‘Temos uma vida normal, com estádios cheios’: brasileiro explica como o Vietnã venceu o coronavírus
Ao LANCE!, Jean Almeida, zagueiro do Hong Linh Ha Tinh FC, contou que país fechou todas as fronteiras no começo da pandemia e não tem nenhuma morte por COVID-19
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O Vietnã vive uma realidade paralela ao Brasil no sentido do coronavírus. Enquanto as terras tupiniquins convivem com um aumento exponencial no número de infectados, o país asiático adotou uma estratégia desde o começo da pandemia do COVID-19 e colhe os frutos atualmente: nenhuma morte pela doença foi confirmada por lá.
O Vietnã faz fronteira com a China, um dos principais expoentes do vírus, mas, mesmo assim, teve apenas pouco mais de 300 casos confirmados, de acordo com números da OMS. Um brasileiro viveu esta realidade e contou com exclusividade ao LANCE!. O zagueiro Jean Almeida, do Hong Linh Ha Tinh FC, revelou as estratégias adotadas pelo governo do país diante da pandemia e afirmou que todos vivem normalmente na atualidade.
- Quando começou a pandemia eu estava no Vietnã jogando um torneio amistoso que eles fazem antes do começo da Liga Nacional. Começou essa coisa toda, mas aqui graças a Deus é um país militar, eles fecharam o país e tivemos poucos casos aqui. Hoje temos vida normal, com estádios cheios. Tem toda aquela preocupação de máscara, conferir a temperatura corporal antes de entrar no Estádio, mas por aqui está tudo aberto e a nossa Liga já começa nesse mês, dia 5. A Copa Nacional já está rolando também - afirmou.
Jean ficou cerca de 60 dias dentro de um hotel, já que o Vietnã adotou totalmente um regime de lockdown. Com a rigorosa quarentena, as atividades começaram a ser liberadas no final do mês passado e o brasileiro retornou aos gramados no último domingo, na vitória da sua equipe pela Copa do Vietnã.
- Começou a nossa Copa na segunda-feira (dia 25), mas enfrentamos um time da segunda divisão e os estrangeiros não puderam jogar. Passamos de fase e jogamos novamente no domingo. Como foi contra um time da primeira, nós conseguimos jogar, foi minha primeira partida após dois meses de isolamento, sem poder sequer sair do hotel - revelou, com felicidade.
Se Jean Almeida consegue viver normalmente no Vietnã, fica chateado pelo panorama atual no Brasil. O zagueiro torce para que a situação melhore em terras tupiniquins.
- Fico daqui olhando as reportagens e fico muito triste como a doença evoluiu no Brasil, mas com fé em Deus vai passar. Fico triste também com muitos amigos perdendo o emprego até dentro do próprio futebol. Torço que tudo isso volte ao normal pelos pais de família, os trabalhadores - destacou.
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Chegada ao Vietnã
- Cheguei ao Vietnã em junho de 2019 após jogar o Campeonato Paraibano pelo Campinense. A cultura é muito diferente do Brasil, com uma alimentação totalmente diferente. Difícil a adaptação e o que me ajudou bastante foi o fato de ter mais dois brasileiros no clube que eu estava. O tradutor também ajudou bastante no começo.
Carreira
- No começo foi meio complicado. Sou do interior da Bahia, sem visibilidade, ainda por cima naquela época. Mas um rapaz me levou para a Portuguesa, em São Paulo. De lá passei pelo Mogi Mirim para jogar o Paulista Sub-17. Depois o Paulista-Sub-20 pelo Sertãozinho até chegar ao Botafogo de Ribeirão Preto. Lá me profissionalizei e pude jogar uma Copa Paulista e três Copas São Paulo. Aí comecei a rodar o país como profissional e joguei em Goiânia, Bahia, Espirito Santo, Paraíba e graças a Deus tive essa oportunidade de vir para o Vietnã.
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