Luiz Gomes: ‘Messi x Barça, um divórcio de conveniência’
'Não foi hoje, da noite para o dia, que o Barcelona descobriu que as normas de fair play financeiro impediriam a renovação do contrato. É uma ingenuidade acreditar nisso.'
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Uma separação amigável! Foi como o Barcelona definiu em nota oficial o desfecho da negociação com Messi. Pode até ser, mas amigável nem sempre significa que as duas partes estejam de acordo. Pode haver, tão somente, conveniência de um lado e/ou de outro.
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Não é de agora que o craque argentino vem demonstrando insatisfação com o que viveu na Catalunha nos últimos anos. Messi já não era o mesmo desde o desmanche do trio com Neymar e Suárez. Vale lembrar que, ano passado, por pouco ele não deixou o clube, chegou a oficializar sua intenção, mas desistiu para evitar um embate jurídico em torno da multa de 700 milhões de euros (quase R$ 5 bilhões) prevista em contrato.
Ora, não foi hoje, da noite para o dia, que o Barcelona descobriu que as normas de fair play financeiro de La Liga impediriam a renovação do contrato de sua maior estrela, mesmo com a redução salarial em torno de 50% aceita pelo jogador. É uma ingenuidade acreditar nisso.
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O clube, mesmo tendo de renovar com Messi, não poupou esforços e recursos para se reforçar, contratou nomes como Agüero, Depay, Eric Garcia e Emerson, todos com salários de peso. Portanto, ou estamos diante de um terrível erro de cálculo, de uma aposta perdida no prestígio do clube em dobrar o comando de La Liga e driblar o fair play ou algo de novo aconteceu.
E esse algo de novo pode ter nome. Nome e endereço. Pode ser Paris ou Manchester. Ao que parece, as restrições de La Liga tornaram-se apenas o bode expiatório, uma desculpa perfeita que as partes encontraram para que ninguém saia mal da história. A diretoria do Barcelona pela incapacidade de cobrir propostas que se tornariam públicas e mais vantajosas pelo seu craque, e Messi para não ser acusado de traição ou abandono após impressionantes 17 temporadas, 778 jogos, 672 gols, quatro Champions League, três Mundiais e dez Espanhóis.
Mas, convenhamos, nem tudo é ruim nesse divórcio. O Barcelona, como aconteceu com a saída de Cruyff em 1978, e de Ronaldinho Gaúcho, em 2008 – antes de Messi, os maiores nomes da história do clube – vai ter a oportunidade de começar um novo ciclo. E buscar reencontrar vitórias que nos últimos anos andavam sumidas – já faz seis anos desde a última Champions. E Messi, aos 34 anos, vai poder descobrir, enfim, que existe vida além de Camp Nou. Que ambos tenham sorte!
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