As bizarrices dos campeonatos estaduais em 2017 – Parte II
Neste domingo serão conhecidos vários campeões; confira cinco bizarras que tornaram ainda mais bizarros os estaduais no Brasil
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Este domingo é o dia. No Rio, em Minas e no Paraná, clássicos previsíveis decidem quem leva a taça. E é a rivalidade, muito mais do que mais um título estadual, que mobiliza o torcedor. Já não há ingressos para o Fla x Flu do Maraca ou o Atlético x Cruzeiro do Independência. Com torcida dos dois times, apesar das tentativas cerceadoras de sempre dos procuradores de plantão. Torcida dupla que também haverá na Arena de Itaquera para ver a confirmação do 28° título estadual do Corinthians. O que não aconteceria se o adversário não fosse a Ponte, mas Santos, Palmeiras ou São Paulo. Uma outra aberração.
O Couto Pereira também vai encher para o Atle-Tiba. Já no Gauchão, impedido de jogar em casa por uma exigência esdruxula do regulamento, o Novo Hamburgo – “intruso” que só precisa de um empate para quebrar a série de seis títulos do Inter – fretou ônibus gratuitos para a torcida percorrer os 96 quilômetros de serra até Caxias.
A exceção do domingo são os campeonatos baiano e pernambucano, que terão apenas o primeiro jogo das finais de ida e volta. O mesmo Ba-Vi de sempre e Sport x Salgueiro, outro intruso, estreando o árbitro de vídeo da CBF em jogos oficias no país. De norte a sul, haverá motivos para comemorar. Não só títulos. Mas terem chegado ao fim esses torneios marcados pela incompetência, o descaso e as bizarrices das federações. Vejam aqui mais algumas delas (semana passada, publicamos outras cincos, Confira aqui!):
1 – Quando as quartas de final do Paranaense já haviam começado, com os jogos de ida realizados, uma decisão da Justiça puniu o J.Malucelli com a perda de 16 pontos pela escalação irregular de um jogador. E tudo teve de começar de novo, com o Londrina ganhando uma segunda chance – havia perdido o primeiro jogo – e passando a enfrentar outro time, o Rio Branco. Um remendo absurdo, em que a federação rasgou o próprio regulamento, já que a eliminação do Malucelli mudou a classificação de todos os times e deveria ter mudado também os confrontos das quartas.
2 – Sob o pretexto de manter os clubes em atividade, a Federação Paulista insistiu em promover o tal campeonato do interior. Mas jogar, nesse caso, não é sinônimo de ganhar ou perder. É de ter prejuízos. O torcedor não é bobo não joga dinheiro fora, ainda que os ingressos tenham preço de banana. O resultado: 96% dos jogos fecharam no vermelho. Red Bull e Ferroviária, em Campinas, teve apenas 75 pagantes que geraram uma renda de R$ 440 e um prejuízo de R$ 28 mil. Qualquer torneio escolar desperta maior interesse.
3 – Voltando ao Gauchão, para explicar a injustiça de que foi vítima o Novo Hamburgo. Embora a média de público da competição tenha sido de 4.500 torcedores (só Grêmio, com 15 mil e Inter com 14 mil ultrapassaram essa marca), de apenas 11 dos quase 80 jogos terem registrado um público superior a 10 mil pessoas, a federação estabeleceu que, para os jogos finais, essa deveria ser a capacidade mínima dos estádios. A Arena do Vale, do clube do Novo Hamburgo, tem 5 mil. O clube ainda tentou colocar arquibancadas tubulares, mas foi impedido. E terá de jogar fora de casa, apesar de ter tido a melhor campanha do campeonato.
4 – Se a Federação Gaúcha peca por excesso de rigor, a Ferj erra por excesso de liberalidade. O Carioca virou a casa da mãe Joana, onde todo mundo jogou onde quis. De Natal, onde a Arena das Dunas recebeu Flamengo x Boavista, a Brasília que assistiu a Fla x Vasco, passando por Cariacica onde o Fla enfrentou o Flu. Da várzea de Los Larios, na Baixada Fluminense, ao calor de Moça Bonita que desde o século passado não tinha tanto jogo, teve campinho para todo lado. Enquanto o Botafogo, numa implicância juvenil, impedia o Flamengo de jogar no Nilton Santos
5 – Chegamos, enfim, à maior bizarrice de todas: a atuação dos dirigentes, especialmente os chamados grandes clubes, nos tais conselhos arbitrais que as federações realizam antes dos campeonatos começarem. É ali que boa parte das mazelas contadas aqui, neste domingo e na semana passada, são decididas com a aprovação dessa cartolagem. Por masoquismo, negligência, esperteza. Ou será apenas burrice?
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