Pablo nega mágoa com Corinthians e fala sobre Europa, Copa-2018 e futuro
Em entrevista exclusiva ao LANCE!, o zagueiro do Bordeaux detalha a fase atual de sua carreira e cogita retornar um dia ao Timão; confira o papo com o jogador!
Campeão paulista e brasileiro em 2017, Pablo acabou não renovando o contrato com o Corinthians e voltou para o Bordeaux (FRA). O zagueiro chegou ao Timão por empréstimo de um ano e mesmo após longa negociação com o clube e propostas de outras equipes, acabou retornando ao futebol francês.
Pouco mais de cinco meses após saída do clube, Pablo apresenta bom futebol na França e já é um dos destaques do Bordeaux. Além de comentar sobre a conturbada negociação com o clube brasileiro, o defensor de 26 anos falou em entrevista exclusiva ao LANCE! sobre este seu momento especial na França, Fábio Carille, polêmicas envolvendo a final do Campeonato Paulista de 2018, Paris Saint-Germain e sua expectativa para a Copa do Mundo.
Tendo em vista que você quase não teve pré temporada, como foi a sua readaptação ao futebol francês?
Foi tudo meio louco, quase nem tive pré temporada. Eu estava de férias e acabei vindo para a França, o clima é diferente, a língua também, tive apenas dez dias de preparação e cinco treinando com bola até a minha estréia contra o Nantes, partida em que saímos vitoriosos. Foi um pouco complicado para mim, mas com tempo e com jogos você vai ganhando ritmo e isso não influenciou no meu futebol.
Como está o seu momento na França?
Está sendo tudo muito positivo e especial para mim. O que me ajudou foi ter vindo de um campeonato muito forte, como é o Brasileiro, e de uma equipe forte. Isso acabou facilitando para eu demonstrar um bom futebol aqui na França.
Você preferia ter continuado jogando aqui no Brasil?
Minha ideia sempre foi permanecer aí (no Brasil), infelizmente não deu certo. O que realmente atrapalhou foi o Bordeaux ter demonstrado grande interesse em contar com o meu futebol e, consequentemente, acabou dificultando as negociações.
Durante as negociações, muito se ouviu sobre seu empresário, Fernando César, não estar conduzindo sua carreira da melhor forma. Como foi isso para você e o que de fato aconteceu?
Vi muita coisa envolvendo meu nome, foi uma negociação complicada e quando isso acontece surgem muita especulações e notícias falsas. Quero deixar claro que o motivo de não ter dado certo de ficar no Brasil foi o desejo do Bordeaux em contar comigo e isso acabou me motivando e me empenhando em seguir carreira lá.
Ficou alguma mágoa com o Corinthians?
Jamais vou ficar com mágoa. Só tenho que agradecer por tudo que conquistei em um ano no Corinthians e quem sabe um dia volte ao clube. É claro que todos pensam que vou guardar alguma mágoa, mas só tenho a agradecer ao Corinthians. Não tenho motivo para ter mágoa com a instituição Corinthians, o que não deu certo foram negociações com dirigentes da época.
Você formou com Balbuena a melhor dupla de zaga da sua carreira?
Acredito que sim. Foi um ano marcante, excelente e regular. Já nos conhecíamos muito bem dentro de campo, não precisávamos nos comunicar muito durante a partida, era mais orientar os companheiros de equipe, pois ele já sabia onde eu estaria, quando precisaria de cobertura e onde gostaria de receber a bola e eu sabia as características dele também. A gente se completava.
Qual a sua opinião sobre o trabalho de Fábio Carille no comando da equipe?
É um treinador muito exigente, acredita 100% no seu trabalho, conhece muito bem o sistema implantado. Nos orientava superbem, especificamente as linhas defensivas, o último homem e o posicionamento. Os treinamentos são bem exigentes. A equipe segue uma ideologia antiga, não foi só com ele, mas a forma com que o Corinthians se estruturou nos últimos anos acaba influenciando dentro de campo.
Ele teria espaço no futebol europeu?
Com certeza ele daria certo aqui, tem uma forma de pensar e enxergar os jogos que se enquadram no padrão europeu. As linhas de quatro e o sistema que o Carille utilizava são os mesmo aplicados na Europa.
Tem acompanhado os jogos do Corinthians?
Não muito. Vi os dois jogos da final do Campeonato Paulista, a primeira partida em que perdemos e a segunda que saímos vitoriosos e conquistamos o título. O time vem muito forte, sem dúvidas.
O que você acha sobre toda a polêmica envolvendo a final do Paulistão?
De longe é difícil de acompanhar e ter uma opinião formada sobre isso. Quando você está no campo fica difícil opinar, imagina vendo tudo pela televisão.
Pretende voltar ao Brasil?
Não é o meu foco. Pretendo fazer uma carreira aqui na Europa, jogar em clubes de expressão, grandes competições e conquistar títulos títulos importantes. Quero fazer um grande trabalho aqui e jogar a Champions League. O futuro eu vejo no meu país, ficar perto dos familiares e morar onde estou acostumado.
O que achou sobre Andrés Sanchez ser o novo presidente do clube?
Tem muita força e um moral imenso no clube. Ganhou diversos títulos no Corinthians, começou um trabalho de sucesso e é um nome muito forte.
Como que é ter o Paris Saint-Germain como rival na liga?
É bem diferente do Brasil, onde as equipes de ponta são mais ou menos niveladas e aqui não, há uma diferença muito grande, principalmente se tratando de PSG, que tem uma diferença técnica enorme. A preparação para jogos contra eles é diferente, não pode entrar em campo achando que será como um time normal,que não vai ser. Jogamos contra ele no último fim de semana e acho que não merecíamos perder, fomos melhores durante toda a partida, mas pelo elenco qualificado, uma oportunidade criada de gol e eles podem definir a partida, foi o que aconteceu.
Qual a sua expectativa para a Seleção Brasileira na Copa do Mundo?
Com certeza brigará pelo título. O nível do nosso futebol está muito forte. Demonstrou isso contra a Alemanha, apesar deles estarem desfalcados, ainda são muito fortes e fizemos uma boa partida, mesmo sem o Neymar. As chances do hexa são imensas.
Como está sendo a repercussão da lesão de Neymar ai na França?
O Neymar é um estrela internacional, a repercussão da lesão dele foi também muito grande aqui na França, tudo que ele faz ou deixa de fazer vira notícia, assim como no Brasil.