O movimento Bom Senso Futebol Clube lançou uma campanha chamada "#LiberaFaixa" nesta quarta-feira. A ação, que visa pressionar a Federação Paulista de Futebol, pretende garantir o "direito de protestar nos estádios", e foi motivada pela polêmica relativa às faixas de protesto levantadas por torcidas organizadas do Corinthians e retiradas pela Polícia Militar em jogos do clube nesta temporada.
A última ação dos corintianos foi na partida diante do São Paulo, no último domingo. A Gaviões da Fiel, principal organizada do clube, estendeu quatro faixas no início do segundo tempo nas arquibancadas da Arena Corinthians. A primeira com os dizeres 'quem vai punir o ladrão de merendas?', em referência ao deputado Fernando Capez, presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo e acusado como beneficiário de um esquema de fraude em licitações de merenda escolar de 22 cidades paulistas. Além desta, havia as faixas escrito 'Futebol refém da Globo', 'Ingresso mais barato' e 'CBF e FPF vergonha do futebol'.
Se na partida contra o São Paulo não houve interferências da Polícia Militar, no jogo anterior, contra o Capivariano, os torcedores foram obrigados a retirar as faixas e entraram em confronto com os policiais. Segundo o Bom Senso FC, a atitude denota censura dos órgãos em relação à liberdade de expressão dos torcedores dentro dos estádios.
"infelizmente, a liberdade de protestar nos estádios está em jogo. Nos últimos dias, o Brasil inteiro testemunhou a censura contra torcedores impedidos de se manifestar livre e pacificamente (...) Todo torcedor - não importa o time - também é cidadão e deve ter seu direito à liberdade de expressão preservado. O estádio é um local público e não só pode, como deve, ser palco de reivindicações da sociedade", disse o manifesto do site do "#LiberaFaixa - por um futebol sem censura".
Por meio de uma plataforma na internet, torcedores poderão realizar reivindicações endereçadas ao correio eletrônico de Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF, Marcos Marinho, diretor do departamento de segurança, além dos setores de ouvidoria e imprensa da entidade. Em quatro horas de campanha, 68 manifestações já foram enviadas a partir do movimento.