Com gestões de sucesso, Botafogo-SP e Bragantino se enfrentam na Série B
Time de Bragança Paulista já garantiu o acesso à Série A do ano que vem e deve conquistar o título da segunda divisão. Já o Pantera virou clube empresa e briga pelo acesso
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Nesta sexta-feira (8), Botafogo-SP e Bragantino se enfrentam em partida válida pela 34ª rodada da Série B. O duelo colocará frente a frente duas equipes que mudaram seus modelos de gestão e vêm tendo sucesso. Enquanto o time de Ribeirão Preto se tornou S/A em maio de 2018, o clube de Bragança entrou em acordo com a Red Bull em março de 2019 e passou a receber investimentos do clube empresa.
O Bragantino conquistou o acesso à Série A de 2020 na última terça-feira (5), quando venceu o Guarani, e agora quer garantir o título da competição nas rodadas finais. O Botafogo-SP superou as expectativas após ficar 16 anos longe da Série B. Nesta temporada, figurou entre os primeiros colocados durante boa parte do primeiro turno e, hoje, está na oitava posição, seis pontos atrás do quarto colocado.
O encontro desta semana terá os dois clubes-empresa de melhor resultado esportivo até aqui na competição. O sucesso em campo, no entanto, anda lado a lado com a gestão administrativa.
- Nos clubes tradicionais, é grande a influencia política nas tomadas de decisões. Já no clube-empresa a gestão é baseada em argumentos técnicos, referenciados nas estratégias de longo prazo. Isso resulta em sustentabilidade financeira e melhores resultados em todas as áreas - afirmou Gustavo Vieira de Oliveira, membro do Conselho do Botafogo S/A.
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Em maio de 2018, os sócios do Botafogo aprovaram com unanimidade entre os presentes a transferência do futebol e da gestão do Botafogo-SP para Botafogo Futebol S/A, empresa constituída em forma de sociedade anônima, que passou a ser titular do registro na FPF e CBF, e vagas nos campeonatos.
O futebol botafoguense passou a ser administrado 60% pelo próprio clube e 40% pela Trex Holding, empresa de investimentos comandada por Adalberto Baptista, que adquiriu essa participação na nova empresa por R$ 8 milhões, apos estudo de mercado ter indicado o valor do Botafogo-SP em R$ 20 milhões.
Hoje, o time de Ribeirão Preto tem um conselho de sete pessoas, sendo três indicadas pelo Botafogo Futebol Clube, duas pela Trexx Holding e duas independentes. Desde que mudou a gestão, o clube subiu para a Série B e, neste ano, reformou o estádio Santa Cruz e inaugurou a Arena Eurobike, com a venda de naming rights para a rede de concessionárias da BMW.
- Não é fácil implementar este novo modelo, pois ele é muito diferente do que estamos acostumados no país. Estamos indo contra a maré do futebol brasileiro e, por isso, sofremos muita resistência. Alguns não entendem, outros não querem entender. Com o tempo, as vantagens aparecem e dão sustentação para o crescimento do clube a longo prazo. Acredito que em um futuro próximo diversos clubes vão seguir o mesmo caminho - completa Gustavo.
O Bragantino, líder da Série B, é mantido pela Red Bull, marca austríaca de bebidas energéticas. A parceria entre os dois passou a valer no início do Campeonato Brasileiro, quando a empresa assumiu o controle do futebol. Com um aporte financeiro de R$ 50 milhões, a equipe ganhou um gás adicional para buscar o acesso.
O presidente da equipe é Marquinho Chedid, do Bragantino, mas o gerenciamento do futebol pertence aos austríacos, que fizeram o investimento inicial e passaram a pagar o salário dos jogadores e da comissão técnica. O time treina no CT da Red Bull, na cidade de Jarinú, próximo a Campinas, mas manda suas partidas no estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança.
Vale lembrar que, há três anos, o Bragantino estava rebaixado à Série C e disputava a Série A-2 do Campeonato Paulista. Com o acesso turbinado pela Red Bull, a ideia do clube é se firmar na elite do futebol brasileiro e investir ainda mais em melhoras estruturais.
O encontro entre Botafogo-SP e Bragantino acontece em um momento em que as discussões no Congresso sobre os incentivos ao modelo de clube-empresa estão em alta. O deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ) quer apresentar uma proposta para que as entidades tenham incentivos, como refinanciamento de dívidas com o governo e parcelamentos, ao adotar modelos de Sociedade Anônima e LTDA.
Clubes do futebol brasileiro pediram mais tempo para a discussão do projeto e não há previsão para que o texto seja votado, apesar do apoio público de Rodrigo Maia, presidente da Câmara.
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