Raphinha, do Rennes, conta ao L! sobre surpresa com o fim do Francês e sonho de jogar pela Seleção
Atacante foi contratado na atual temporada e participou de campanha histórica que levou o clube para a sua primeira Liga dos Campeões. Brasileiro também elogiou Fernando Diniz
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Raphinha nunca chegou a jogar profissionalmente no Brasil, construiu sua carreira na Europa e hoje é um dos principais destaques do Rennes. Após passagens por Vitória de Guimarães e Sporting, o atacante chegou ao futebol francês e contou para o LANCE! sobre a história feita no clube em apenas uma temporada: levar sua equipe pela primeira vez na história do clube em uma Liga dos Campeões. O brasileiro também comentou sobre o cancelamento da Ligue 1, Seleção Brasileira e histórias curiosas.
CAMPEONATO FRANCÊS
Aos 23 anos, o jovem foi vendido dos Leões para o Rennes no último dia da janela de transferências, chegou com a competição em andamento e não pôde terminar a temporada como planejava por conta da pandemia do coronavírus. Raphinha se disse surpreso quanto ao cancelamento do torneio, pois treinava e aguardava um retorno, e tinha vontade de finalizar a campanha épica dentro do campo.
- Nós, atletas, gostaríamos de ter terminado o campeonato da maneira correta e fazer os jogos que faltavam. Eu estava vindo em uma boa evolução na questão de adaptação pessoal na competição e com o grupo. A gente tinha uma programação para voltar aos treinos em uma segunda-feira e no sábado recebemos a notícia do cancelamento, foi uma surpresa. Porém a questão da saúde é o mais importante. Agora é se cuidar, se prevenir e fazer o possível para que essa pandemia passe logo e o futebol volte da maneira bonita que é: com torcedor no estádio.
Apesar de ter terminado de forma precoce, o Rennes conseguiu terminar o torneio na 3ª colocação, atrás apenas do Paris Saint-Germain e do Olympique de Marseille. A classificação na tabela dá ao time a chance de disputar a fase de mata-mata da Liga dos Campeões para buscar a classificação em algum grupo. O brasileiro sonha com esse momento e jogar nos maiores palcos do futebol europeu.
- Não tem como não ficar com friozinho na barriga, é um campeonato que todo mundo sonha em jogar e comigo não é diferente. Quero jogar nos melhores palcos, contra os melhores clubes. Eu tenho sonhos e um deles era jogar a Liga dos Campeões. Vim para o Rennes com o intuito de somar, ajudar uma equipe que já era muito boa. O objetivo é manter os melhores resultados com a mesma entrega e dedicação que tivemos até a parada do Campeonato Francês.
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SELEÇÃO BRASILEIRA
Com muito destaque na Europa, Raphinha busca chamar a atenção dos olhos do técnico Tite para vestir a camisa do Brasil e defender seu país. Embora ainda não tenha tido nenhum contato com o comandante, que é conterrâneo do Rio Grande do Sul, o atacante espera impressionar em uma posição recheada de bons jogadores.
- Eu tenho sonho de vestir a camisa da Seleção Brasileira, sei que ela está recheada de jogadores de qualidade, inclusive na minha posição, mas eu estou trabalhando, dando o meu melhor e buscando meus objetivos. Posso dizer que vou estar preparado fisicamente, mentalmente, taticamente para quando pintar a oportunidade, eu abraçá-la.
O brasileiro foi muito cedo para Portugal, mas não chegou a completar cinco anos de trabalho no país, tempo necessário para conseguir se naturalizar português. No entanto, o jovem tem cidadania italiana e não descarta vestir a camisa de outro país caso tenha a possibilidade.
- Eu tenho dupla cidadania, brasileira e italiana. Já pensei em me naturalizar italiano, mas meu foco é a Seleção Brasileira, defender o lugar onde eu nasci, cresci, me criei, mas se um dia não acontecer e eu tiver a oportunidade de vestir a camisa de outra seleção, vou vestir com o maior orgulho e me dedicar ao máximo.
HISTÓRIAS
Ainda quando jovem, nas categorias de base de diversos times pequenos do Brasil, Raphinha teve uma rápida passagem pela base do Audax. O tempo na equipe paulista, segundo o jogador, foi importante para ajudá-lo em sua adaptação em Portugal por conta da maneira que o time paulista jogava, tendo como referência o time principal dirigido por Fernando Diniz.
- Eu não tive tanta dificuldade em me adaptar ao futebol europeu porque o futebol do Audax é muito tático, toda hora você tinha que estar atacando e defendendo, então aquilo me ajudou bastante a não ter tantos problemas de adaptação.
Apesar do pouco contato com o atual técnico do São Paulo, o atacante elogia o treinador e conta uma história curiosa que teve com o comandante.
- A maneira dele de jogar, de fazer o time ficar com a bola, não dar tanto chutão é bem parecida com clubes da Europa. Ele tem tudo para dar certo não só no Brasil, mas fora pela qualidade que tem. Uma vez a gente (base do Audax) ia jogar contra o Botafogo de Ribeirão Preto, ele estava conversando com meu treinador na porta do ônibus e quando eu fui entrar me apresentei que me respondeu dizendo: “Todo Raphinha que passou pela minha mão virou jogador, vamos ver se você vai ser mais um”.
Raphinha não chegou a passar pelas mãos de Fernando Diniz, mas virou um dos atletas mais importantes do Campeonato Francês. Na atual temporada, o brasileiro participou de 35 partidas, fez nove gols e deu cinco assistências. Além disso, foi eleito pela revista “France Football” o nono melhor jogador da competição até fevereiro, ficando atrás de nomes como Neymar e Mbappé.
CONFIRA OUTRAS RESPOSTAS:
LANCE!: Você foi rejeitado nas bases de Internacional e Grêmio e o Avaí foi o clube que conseguiu te dar uma projeção. Quantos Raphinhas você acredita que podem ser perdidos no futebol brasileiro?
Raphinha: No Brasil é muito fácil não se formarem jogadores, pela quantidade de atletas que têm de qualidade muito alta e às vezes a oportunidade não aparece no momento certo. O Brasil é muito grande e infelizmente o clube não tem espaço para todos eles (jogadores).
L!: Como você foi recebido pelo grupo do Rennes e como você avalia sua primeira temporada na França?
R: Antes de vir pra cá, eu senti que as pessoas me queriam e faziam questão de eu estar trabalhando com o grupo. O presidente do Rennes na época foi a Lisboa conversar comigo e com meus pais, colocou na mesa a forma como o clube trabalha. O fato dele ter ido lá mostrar o projeto para mim foi muito importante e quando cheguei, fui muito bem recebido não só pelos jogadores, mas pela comissão técnica, diretoria e torcedores.
L!: Por que a opção pelo Rennes e não pela Fiorentina?
R: Volta na questão do presidente do Rennes ter ido conversar comigo em Portugal, porque eu prezo muito pelo clube se interessar pelo lado humano do jogador. Nós somos mercadorias, por um lado, mas também somos ser humano. Quando o clube não enxerga só o jogador como mercadoria ajuda bastante. O que pesou foi o fato do presidente ter vindo e conversado que queria fazer com que eu evoluísse profissionalmente e pessoalmente.
L!: Você jogou com o Bruno Fernandes no Sporting. Hoje ele faz bastante sucesso no Manchester United. Ele foi o melhor jogador com quem você já jogou ao lado?
R: É difícil falar sobre o melhor jogador com quem trabalhei, porque já joguei com grandes jogadores. Mas o Bruno tá no top três de melhores atletas com quem dividi vestiário. Ele tem uma qualidade fora do normal, trabalha muito, se dedica e o ser humano fora do trabalho é excepcional. Ele ainda vai conquistar grandes coisas no futebol.
L!: Você hoje atua com o Camavinga, de 17 anos, que tem sido muito especulado no Real Madrid. Ele se encaixaria na equipe merengue?
R: Ele joga muito e um pouco mais, um menino muito bom, tem uma cabeça muito boa, tem muita qualidade e trabalha muito. Ele tem tudo para dar certo no futebol. Em qualquer lugar que ele for jogar, ele vai ter muito sucesso.
L! Qual o maior sonho da sua vida?
R: Vestir a camisa da Seleção Brasileira e jogar uma Copa do Mundo.
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