a aposentadoria (na qual foi até secretário de esportes do governo do então presidente da República, Fernando Collor de Mello) desembarcou no Sumitomo Metals, que ganharia mais tarde o nome de Kashima Antlers.
Seu repertório repleto de jogadas e golaços encheu os olhos e mudou a rotina da cidade. A pequena Kashima, que era conhecida apenas pelo templo de Kashimasingu, onde peregrinos celebravam o dia do Ano Novo Chinês, tornou-se um polo turístico a ponto de aumentar a frequência de ônibus que saíam de Tóquio para ver "Jico".
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Ao lado de Zico, estava outro jogador conhecido dos rubro-negros. Após se destacar no Flamengo e no Grêmio, Alcindo fez as malas para o Japão e garantiu sua consagração: além dos gols marcados graças às tabelinhas com o camisa 10, o atacante cabeludo tornou-se personagem de mangá, que atuou por Kashima Antlers, Verdy Kawazaki e Consadole Sapporo.
O Brasil ainda proporcionou à seleção do Japão um de seus grandes ídolos. Presente em terras nipônicas desde os anos 1970, Ruy Ramos viu o crescimento do futebol local e, conhecido como Ramosu Riu, defendeu clubes como Verdy Kawasaki e Kyoto Sanga, e encerrou a carreira por lá em 2002.
No mesmo período nipônico de Zico e Alcindo, ainda estariam na "terra do Sol Nascente" nomes como o ex-vascaíno Bismarck, o ex-palmeirense Mirandinha e o ex-botafoguense Carlos Alberto Santos, e a J-League ainda ganharia uma Segundona. Mais tarde, o mercado do Japão incluiu jogadores titulares na Seleção Brasileira, como Leonardo e Dunga. Ao que parece, os chineses investirão pesado para honrar o jargão "negócio da China" e tornar sua competição tão atrativa quanto seu colega de continente.
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