Diversos grandes clubes europeus vivem uma espécie de crise existencial, potencializada pelos efeitos da pandemia. Sem público nos estádios, as receitas sofreram quedas radicais - o Barcelona anunciou em outubro do ano passado perde de 97 milhões de euros (quase R$ 650 milhões) na temporada passada.
E o cenário atual, ainda distante da normalidade, deve continuar ferindo os cofres das equipes e impedindo contratações megalomaníacas na próxima janela. Mas erros também são cometidos quando os balanços não estão sob olhar mais criterioso. Um caso recente serve como exemplo de como o dinheiro muitas vezes é gasto à revelia.
Reinier encantou o Real Madrid após disputar apenas 15 jogos no Flamengo ainda sob comando de Jorge Jesus, ajudando nas conquistas do Campeonato Brasileiro e da Libertadores. Em janeiro de 2020, o atacante foi vendido por 30 milhões de euros aos Merengues, que o colocaram para treinar primeiro no Castilla, seu time B, assim como aconteceu com Vinicius Júnior, outra joia do Flamengo. Chegou a ser incorporado ao elenco profissional, mas não teve chances. Foi emprestado meses depois ao Borussia Dortmund, onde atuou em apenas oito jogos, sem marcar gols ou conseguir assistências - e agora será devolvido aos espanhóis.
O Real Madrid sabe que precisa rejuvenescer seu elenco, mas não tem convicção nas escolhas que faz. Em 2019, contratou Luka Jovic do Eintracht Frankfurt por 60 milhões de euros e, 27 jogos depois, o devolveu ao clube alemão por empréstimo. Jovens talentosos rifados por clubes que ostentam cifras e tentam colher fenômenos instantâneos.
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