OPINIÃO: ‘Huracán foi para a Libertadores no último suspiro’
Repórter do Olé, Ricardo Sapia, diz que triunfo da equipe argentina sobre o Caracas (VEN) teve lampejo de lucidez, mas esteve longe de ser brilhante
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Passamos! Vamos à luta pela América uma vez mais, pela terceira excursão consecutiva. Ao Uruguai, à Colômbia, ao Peru, com o prestígio limpo e a confiança intacta.
Obrigados a não sair do tom, o trem do Huracán partia e não encontrava aonde ficava a estação de gol que o depositaria à fase de grupos da Copa que todos querem. Estava perdido, no campo e no marcador, desorientado, quase beijando a lona.
Porém, teve um segundo de lucidez, pensou e armou uma jogada clara. Cruzou e a cabeça de Mendoza, o salvador de um sonho, guardou. Gol, passou. Derrota, mas com sabor de triunfo.
O problema é que as dúvidas ficam pelo caminho. O Huracán não fez uma partida inteligente, e que converter primeiro era chave (como, no fim, foi). E o péssimo estado do gramado era ruim para os dois, mesmo que eles fossem mandantes.
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Segurou boa parte do primeiro tempo, mas cochilou nos acréscimos e a vantagem se esvaiu. A volta foi frustrada, como se tudo estivesse perdido, e o goleiro foi um herói.
Desarmou a batida de González, cogitou-se os penais, e fosse o que São Marcos quisesse. Má ideia. Derrotada ampliada e nada que a resgatasse.
Salvo um instante de "eu posso", e esse momento chegou. Leu a 300 páginas do livro num suspiro. O último. O estribo que se agarrou para subir no trem do Grupo 4. E o alcançou, desta vez o alcançou.
Foi heroico, mas longe de ser uma noite digna de fogos de artifício. Teve lampejos de façanha, mas não para acreditá-la. Por mais que pudessem dizer antes do Huracán "diante disto, não pode-se passar". Agora, o Huracán passa.
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