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Brigas, injúria racial e prisões: a noite deprimente de Botafogo x Flamengo

Não houve morte, mas clássico carioca mais uma vez foi cercado de muita confusão

Momento em que homem comete injúria racial (Foto: Reprodução)
imagem cameraMomento em que homem comete injúria racial (Foto: Reprodução)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 17/08/2017
04:31
Atualizado em 17/08/2017
12:07

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Ninguém morreu desta vez, mas o clássico Botafogo x Flamengo passou longe da tranquilidade e da paz. Mais uma vez, o encontro entre as equipes teve como contexto confrontos que foram além do entorno do Nilton Santo. De novo, tiro de borracha, pancadaria e bomba. Para "coroar" negativamente a jornada que era para ser só de futebol, uma ocorrência de injúria racial direcionada à família do jogador Vinícius Júnior que gerou a detenção de um torcedor botafoguense.

As forças de segurança tiveram trabalho desde a chegada das delegações e continuaram agindo madrugada adentro. Houve, por exemplo, a detenção de 48 integrantes de uma organizada do Botafogo, a Fúria, por causa da tentativa de emboscada contra torcedores do Flamengo na estação de trem de Madureira. O Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) conseguiu impedir o confronto e levou até o presidente da organizada botafoguense, segundo o LANCE! apurou. A polícia notou, inclusive, a presença de alguns integrantes de facções do Vasco no grupo de quase 200 pessoas que estava disposto a brigar.

O confronto entre policiais e torcedores foi intenso também na saída da torcida alvinegra do estádio. Garrafas e outros objetos foram arremessados contra a Polícia, que respondeu com bombas, gás de pimenta e tiros de borracha. Muita correria no acesso ao setor Norte do estádio.

E olha pelo menos até o intervalo a PM tinha agido de forma intensa no lado do Flamengo. Houve confusão no portão de acesso à arquibancada onde os mais de 3 mil rubro-negros ficaram alocados. A tensão durou praticamente até o fim do primeiro tempo.

- Três horas antes de começar o jogo, abrimos o portão. E a torcida do Flamengo resolveu entrar toda faltando 10 minutos. E muita gente estava sem ingresso. Aí, afunilou e deu a confusão toda. Depois que separamos a fila, as pessoas com ingresso entraram e as sem ingresso não entraram. Foi decisão do Gepe. Eles estavam começando a se aglomerar, pulando um em cima do outro e foi fechado - explicou Anderson Simões, vice de estádios do Botafogo, em uma justificativa também dada pelo Gepe.

Antes dos ânimos se acirrarem de forma mais intensa, sobrou até para o ônibus que trouxe a delegação do Flamengo. O diretor executivo rubro-negro, Rodrigo Caetano, citou o lançamento de pedras contra o veículo.

- Fomos alvejados. É lamentável. Tacaram de tudo um pouco - disse o dirigente.

O caso de maior repercussão foi justamente aquele na qual a agressão não foi física. E sim com gestos: a injúria racial direcionada por um torcedor botafoguense à família de Vinícius Júnior, que estava em um camarote. O homem em questão, pego em flagrante, fez um sinal passando o dedo no braço, indicando a pele dos familiares do jogador, que são negros. Os profissionais do Juizado Especial Criminal (Jecrim) foram madrugada adentro no registro desse e outros casos (teve uma cadeira quebrada, um garoto que apareceu sozinho no estádio, além, claro, da pancadaria nas ruas). O autor da injúria foi levado à Cidade da Polícia.

Mais um Botafogo x Flamengo no Nilton Santos, mais uma série de confusões. Ninguém morreu desta vez, mas que o futebol fica na UTI... ô, se fica.

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