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Ao L!, Marcelo Bechler fala sobre fases de Barcelona e Real Madrid e projeta o superclássico espanhol

Eternos rivais se enfrentam no maior jogo da Espanha neste sábado, às 16h (horário de Brasília), no Estádio Alfredo Di Stéfano, em jogo decisivo na disputa pelo título de LaLiga <br><br>

Na vitória de 3 a 2 sobre o Real Madrid, Messi chegou ao 500º gol pelo clube. Somando com os feitos pela seleção argentina, são 558 na carreira. Profissionalmente só vestiu essas duas camisas
Messi pode fazer a diferença no clássico contra o Real Madrid (Foto: OSCAR DEL POZO / AFP)

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Sábado é dia de El Clásico. Real Madrid e Barcelona se enfrentam em um duelo que pode ser decisivo para a sequência do Campeonato Espanhol. O LANCE! entrevistou o jornalista Marcelo Bechler, correspondente da "TNT Sports" na Espanha, que analisou o confronto e o momento das duas equipes na temporada. Apesar do Real ter vencido os dois últimos confrontos e jogar no Estádio Alfredo Di Stéfano, essa é uma partida na qual não há favorito.

Momento

O Barça ocupa a vice-liderança da competição com 65 pontos - um a menos que o Atlético de Madrid, enquanto a equipe de Zinedine Zidane está em 3º lugar com 63 pontos. O time de Ronald Koeman vive ótima fase, com direito a 19 partidas sem perder na La Liga, mas a mudança de mentalidade da última temporada para a atual é tida como decisiva e o clássico é visto como um catalisador em uma possível arrancada para o título, segundo o repórter.

> Veja a tabela da La Liga

- O elenco (do Barça) não aceita perder. Eu acredito que o duelo pode dar um golpe de moral muito grande e ajudar a decidir. O Atlético pode ser ultrapassado ainda nesta rodada e é um jogo que pode decidir o Campeonato e lá na frente veremos o peso que o clássico teve. Já tivemos vezes em que a competição foi resolvido no critério de desempate, que é o confronto direto.Dentro de campo são as melhores sensações que o Barcelona transmite desde antes da saída do Neymar.

Olho neles

Nos dois últimos clássicos, o Real Madrid conseguiu triunfar diante do Barcelona. Um nome não apareceu tanto e pesou contra os catalães: Messi. A última vez que o argentino marcou gol em El Clásico aconteceu em 2018, em um empate por 2 a 2. Segundo Bechler, o camisa 10 deve assumir o protagonismo para dar mais chances de vitória aos visitantes neste sábado.

- O Messi precisa jogar bem. Ele jogou mal no primeiro turno, teve poucos lances contra o Courtois e desperdiçou as oportunidades. Quando Messi joga bem, é difícil alguém conseguir segurar. Se ele jogar bem, o Barcelona vai vencer.

Real Madrid x Barcelona
Em 2020, Vinícius Júnior foi decisivo (Foto: OSCAR DEL POZO / AFP)

Enquanto o Barça tem Messi de um lado, o Real Madrid deposita muitas fichas em Vinícius Júnior no atual momento da temporada. O jovem vem de uma partida brilhante contra o Liverpool, em que marcou dois gols, além de ter atuado bem no clássico da última temporada. O jornalista alerta para os pontos em que o grupo de Ronald Koeman precisa se atentar.

- O Barcelona é um time que dá espaço nas costas e o Vinícius tem velocidade, drible, progressão no um contra um. Ele vai emparelhar com o Mingueza, que é um jovem que enfrenta dificuldade nesse tipo de situação. No entanto, os melhores atletas do Real Madrid estão no meio-campo.

Detalhes

Zidane terá os mesmos problemas na montagem dos 11 titulares que encontrou contra o Liverpool, uma vez que Carvajal e Sergio Ramos seguem lesionados, enquanto Raphael Varane testou para Covid-19 na última terça-feira. No entanto, a partida deve ser decidida nos detalhes e o trabalho dos meio-campistas pode ser a chave para a vitória.

- O meio-campo (do Real Madrid) vem funcionando tão bem que nenhum problema estoura para a defesa. Os merengues podem impor uma pressão na saída de bola, mas caso o Barcelona consiga vencer a primeira marcação e pegue a defesa de frente já é meio caminho andado. Porém se o Real Madrid consegue pressionar bem, os meias, que jogam com um ou dois toques, podem encontrar Vinícius Júnior ou Asensio em velocidade e criar dificuldades. A estratégia está onde as equipes vão conseguir recuperar a bola em que altura do campo a marcação vai começar - analisou o jornalista.

Confira outros trechos da entrevista:

LANCE!: Como você vê este jogo para a sequência do trabalho de Ronald Koeman e para a permanência de Messi?

Marcelo Bechler: Vai depender do final da temporada. Se o Barcelona perder para o Real Madrid, mas terminar vencendo o Campeonato Espanhol e a Copa do Rei, é possível que não haja consequências mais graves. Se perder, é mais uma vez um jogo grande que a equipe blaugrana não corresponde à altura, porque o time vem em uma sequência de 16 vitórias e três empates, mas ainda não enfrentou o Real ou o Atlético de Madrid. Se vencer tudo, o Messi pode pensar que o clube não é tão terra arrasada como parecia ser e Koeman seja visto como um treinador que fez um bom trabalho de reconstrução e teve bons resultados.

Valverde marca no duelo entre Barcelona e Real Madrid
No primeiro turno, Barça foi derrotado no Camp Nou (LLUIS GENE / AFP)

L!: Como está a expectativa pela disputa do título na Espanha?

MB: Houve uma clara queda do Atlético de Madrid, que está tendo dificuldades para marcar, já não está tão confiante e que não consegue pressionar tão bem. O Barcelona tem transmitido melhores sensações nos últimos meses, mas o Real Madrid também vem crescendo. Pelo que estão jogando hoje, o normal é que os dois briguem pelo título.

L!: O foco do Real Madrid na Champions League pode prejudicar o rendimento da equipe no Campeonato Espanhol?

MB: Não, pelo contrário. Quanto mais jogos difíceis você tem, mais você tem que estar concentrado e acostumado a jogar sob pressão, não se assustar quando se está em dificuldades. Para quem quer competir, é muito melhor que tenha 10 finais do que partidas menores. A chance de você perder por desatenção é muito menor.

L!: Esse confronto representa uma nova fase tanto do Barcelona quanto do Real Madrid em que os jovens estão aparecendo. Como você enxerga este momento?

MB: Nós tivemos durante quase uma década os melhores jogadores do mundo atuando em Barcelona e Real Madrid até o fim de suas carreiras ou saírem, como no caso de Cristiano Ronaldo. Agora é um momento de renovação, mas vejo que o foco ainda está nos jogadores mais experientes. Mas é um processo natural, pois depois de ter atletas tão bons, é preciso buscar alternativas e os dois clubes apostam nos jovens até pelas dificuldades de mercado causadas pela pandemia.

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