75% dos clubes da Série A contêm Certificado de Clube Formador
Times da elite do futebol nacional têm valorizado a licença emitida pela CBF<br>
O Campeonato Brasileiro começa neste sábado (9) e, de acordo com a lista mais atualizada, divulgada em janeiro deste ano pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), 15 dos 20 times que integram a elite do futebol brasileiro contam com o Certificado de Clube Formador. América-MG, Atlético, Athletico, Avaí, Botafogo, Bragantino, Ceará, Corinthians, Coritiba, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Internacional, Juventude, e Santos ostentam a certidão.
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Lúcio Rodrigues, gerente das categorias de base do Juventude, opina sobre a importância do documento para o clube gaúcho:
- O Certificado demonstra a seriedade do trabalho no processo de formação de atletas. Isso nos dá condições de não perdermos atletas para clubes de fora do país, nos protegendo do assédio e tornando o processo mais seguro.
O Certificado de Clube Formador é uma ferramenta regulamentada em 2012 pela CBF e que premia clubes por cumprir determinados requisitos solicitados pela entidade máxima do futebol brasileiro. São exemplos de exigências para que uma instituição desportiva seja contemplada com o selo: assistência médica, psicológica, nutricional, custeamento de transporte e alimentação, uniforme de jogo e treino, frequência escolar do atleta e participação em competição oficial.
- É um documento especial no mercado. Essa certidão transforma o clube em referência no desenvolvimento dos atletas das categorias de base, pois tem a categorização com status A - afirma Raul Fachini, Gerente Administrativo do Internacional.
Com a forte procura dos clubes estrangeiros pelas joias do futebol nacional, os dirigentes do futebol brasileiro têm se interessado cada vez mais pelo certificado. Os cartolas observam que esse documento ajuda na proteção das equipes nacionais e dá boas condições de desenvolvimento para os jovens atletas. Dessa forma, obter o selo é de interesse mútuo para jogadores e dirigentes.
- Quando o Fortaleza conquistou o CCF, o clube obteve um meio importante para proteger os nossos jovens atletas. Podemos afirmar que foi algo muito positivo para os envolvidos com a categoria de base: atletas, agentes, dirigentes dos clubes e, de maneira geral, para todo o mercado - diz Marcelo Paz, presidente do Fortaleza e primeiro mandatário da história do Leão do Pici a receber o selo.
O Certificado de Clube Formador deve ser renovado a cada nova temporada. Para isso, as equipes devem manter o cumprimento dos parâmetros solicitados e que foram preenchidos no ano anterior. Por conta da cobiça estrangeira em relação às joias do futebol brasileiro, os mandatários entendem que o selo emitido pela CBF é algo bastante relevante para as equipes nacionais.
Júnior Chávare, executivo de futebol com grande experiência em categoria de base e campeão do Brasileirão Sub-20 com o Atlético-MG em 2020, comenta sobre o valor do documento:
- É de grande valia que os clubes trabalhem para conquistar o Certificado de Clube Formador, pois o investimento realizado na base é recompensado com o passar do tempo. Este certificado prova que a instituição tem cumprido um bom papel no desenvolvimento dos jovens jogadores.
Para Eduardo Carlezzo, especialista em direito desportivo, o Certificado de Clube Formador não trata apenas do desenvolvimento técnico do atleta, mas também de direitos extraordinários:
- Esse documento é algo fundamental para os times que empregam recursos na formação dos atletas, pois, sem ele, o clube não tem o direito de reivindicar compensação, caso o jogador não tenha vínculo profissional e vá para uma outra equipe brasileira sem o aval de quem o formou.
O advogado Luiz Henrique Martins Ribeiro, que foi presidente do Tubarão e hoje presta consultoria para clubes que pretendem migrar do modelo associativo para o empresarial, completa:
- CCF é a garantia de que o clube cumpre todas as regras mínimas de qualidade para a formação de atletas no Brasil. Garante que o time cumpriu regras de acolhimento, treinamento, nutrição, saúde, dentre outras necessárias para a formação adequada de atletas. É também uma forma de trazer mais certeza aos pais de que seus filhos serão bem recebidos e terão uma boa formação. Por outro lado, o documento traz aos clubes que o possuem maiores garantias quanto a segurança contratual com jovens atletas e a devida indenização em caso de rompimento ou descumprimento do acordo. É um “ganha-ganha” e serve para melhorar todo o ambiente de formação do nosso futebol brasileiro.