Preparador físico da comissão técnica de Fábio Carille conta a razão pela qual o treinador voltou à Arábia
Walmir Cruz, membro da comissão técnica de Fábio Carille no Al Ittihad, revelou detalhes do futebol saudita e falou sobre a convivência com Carille na Arábia Saudita
Numa conversa exclusiva com o LANCE!, o preparador físico da comissão técnica de Fábio Carille no Al Ittihad, Walmir Cruz, revelou como é viver na Arábia Saudita e explicou a razão pela qual o ex-treinador do Corinthians decidiu aceitar esse desafio.
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- Nós chegamos aqui no final de fevereiro, começo de março de 2020, fizemos dois jogos e o campeonato parou pela pandemia. Mas os governantes agiram rápido e fecharam tudo, até meca. Eu voltei para o Brasil e fiquei por lá 15 dias, antes de voltar para a Arábia. Nós fazíamos os testes de Covid-19 há cada 10 dias. A temporada passada, que terminaria em maio, acabou em agosto - disse.
Por já ter trabalhado em países com culturas diferentes, como Turquia e Japão, Walmir admitiu que a mudança para a Arábia foi tranquila. Ainda, ele detalhou como a presença de brasileiros no elenco (Marcelo Grohe, Bruno Henrique e Romarinho) e conhecer esses jogadores ajuda o trabalho da comissão.
- Quando você fala o mesmo idioma, ajuda bastante, pelo fato da comunicação ser direta. Às vezes você quer passar uma instrução, mas precisa do intérprete. Conhecer o jogador também facilita o trabalho. O Carille trabalhou com o Romarinho e Bruno Henrique no Corinthians, então já conhece as características e o dia-a-dia do jogador. Dessa forma, fica mais fácil lidar e orientar esses atletas - afirmou.
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Walmir também explicou um dos possíveis motivos que levaram Carille ao Al Ittihad, que nas últimas temporadas brigava para não cair. Para melhorar no campeonato local, a diretoria do clube saudita procurou o brasileiro.
- A questão de treinar em outro país é para melhorar a sua experiência, lidar com outra cultura e outros jogadores. No Brasil quando há um problema, você resolve na hora pelo idioma. Aqui você depende de algumas pessoas para resolver, e o jogador árabe é diferente do brasileiro, principalmente pela religião. Eles acordam 5h30 para rezar. Então se marcar treino pela manhã, o rendimento vai ser baixo pelos horários da reza. Essa é uma das questões que precisa ser levada em conta para não prejudicar o trabalho - ponderou.
O preparador físico acredita que Carille tenha evoluído com esse intercâmbio de ideias.
- Eu acredito que ele (Carille) evoluiu bastante. É difícil você pegar uma equipe com uma característica e transformar ela com o seu conceito de jogo. Nós estamos conseguindo fazer eles entenderem nossa metodologia de trabalho, e essa temporada tem dado resultado - revelou.
O Al Ittihad está em 4º lugar no Campeonato Saudita e luta por uma vaga na Champions League Asiática. Ainda, no dia 7 de fevereiro, no Marrocos, irá disputar a final da Liga dos Campeões dos clubes árabes contra o Raja Casablanca.
* Sob supervisão de Marcio Monteiro