Da Série A3 para a Bundesliga: Victor Sá, do Wolfsburg, conversou com o L! e revelou que pensou até em desistir
Atacante do Wolfsburg revela início difícil no futebol brasileiro e austríaco até conseguir se adaptar na Europa. No Wolfsburg, camisa 40 vive melhor momento de sua carreira
Da Série A3 do Paulistão para os grandes palcos do Campeonato Alemão. Esse é um pedaço da trajetória de Victor Sá, atacante do Wolfsburg que começou a temporada com dois gols contra o FSV Union e classificação na Copa da Alemanha. Em entrevista ao LANCE!, o brasileiro de 26 anos contou sobre sua trajetória, os momentos difíceis que viveu no futebol e o bom momento que vive na carreira perto do retorno de mais uma Bundesliga.
Dura trajetória
Victor Sá viveu no início de sua trajetória como jogador profissional a realidade da maioria dos atletas de futebol do país: jogar em clubes pequenos, não ter estabilidade por conta de contratos muito curtos, péssimas condições de alojamentos, dentre outros problemas. Esses fatores são as causas da migração de muitos atletas de qualidade que saem cedo do Brasil para a Europa na primeira oportunidade.
- Eu rodei bastante. Eu joguei uma Série A3 pelo São José, depois fui jogar, por não ter calendário, uma vez pelo São José de Araras, voltei para a minha cidade mais uma passagem pela A3 e, depois, já não tinha mais lugar para ir. Quantos jogadores não fazem três, quatro meses de contrato? Chega no terceiro mês e você tá desesperado porque você não sabia para onde vai, se teria dinheiro para pagar contas. Esses fatores fazem diferença na hora de revelar (jogadores) e as pessoas que têm oportunidade na Europa escolhem vir para cá.
Desistência
Antes de ser um dos protagonistas do Wolfsburg, Victor Sá revelou que já pensou até em parar no futebol. Embora as condições no Brasil fossem precárias, os amigos, as situações engraçadas e a família eram os pilares para sua continuação. No entanto, sua primeira experiência no futebol europeu com a camisa do SV Kapfenberg, até então na segunda divisão austríaca, foi o momento mais complicado de sua carreira.
- O que é bacana do Brasil é que você faz grandes amigos, pois as condições são tão precárias que você se apega às pessoas, um vai dando força para o outro. Na Áustria foi muito complicado, houve um choque de mudar para outro país. Eu não sabia falar nada de inglês, alemão, todos no vestiário conversando e eu não entendendo nada. A questão do clima também (pesou), é muito frio. Já pensei em desistir mil vezes. Eu estava em um time da segunda divisão, não estava jogando e todo momento em pensava em voltar para o Brasil, mas minha família me deu muita força.
Guinada
Após as primeiras oportunidades, o atacante conseguiu se transferir para o LASK e a carreira do jogador deu uma guinada. Após dois anos no clube austríaco, Victor Sá foi contratado pelo Wolfsburg em 2019 e alcançou o maior patamar de sua vida esportiva até o momento. Tendo anotado cinco gols e quatro assistências em sua primeira temporada, o brasileiro faz uma análise positiva da sua adaptação ao futebol alemão.
- Os seis primeiros meses foram mais complicados por conta da adaptação, pois o futebol é mais corrido, mais intenso. A Áustria se espelha na Alemanha, então há coisas em comum. Os jogadores são tecnicamente, fisicamente, taticamente muito melhores. Você não tem muito tempo para pensar, recebe a bola e já tem dois marcadores em cima. O jogo é muito físico, muito forte.
Desde que chegou na Europa, o atacante conquistou condicionamnto para aguentar os confrontos, mas sem deixar sua característica do um contra um de lado. Dessa forma, Victor Sá espera ter uma temporada ainda melhor com o Wolfsburg, que terminou na 8ª colocação no último Campeonato Alemão, conquistando classificação para a fase eliminatórias da Liga Europa, além de ter chegado até às oitavas de final do segundo torneio mais importante do continente.
Confira outros trechos da entrevista:
LANCE!: O que precisa ser feito para o Wolfsburg encontrar uma regularidade maior para a temporada?
Victor Sá: Nós vamos tentar melhorar em relação ao nosso sistema defensivo e de transição. A Bundesliga é muito parelha, você pode ver um time do topo da tabela jogando contra um time de baixo que será um jogo difícil. As poucas oportunidades que você tem, você tem que fazer os gols. O que a gente já conversou é tentar não perder os pontos que perdemos dentro de casa que ajudaria a brigar por vaga na Liga dos Campeões.
LANCE!: Como é jogar contra o Bayern de Munique? Existe algum ponto fraco nesse time?
Victor Sá: O sistema de jogo deles é muito bom, as linhas são muito altas. Eles são muito rápidos em relação a pressão quando perdem a bola para não precisarem correr para trás. Eles já fazem isso há muito tempo na Alemanha. Mas como eles jogam com as linhas altas, deixam bastante espaço atrás. Quando tem contra-ataque, o objetivo é explorar os espaços deixados com velocidade por trás dos zagueiros.
Primeira rodada do Campeonato Alemão:
Bayern de Munique x Schalke 04 - Sexta, às 15h30 (horário de Brasília)
Stuttgart x Freiburg - Sábado, às 10h30 (horário de Brasília)
Frankfurt x Arminia- Sábado, às 10h30 (horário de Brasília)
Union Berlin x Augsburg- Sábado, às 10h30 (horário de Brasília)
Werder Bremen x Hertha Berlin- Sábado, às 10h30 (horário de Brasília)
Colônia x Hoffenheim- Sábado, às 10h30 (horário de Brasília)
Dortmund x Monchangladbach- Sábado, às 13h30 (horário de Brasília)
RB Leipzig x Mainz- Sábado, às 13h30 (horário de Brasília)
Wolfsburg x Bayer Leverkusen- Domingo, às 13h (horário de Brasília)