Opinião: ‘O que faria Cruyff sábado?’
Miguel Rico, diretor-adjunto do jornal espanhol "Mundo Deportivo", parceiro do LANCE!, comenta sobre o legado do ídolo holandês
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Se eu tivesse que avaliar o reconhecimento de Johan Cruyff, definiria com uma palavra: unanimidade. Eu nunca vi nada parecido em qualquer gramado. Cada sentença pronunciada, cada texto publicado foi o resultado lógico para o confronto com a evidência objetiva esmagadora de sua obra majestosa. Sua figura é agora marca definitivamente indelével. Mantê-lo vivo, visível, depende deles que desde quinta-feira, e pelo menos até sábado, voltaram-se para confessar seguidores da palavra divina do profeta. Veremos que acontecerá a seguir...
Enquanto isso, tudo o que foi feito, e mais, ainda parece ter pouco já foi muito. Em particular, o documento assinado por todos os presidentes do clube, que foi aprovado sem alterações ou objeção. Mais um assinado sem lê-lo. Incondicionalmente. Mas isso é a marca registrada de todos aqueles que têm representado e representam o clube. E isso significa compromisso eterno. A Cruyff é reconhecido para nunca esquecer. Pois, sem ser, é sempre. Com seu nome no estádio (ou não), com uma cadeira perpétua e sempre vazio no palco (ou não), mas tê-lo sempre presente. Qualquer que seja o caso, mas não traí-lo. Conforme decidido, qualquer um. Planejada ou espontânea, ou ambos ao mesmo tempo. Fazendo a 14 minutos minutos de Cruyff, ou fazendo o que todo mundo se sente que requer memória.
E assim, sem saber o que deve ser realizado nesta infinita gratidão, honestamente, não se pode pensar em melhor maneira de torná-lo visível, a persistir em sua ideia. A partir da relação inegociável com a origem, a bola.
O Barça é de todos, mas o futebol do Barça, é dele. De Johan. E no sábado Cruyff não estará no clássico entre Barcelona e Real Madrid, que será jogado sem ele. Como é que os jogadores reagirão a esta desvantagem emocional? O Camp Nou lotado. Cem mil pessoas, entregues incondicionalmente à causa, não preencherão o vazio de sua ausência. E no gramado, o time e o treinador do Barcelona viverão uma situação única: defender o nome de Cruyff impresso na camisa.
Um cenário único em que, precisamente por isso, essencialmente, bem acima do marcador, vai provar o contrário do que eles sempre nos disse. A verdade é que só morre uma vez, mas você sempre pode viver.
E para confirmar, o Barça tem que continuar a jogar futebol como se nada tivesse acontecido. Mas isso, é claro, como fazê-lo em momentos tão especiais? Guardiola disse outro dia, quando ele estava a perdendo por 2 a 0 em casa contra a Juventus, ele se perguntou o que ele faria se fosse Cruyff, como estava, com a corda no pescoço. Pep não nos disse qual foi a resposta, mas sabemos o resultado. O Bayern lutou e virou para 4 a 2 diante da Juventus. Talvez Luis Enrique, vai fazer a mesma pergunta. O que faria Cruyff se estivesse no meu lugar no sábado? Outra pergunta sem resposta, mas, o conhecendo, Johan diria aos jogadores: "Esqueça tudo. Entre e desfrute."
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