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Bruno desabafa: ‘É uma mancha que vou carregar, mas o momento é de superação’

Em entrevista nesta quarta-feira, goleiro admite que doerá a volta ao futebol com a camisa do Boa Esporte, e afirma: 'Não sou bandido, o que passou, passou'

Contratação de Bruno, que deixou a cadeia, custou ao Boa Esporte a perda de quatro patrocinadores e da fornecedora de uniformes
imagem cameraNelson Antoine/AGIF
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Lance!
Varginha (MG)
Dia 15/03/2017
14:29
Atualizado em 15/03/2017
14:41

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A forte repercussão negativa em torno da iminente volta de Bruno ao futebol não passou em branco pelo goleiro. Em entrevista ao "Bate-Bola", da ESPN, nesta quarta-feira, o jogador recém-contratado pelo Boa Esporte, que saiu da cadeia devido a um habeas corpus concedido pelo STF, não escondeu que esperava tamanha pressão em torno do "caso Eliza Samudio" e desabafou:

- Dói, machuca, mas eu estou acostumado a lidar com pressão. Se eu não suportar, posso pegar minhas coisas e ir embora. Eu não sou bandido, nada que as pessoas disseram. Cometi um erro grave, mas isso passou. Quero uma oportunidade.

O jogador de 32 anos, que foi condenado em 2013 a 22 anos e três meses de prisão pelo sequestro, morte e ocultação de cadáver da modelo Eliza Samudio, aguarda desde fevereiro deste ano em liberdade o recurso à condenação. Questionado sobre sua atitude de evitar responder questões sobre o caso, Bruno afirmou que o desejo foi de deixar seu foco no futebol, mas admitiu:

- É uma mancha que vou carregar, mas meu momento é de superação. Não quero falar de processo, quero focar no futebol. Eu acho que não tenho motivo para falar sobre o que passou. Passou! Têm pessoas capacitadas que irão cuidar do lado jurídico, eu não quero tocar no assunto.

O goleiro admite a gravidade do crime, que atribui ter acontecido por estar próximo de "pessoas que cegam e levam para outro lado", mas garante estar arrependido e que não deixará o futebol. Além disto, agradece aos dirigentes do Boa Esporte por terem "enfrentado o mundo" para contratá-lo.

- Foi um choque, mas eu peço uma oportunidade. Quando uma pessoa pública enfrente uma cadeia, tem de voltar à sua profissão, voltar a única coisa que ela sabe. A única coisa que eu sei é jogar futebol, jogo desde os sete anos. Não posso jogar meu sonho fora assim. Assim como o Boa teve coragem de enfrentar o mundo, eu não vou parar. A oportunidade está dada, eu tenho coragem, já passei pelo pior, já senti na pele, e dói muito.

Além de reforçar o apoio da esposa, Ingrid, e dizer que ela estendeu a mão quando mais esperava, Bruno falou que confia em Deus em sua iminente volta aos gramados. O jogador de 32 anos também pediu mais compaixão dos torcedores:

- Você tem de se arrepender do passado e abandonar o pecado, não é porque está no fundo do poço que tem de ficar lá não. Como cumprir uma pena se eu era um preso provisório? Da mesma forma que a Justiça foi feita contra mim, uma hora tinha de ser feita a favor. As pessoas têm de ter mais sentimento pois, infelizmente, são situações que acontecem com a gente.

Questionado se pediu perdão à família de Eliza Samudio, o goleiro desconversou:

- O que importa para mim é o amor de Deus. Pedi perdão a Deus, no meu momento único com Deus. Estou focado no meu trabalho.

Bruno ainda elogiou os goleiros que atuam na meta do Boa Esporte, e disse que acompanhará a partida dos bovetas contra o Araxá, pelo Módulo II do Campeonato Mineiro.

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