César Martins saiu do Flamengo em junho desse ano, mas não esqueceu o clube. Emprestado pelo Benfica, ele não teve o vínculo renovado e acabou voltando para Portugal, onde atualmente joga pelo Nacional. Em entrevista exclusiva ao LANCE!, o zagueiro falou sobre sua relação com o Fla, futuro e relembrou a grande defesa que fez na partida contra o Palmeiras.
- O pessoal sempre brinca com aquela minha defesa contra o Palmeiras e naquele momento eu não pensei em nada só em evitar que o Flamengo levasse o gol e fosse derrotado. Eu não consigo ver meu time perder e não fazer nada. Mas o lance ficou marcado e o torcedor se diverte com aquilo hoje, até fico feliz por isso - comentou.
O Rubro-Negro vem de uma sequência muito boa dentro do Brasileirão e uma vitória histórica na Sul-Americana. O time está a apenas três pontos do Palmeiras, atual líder, e daqui a duas rodadas fará um confronto direto contra os paulistas. César preferiu adotar uma postura cautelosa quanto ao "cheirinho de hepta", mas frisou o quando o Fla pode ser perigoso quando briga pelo título.
- O atual momento está muito bom, mas não pode deixar subir a cabeça. O elenco está muito qualificado, tem muitos jogadores experientes, time sendo bem montado pelo "Mister Zé". Não pode deixar o Flamengo sonhar, se não ninguém segura. É ter calma e usar essa experiência para se Deus quiser conseguir um título esse ano, o Flamengo merece - disse.
Você fez uma tatuagem de um momento que teve no Flamengo antes de sair. Por que resolveu fazer e qual é o significado dela pra você?
- A tatuagem foi por causa do jogo contra o Fluminense, foi o meu melhor jogo. Marcou muito não só para mim, mas para todos naquele momento. O Juan tinha machucado e eu também estava com uma torção no tornozelo. Fiz para ficar marcado comigo pro resto da minha vida.
Qual foi o sentimento de jogar pelo clube e o que você guarda de mais especial de sua passagem pela Gávea?
- Sentimento muito bom, de muita felicidade. Todo mundo quer jogar no Flamengo, quer vestir o manto sagrado. O que eu guardei de especial foram as amizades que fiz não só com os jogadores, mas com todos os funcionários do clube. As tias da cozinha, o pessoal da limpeza, os seguranças e, claro, o carinho da torcida que não são todos que conseguem.
Você foi afastado pelo clube e um mês depois, com a lesão do Juan, foi chamado às pressas. Como você recebeu essa notícia e como passou por essa situação?
- Eu recebi essa noticia eu estava em casa vendo o jogo e comendo pastel com a família. Tinha uma viagem marcada para dois dias depois, mas felizmente não tinha conseguido comprar a passagem. No fim da noite eles me ligaram perguntando se eu podia me apresentar. Não pensei duas vezes em aceitar, pelo clube e por meus companheiros, pelas amizades. Fiquei feliz deles terem lembrado de mim porque poderiam muito bem ter chamado outro, mas pediram para voltar e eu não podia recusar.
Você recebeu uma homenagem do clube, inclusive com uma camisa das mãos do Marcelinho Machado. Como foi ter esse reconhecimento?
- Eu não imaginava de ter esse reconhecimento, principalmente pelo Flamengo, porque acho que não fiz muita coisa para ser reconhecido para receber uma homenagem. Recebi uma camisa das mãos do Marcelinho e pra mim foi muito importante e significativo. É um ídolo para todo mundo que joga pelo Flamengo, que torce pelo Flamengo. Fiquei muito feliz, cheguei em casa e falei com a minha esposa que não estava acreditando que o Flamengo estava fazendo homenagem pra mim. Eu poderia ter rendido muito mais, ter feito muito mais, sei disso, mas não aconteceu e ainda assim eu recebi esse carinho. O clube soube reconhecer o que eu passei, por isso sempre vou guardar com muito carinho.
Você interage muito nas redes sociais com torcedores do Fla, inclusive fazendo brincadeiras sobre o clube. Como é essa relação com a Nação Rubro-Negra?
- Uma relação muito boa. É muito importante manter contato com um clube que nos acolheu bem, onde os torcedores nos querem bem, não só lá mas fora. Fico muito feliz com tudo isso. Espero continuar acompanhando e quem sabe um dia voltar para conquistar títulos e ajudar o clube.
Uma coisa marcante da sua passagem pelo clube foi sua ligação com o FlaBasquete. Você foi a uma partida no Tijuca Tênis Clube e também nas finais lá na Barra. Como é a sua relação com o esporte e, principalmente, como começou essa conexão com o basquete rubro-negro?
- Eu gosto de assistir muito a NBA. Depois que fiquei sabendo que tinham jogadores americanos no Flamengo, comecei a acompanhar mais, e gostei muito. O Flamengo sempre está ganhando títulos no basquete e ganhou o último. Fiquei muito feliz e acompanhei o jogo em casa. Aqui vai ser mais difícil, mas sempre que eu puder vou acompanhar o FlaBasquete.
Como está sendo sua volta à Europa e o que levou de aprendizado para seu novo clube?
- Minha volta está sendo muito boa, a adaptação está sendo tranquila. Tem alguns brasileiros aqui e isso ajuda mais. Eu aprendi a ter mais paciência, ser mais tranquilo e ter a cabeça no lugar porque tudo vai dar certo.
Você ainda é novo e tem muita carreira pela frente. Pretende voltar ao Brasil algum dia? Quais são seus planos para o futuro?
- Quem sabe um dia eu possa voltar e ser feliz aí perto da minha família. Primeiro tenho que pensar no meu desempenho aqui no Nacional para depois saber o que vai acontecer no futuro. Mas estou bem aqui, quero jogar meu futebol e evoluir, porque a gente sempre precisa evoluir. Sei que essa experiência vai ser muito boa.