Eleito na CBF sem concorrência, Caboclo promete gestão ‘eficiente’
Aos 45 anos, ex-diretor financeiro de São Paulo e FPF teve votação unânime de federações e quase todos os clubes - Corinthians, Flamengo e Atlético-PR foram exceções
Eleito presidente da CBF para o próximo quadriênio, o empresário Rogério Caboclo, que foi candidato único, saudou os seus eleitores após a apuração das urnas. O dirigente, que contou com o voto da maioria dos clubes - o Corinthians votou em branco, representante do Flamengo se absteve e o Atlético-PR não mandou ninguém - e apoio unânime das 27 federações estaduais, assumirá o cargo após o fim do mandato de Marco Polo Del Nero, em abril de 2019, e permanecerá no posto até 2022.
- Agradeço aos que confiaram em mim, respeitam meu trabalho e minha trajetória. Contar com o apoio das grandes federações me encoraja. Ressalto que estamos plenamente comprometidos com quem nos apoiou. É isso o que quero estabelecer com as federações, clubes e funcionários, frisando que estaremos cada vez mais juntos.
Apesar de não ter apresentado propostas publicamente, Caboclo, de 45 anos, afirma que o diálogo será uma das portas para a evolução da relação dos clubes e federações com a entidade.
- Nossa gestão será marcada por dois pilares: eficiência e integridade. Acredito em processos e sou cumpridor de regras. Ser eleito presidente da CBF é uma honra e garanto que vou dialogar com todos e aplicar soluções com eficiência.
Rogério Caboclo iniciou seu envolvimento com o futebol no São Paulo, onde assumiu a direção financeira em 2002. Em seguida, assumiu posto semelhante na Federação Paulista de Futebol, onde estreitou relações com Marco Polo Del Nero. Durante a Copa de 2014, foi diretor do Comitê Organizador do Mundial e indicado pelo atual presidente da CBF para a direção-executiva da instituição.
- Acumulei experiências que me deixaram preparado para assumir a presidência da CBF. Fui advogado e administrador de empresas. Também exerci funções relevantes a serviço de clube, confederações e garanto que desafios não me assustam. A CBF mudou de patamar e se tornou uma grande empresa privada. A atual gestão investiu no futebol nacional. Só no ano passado, foram 400 milhões aplicados no futebol destinado a áreas como seleções, competições e arbitragem. Transferências e licenciamento de clubes.
Eleito com a grande maioria dos votos dos representantes do futebol brasileiro, Caboclo finalizou seu discurso apoiando seu antecessor e mostrou otimismo para o futuro dos investimentos no esporte.
- Ao presidente Del Nero, ausente do processo eleitoral, desejo todo sucesso nos desafios que enfrenta hoje – declarou - Afirmo que o futebol brasileiro e o mais competitivo do mundo. Temos e vamos encontrar receitas que permitam que nossos jovens craques fiquem aqui mais tempo, aumentem a qualidade da arbitragem e gere melhoria das direções dos clubes. As consequências serão estádios cheios, vendas de produtos e aumento nas receitas. Com a ajuda de todos e juntos tenho certeza de que iremos muito mais longe.
A VOTAÇÃO
O pleito que elegeu Caboclo teve três partes. Primeiro votaram as 27 federações, com peso três, todas a favor. Em seguida, os 20 clubes da Série A, com peso dois - Corinthians em branco, Flamengo se absteve e Atlético-PR não compareceu. Por fim, uma terceira urna para os 20 clubes da Série B, com peso um, todos sufragando o novo presidente.
Caboclo só assumirá em abril do ano que vem. Até lá, a entidade será comandada pelo vice Antonio Carlos Nunes, o Coronel Nunes, já que Marco Polo del Nero está suspenso pelo Comitê de Ética da Fifa. O cartola não sai do Brasil desde que seu nome apareceu nas investigações do FBI, nos Estados Unidos, relacionado aos escândalos de corrupção no futebol. Seu antecessor, José Maria Marin, está preso nos EUA pelo mesmo motivo.