Árbitro profissional: Corinthians é o único grande que acha desnecessário
Roberto de Andrade, presidente do clube alvinegro, não prevê evolução com juízes profissionais e prefere que investimentos sejam feitos para ter o auxílio do vídeo
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Durante o Congresso Brasileiro de Direito Desportivo, realizado pela Federação Paulista de Futebol na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, na Universidade de São Paulo, nesta terça-feira, os quatro presidentes dos grandes clubes paulistas discutiram a profissionalização da arbitragem. E apenas Roberto de Andrade, do Corinthians, não previu evolução com a medida.
- A arbitragem, mesmo sendo profissionalizada, não vai mudar, só vai custar mais caro. O árbitro de vídeo tem eficiência muito maior, vai cooperar bastante. A profissionalização não vai mudar nada. O árbitro não precisa ler livro de regra, eles sabem todas, e a maioria dos casos é interpretativa, cada um tem seu critério. E isso vai continuar. O investimento deveria ser no árbitro de vídeo - declarou Roberto de Andrade.
O presidente do Santos, Modesto Roma, disse que, mais do que profissionalizar, é necessário capacitar os árbitros. O mandatário crê que o que falta é competência mesmo, o que pode aumentar com os juízes como profissionais.
- O problema não é profissionalização, é capacitação. O grande problema é que são fracos, ruins, erram por falta de conhecimento e foco. A profissionalização ajuda, sem dúvida, mas tem de capacitar muito. Vi o STJD suspender árbitro por 30 dias. E o que ele vai fazer nesse tempo? Vai estudar futebol, vai se aprimorar? Quando perco a carta, tenho de fazer curso no Detran. Os árbitros não, porque são todos corporativos, ficam todos passando a mão na cabeça - falou Modesto Roma.
- Na hora que forem profissionais, não precisa ter 18 árbitros, mancebo atrás de cada gol, assessor, delegado, 134 pessoas em campo com clube pagando. Vamos gastar na modernização, com pessoas competentes em vez das muito incompetentes - prosseguiu o presidente do Santos, com o acordo dos colegas de Palmeiras e São Paulo.
- Defendo sempre a tese da profissionalização. Quando buscamos excelência, precisamos ter pessoas dedicadas. Para a pessoa estar preparada, precisa se dedicar. Como exigir evolução na arbitragem se não oferecemos a esses árbitros mais recursos, tempo de treinamento, vídeo, palestra? Para isso, precisa ser profissional, ter tempo dedicado a profissão. No dia antes do jogo, jogadores e técnicos se dedicam, e árbitro faz sua função fora do futebol. Se essa função vai bem ou mal, influencia no jogo do dia seguinte. Pode até ser um profissional ruim, mas a profissionalização o faz se dedicar - falou Maurício Galiotte, do Palmeiras.
- Se os erros vão diminuir, não posso afirmar. Mas imagino que a profissionalização seria um acerto à medida que daria à arbitragem uma condição de total integração e de entrega à sua missão de dirigir um espetáculo tão grandioso como o futebol. Eles erram muito, muito, muito. É importante a profissionalização porque não cabem no universo do futebol figuras fazendo bico apitando. Precisam ser totalmente envolvidas com projeto de trabalho, e isso só tende a melhorar - opinou Carlos Augusto de Barros e Silva, do São Paulo.
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