Futebol brasileiro chega a 300 mortes por intolerância entre torcedores
Morte de torcedor antes do duelo entre Botafogo e Flamengo, pelo Brasileirão, é a oitava este ano. Já são 300 vítimas ligadas à intolerância no futebol desde outubro de 1988<br>
Horas antes do clássico entre Botafogo Flamengo neste sábado, na Ilha do Governador, um confronto entre organizadas das duas equipes terminou na morte de Thiago da Silva França, de 31 anos. A briga ocorreu no bairro de Bento Ribeiro, Zona Norte do Rio de Janeiro.
O botafoguense é a 300ª vítima ligada ao futebol desde outubro de 1988, quando se noticiou um caso desse tipo - Cleo, ex-presidente da Mancha Verde, em frente à sede. Thiago é o 8° torcedor a perder a vida apenas em 2016 (leia mais abaixo).
Esse número faz parte de um levantamento exclusivo do LANCE!, feito por meio de um acompanhamento de jornais de várias partes do país durante anos. A guerra entre facções organizadas é a principal culpada por esse número alarmante, já que quase 270 dessas mortes tiveram a participação de seus integrantes.
Mas se engana quem pensa que isso seja um problema do estado mais rico do país. Sergipe, Minas Gerais, Ceará, Paraíba, Fortaleza… não importa. A violência está espalhada pelo Brasil, não escolhe as cores dos clubes, sotaque das pessoas, costumes de cada local nem tamanho da rivalidade. Três centenas de famílias já choraram a perda de seus filhos, irmãos, pais, sobrinhos, netos ou parentes. Um número que parece exagerado para quem é exposto apenas ao noticiário de Rio e São Paulo, mas compatível à selvageria que ocorre em todas as regiões do país. Acobertados pela impunidade, que faz com que poucos sejam presos.
OITO MORTES EM 2016
No sétimo mês do ano, a oitava morte ligada ao futebol, todas com participações de facções organizadas. Foram três mortes em Fortaleza (CE), uma em Recife (PE), uma em Campo dos Goytacazes (RJ), uma em Mossoró (RN), uma em São Paulo e, agora esta, no Rio de Janeiro.