Luiz Gomes: ‘Situação intolerável em competições da Conmebol’

Colunista escreve sobre tumultos e práticas que cercaram partidas da final da Sul-Americana e diz que está na hora da entidade mostrar que se modernizou

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Uma final que tinha tudo para ser reconhecida pela importância e pela tradição de dois dos principais clubes do continente acabou manchada, antes de a bola rolar, pelo que de pior existe em torno do nosso futebol. As horas que antecederam a`decisão foram tensas. Houve confronto entre torcedores do Flamengo e do Independiente na chegada ao Maracanã, os ônibus dos visitantes foram danificados e a polícia teve dificuldades de conter a situação.

De madrugada também houve confusão na porta do Hilton Barra, hotel onde os argentinos estavam hospedados. Torcedores rubro-negros fizeram algazarra, soltando fogos e buzinando para tirar o sono dos jogadores. Não há nenhuma novidade nisso, é uma rotina no futebol do continente.

A delegação rubro-negra enfrentou o mesmo problema no jogo de ida, em Buenos Aires. O fato novo é a pretensão da Conmebol de alguma forma punir os clubes. A entidade está analisando os fatos ocorridos no Rio e na Argentina para decidir o que fazer. Também investiga os gestos racistas de torcedores do Independiente, que imitaram macacos ao se dirigirem aos brasileiros no estádio Libertadores da América.

Desde que estouraram os escândalos da Fifa, que levaram uma nova diretoria à entidade, a Conmebol promete mudar, se modernizar e ser mais transparente. Isso deve incluir impor civilidade ao futebol sul-americano. Não dá mais para achar normal escudos protegendo jogadores na cobrança de escanteio, água cortada nos vestiários dos adversários, manifestações racistas ou badernas como as que se viu nesses jogos das finais. Livrar-se disso será a maior prova de que realmente uma nova Conmebol pode estar surgindo. E que uma Libertadores – ou mesmo uma Sul-Americana - pode um dia ser comparável a uma Champions ou outras competições europeias.

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