Morre Luisinho Lemos, técnico e maior artilheiro do America
Com 66 anos, ele não resistiu a um infarto sofrido na estreia do time Rubro na Série B1 do Carioca. Luisinho estava internado no Hospital Geral de Nova Iguaçu desde 25 de maio
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Faleceu na manhã deste domingo Luisinho Lemos, técnico, ex-jogador e um dos maiores ídolos da história do America. Ele tinha 66 anos de idade e ia para a segunda temporada no time Rubro, mas não resistiu a um infarto sofrido no dia 25 de maio.
O treinador estava internado no Hospital Geral de Nova Iguaçu desde então. O infarto aconteceu na estreia do America na Série B1 do Campeonato Carioca, na vitória por 3 x 0 da equipe contra o Nova Cidade. Aos 28 minutos da etapa final, ele se sentou no banco de reservas, não conseguiu se levantar e pediu ajuda.
O America se pronunciou em nota oficial e informou que o velório de Luisinho vai ser realizado na segunda-feira, dia 3, das 9h às 12h no Cemitério do Caju, no Rio. A cerimônia de cremação está prevista para as 13h.
Ex-presidente do America, Léo Almada lamentou profundamente a morte do ídolo do clube. O advogado ressaltou o sentimento que Luisinho tinha pelo clube, mesmo quando não estava vestindo a camisa rubra.
- Lamentamos profundamente porque apesar de ter estado fora muitos anos, a gente sentia que a vontade dele foi a de ser treinador do America. A gente acha que para ele foi uma glória ter falecido comandando a equipe do America. Não podemos nos colocar no pensamento dele, mas tenho a certeza que ele era um verdadeiro americano. Fizemos tudo para que ele sobrevivesse, mas a vontade de Deus é maior do que tudo - lamentou, em conversa por telefone.
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Foi respeitado um minuto de silêncio no intervalo do clássico entre Vasco e Botafogo em homenagem ao ex-atacante. O Flamengo também homenageou o atleta, que vestiu a camisa rubro-negra entre 1975 e 1977, colocando a bandeira do clube a meio mastro na Gávea.
ARTILHARIA VINDA DE FAMÍLIA
Luisinho Lemos nasceu no dia 3 de outubro de 1952, em Niterói, no Rio de Janeiro, e vinha de uma família "de centroavantes". Ele era irmão de Caio Cambalhota e César Maluco.
Luisinho deu seus primeiros passos de sua grande história no America em 1973. Ele foi o maior artilheiro do clube e obteve títulos importantes. O primeiro deles em 1974: a Taça Guanabara, na qual o centroavante foi um dos destaques do time que contava com nomes como Edu, Gilson Nunes e Orlando.
A boa fase fez com que Luisinho "Tombo" chamasse a atenção do Flamengo. Embora não tenha conquistado títulos de ponta com a camisa 9 do Rubro-Negro, o atacante marcou 82 gols em 183 jogos e teve grandes momentos atuando ao lado de nomes como Júnior, Zico, Geraldo "Assoviador" e Doval.
Depois, Luisinho foi vendido para o Internacional, e se sagrou campeão gaúcho em 1978. Contudo, logo voltou para o Rio de Janeiro e teve uma breve passagem pelo Botafogo, atuando ao lado de Dé e Mendonça.
TAÇA DOS CAMPEÕES
O centroavante ainda atuou por dois anos no Las Palmas (ESP) antes de acertar sua volta ao America em 1982. E, ao voltar a vestir a camisa rubra, saboreou novas conquistas. A equipe que tinha Gasperin, Duilio, Elói e Gilson Gênio sagrou-se campeã da Taça Rio e teve um momento histórico: venceu a única edição da Taça dos Campeões. O Mecão derrotou o Guarani por 2 a 1 na prorrogação no Maracanã.
Em 1984, o "Tombo" desembarcou no Palmeiras, com a responsabilidade de tirar o clube do incômodo jejum de títulos. Entretanto, mesmo ao lado de Leão, Jorginho e Mário Sérgio, não tirou o Verdão da seca.
No ano seguinte, retornou para sua última passagem pelo America, clube no qual marcou 311 gols e se tornou maior artilheiro da história do clube. Ainda perambulou pelo Ferroviário e por clubes do Qatar, como Al-Wakrah e Al-Sadd. Após atuar pelo Americano, pendurou suas chuteiras no Qatar SC.
TRAJETÓRIA COMO TÉCNICO
Após encerrar sua carreira nos gramados, Luisinho Lemos não deixou o futebol por completo. O ex-jogador iniciou sua trajetória como técnico no America em 1994. Depois, comandou clubes como Remo, Vilavelhense-ES, Rio Branco-ES, Al-Shabbab (KWA), Itaperuna, Bonsucesso e, em 2001, levou o Brasiliense à final do Candango (o que credenciou o clube a ir à Copa do Brasil no ano seguinte).
Em 2018, Luisinho Lemos voltou ao America como treinador e conseguiu sua última glória: conduziu a equipe ao título da Série B1. Porém, a equipe não teve bons resultados na Seletiva do Carioca e voltou para a Segundona.
Mantido neste ano, ele comandava o Mecão quando veio a fatalidade: após passar mal no segundo tempo da vitória por 3 a 0 da equipe sobre o Nova Cidade, Luisinho Lemos foi internado e teve diagnosticado um infarto agudo no miocárdio. Os médicos chegaram a recomendar que ele não treinasse mais equipes.
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