Aos 34 anos de idade, ex-Chapecoense e Sport Túlio de Melo se aposenta
Atacante revelado nas categorias de base do Atlético-MG e com larga experiência na França ganhou maior notoriedade no cenário nacional pelo Verdão do Oeste e no Leão da Ilha
Jogador que ficou bastante marcado por sua posição de liderança técnica e quase idolatria em atuações pela Chapecoense, o atacante Túlio de Melo está pendurando as chuteiras aos 34 anos de idade. O anúncio foi feito em um texto publicado no site oficial do Lille-FRA, clube o qual criou ampla identificação tendo defendido por seis anos entre 2008 e 2013.
Revelado pelo Atlético-MG, Túlio passou pelo Santa Cruz antes de iniciar a sua trajetória na Europa primeiro pelo Aalborg-DIN, Le Mans-FRA e Palermo-ITA antes de constituir todo o carinho e admiração nos Dogues com 135 partidas, 30 gols e os títulos da Ligue 1 além da Copa da Liga na temporada 2010/2011.
Depois desse período e após curtos períodos em Évian-FRA e Valladolid-ESP, foi a vez do Brasil finalmente conhecer mais de perto o futebol do alto atacante de 1,93 m quando ele passou por Chapecoense e Sport, criando uma bonita identificação principalmente no Verdão do Oeste.
Túlio chegou um ano antes da tragédia de Medellín em 2016 e, depois da incursão no futebol pernambucano, acabou sendo fundamental também na temporada seguinte ao triste acontecimento em seu retorno.
Túlio chegou, inclusive, a colocar sua estadia na equipe de Chapecó como um dos momentos mais marcantes da carreira por todo o contexto envolvido em palavras ditas ao portal Globo Esporte.
- A Chapecoense foi o time que eu pude jogar meu primeiro Brasileirão, em 2015. Era um momento de 11 temporadas na Europa, queria ficar mais próximo da minha família. Em 2015 jogamos a primeira competição internacional do clube, fiz grandes amizades, momentos importantes, como a virada história sobre o Grêmio na Arena do Grêmio, fiz dois gols. Um ano incrível, voltei para o Brasil e fiz um segundo semestre bom. Tive a oportunidade de voltar em 2017 em um momento diferente em função do acidente, perdi vários amigos, irmãos que estavam naquele voo. Não imaginava, mas 2017 era o único lugar em que eu poderia estar. Tinha oportunidades, pensava em algo no exterior, mas apareceu o convite da Chape e eu não poderia negar. Voltamos com o objetivo de deixar o clube no mesmo patamar de antes do acidente e de alguma forma ajudar as famílias, foi um pensamento primordial para mim. Surgiu fora dos campos a Abravic, que tentamos de algum jeito auxiliar as famílias. Temos colhido os frutos até hoje. Vencemos o Catarinense e no Brasileiro todas as equipes de uma forma de fair play queriam nos dar imunidade contra o rebaixamento, mas não achamos justo, queríamos jogar de igual para igual. Conseguimos a melhor campanha da equipe na competição e uma vaga na Libertadores. Fui privilegiado de marcar o gol da manutenção na Série A e duas rodadas depois o gol da classificação da Libertadores. Posso dizer, sem dúvidas, que a Chape foi um dos momentos marcantes da minha carreira.