Jorge Jesus sobe o tom, lembra período no Flamengo, fala de fase do Benfica, mas diz: ‘Críticas injustas’
Ex-treinador rubro-negro se incomoda com pressão que vem sofrendo no clube português, cita período em que esteve fora por conta da Covid-19, e diz que não tem culpa pela fase
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O técnico Jorge Jesus subiu o tom na véspera do duelo contra o Arsenal, pela Liga Europa. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, o comandante do Benfica respondeu às críticas que vem sofrendo na equipe portuguesa, lembrou do período que esteve fora por Covid-19 e citou a fase que viveu no Flamengo, entre 2019 e 2020.
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- Nós, Benfica, durante estas semanas e esses dois meses, somos alvos de críticas injustas. E posso explicar o porquê. Eu, como treinador do Benfica, serei sempre responsável pelos bons e maus resultados quando eu tiver alguma responsabilidade. Como eu sou treinador e não tenho a ver com essa crise do Benfica? Não tenho a ver porque eu não treinava os jogadores do Benfica. Os jogadores estiveram doentes durante dois meses - disse Jesus.
- Em janeiro, o Benfica era segundo (Campeonato Português), a dois pontos do Sporting. Em janeiro, o Benfica teve 12 jogadores fora por Covid-19. Inclusive minha equipe técnica teve várias sessões de trabalho que não aconteceram. Vou assumir sempre minha responsabilidade, como treinador, quando não houver resultados. Mas essa crise nada tem a ver comigo, porque não treinava o time. Não tem nada a ver com meus jogadores - continuou.
- Disseram que eles não suavam a camisa? Não suavam como, se vinham de uma doença que não conseguimos controlar? Depois do jogo contra o Porto, tivemos 26 casos em uma semana. Uma comissão técnica que ficou vários dias que não deram treino. Perdemos várias sessões de treino. Não podíamos nem estar juntos para falar - completou.
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Muito irritado durante a entrevista coletiva, Jorge Jesus disse que os jogadores do Benfica precisam de "carinho" dos torcedores e não de críticas.
- Acho que os jogadores do Benfica precisam de carinho, não de dúvida. Acho que o Benfica tinha que estar junto. O presidente, o treinador e os jogadores não conseguem controlar uma pandemia de Covid-19. Chegou ao limite de eu ler tanta coisa, ofenderem, "o treinador vai sair"... Não tem nada a ver comigo. Vim para o Benfica porque acreditei em um projeto do presidente. E o presidente não tem nada a ver com o que aconteceu da Covid-19. Nós passamos dois meses e meio por isso.
- Eu assumo minha responsabilidade como treinador, se o Benfica tivesse nessa condição e se tivéssemos treinado. Não me sinto responsável por essa crise no Benfica. Nem eu, meus jogadores, presidente... Fomos pegos em uma pandemia. Se estivesse trabalhado, estou aqui para assumir minhas responsabilidades. Só os jogadores sabem o que passaram. Uma coisa é ter Covid-19 e estar em casa. Outra é ter e ter que correr em alta intensidade. E hoje disseram que vai ter 'buzinaço' pela crise. Devia ter 'buzinaço' para nos dar carinho, a mim e meus jogadores. Ninguém sabe o que sofremos aqui, por dois meses e meio - concluiu o português.
Em determinado momento, Jorge Jesus lembrou do período que esteve no Flamengo e citou as conquistas no clube para comparar com o momento benfiquista. O lusitano disse que "conquistou tudo" com exceção do Mundial de Clubes, apesar de ter perdido também a Copa do Brasil.
- Eu vim para o Benfica porque acreditei no projeto do Benfica. Vocês sabem que no último ano onde trabalhei (Flamengo) só não ganhei o Mundial. Só não ganhei o Mundial. O resto ganhei tudo. Eu, não. Meus jogadores, o clube onde estava. Mas em relação ao que o Benfica passa, nada tem a ver com falta de qualidade do meu trabalho, do trabalho de meus jogadores, da estrutura... Parece que ninguém sabe de nada - disse.
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