‘Um verdadeiro candidato ao título precisa mostrar muito mais’
Nuno Farinha, editor do "Record", analisa o desempenho de Portugal na primeira fase da Eurocopa e o que esperar de Cristiano Ronaldo e companhia no mata-mata
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O anúncio da candidatura de Portugal à vitória na Eurocopa ainda não encontrou correspondência na qualidade de jogo da equipe de Cristiano Ronaldo. O nível foi muito pobre nos primeiros três jogos e ainda por cima num grupo que reunia algumas das seleções mais fracas que estão em França.
É preocupante, para as aspirações de Portugal, que não tenha somado uma única vitória frente a Islândia (estreante em fases finais), Áustria (uma equipe com pouca expressão no futebol europeu) e Hungria (há décadas afastada dos grandes palcos). Três empates sofridos, com exibições muito pobres, é tudo o que há para mostrar até aqui.
Há razões objetivas para este comportamento desolador da equipe de Fernando Santos? A quebra de Cristiano Ronaldo é um argumento curto e não explica tudo o que tem acontecido. É um fato que o craque do Real Madrid chegou a esta Euro desgastado após mais uma temporada “interminável” na Liga da Espanha e na Champions League.
Também é um fato que Ronaldo, aos 31 anos, já não é o jogador explosivo de outros tempos. Transformou-se numa máquina de fazer golos, mas é cada vez mais um “animal” da grande área, que pouco acrescenta quando se afasta das zonas de finalização.
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Ora, quando se prepara uma equipe a pensar, sobretudo, no perfil de um jogador e quando esse mesmo não aparece ao melhor nível… o mais provável é que existam problemas. É isso que com Portugal, mas não apenas isso. Fernando Santos, o técnico, demora a definir uma proposta tática. Oscila entre o 4-4-2 e o 4-3-3, hesita entre Nani e Quaresma e não acaba com as dúvidas no meio de campo.
Renato Sanches, o meia de 18 anos que se transferiu do Benfica para o Bayern Munique por 35 milhões de euros, continua sentado no banco de reservas quando já se percebeu que a sua velocidade e poder de explosão encaixariam na perfeição no onze de Portugal.
Há muitas dúvidas em relação ao que aí vem. A Croácia, adversário nas oitavas de final, já no sábado, acabou de impor a primeira derrota à bicampeã europeia, Espanha. E fez com qualidade de jogo. Ou Portugal eleva “escandalosamente” o nível do seu futebol ou será muito complicado seguir em frente. Para já, os 2 gols de Cristiano Ronaldo frente à Hungria são um bom indicador. Compensou a noite negra de Paris e aquele pênalti desperdiçado frente à Áustria. Ainda não é tudo, mas já é um bom princípio.
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