Corinthians x Flamengo: Elias revela para quem irá torcer na decisão e relembra conquistas
Títulos da Copa do Brasil marcaram passagens de Elias por Corinthians e Flamengo. Em entrevista ao L!, o ex-meia não fez segredo e revelou para quem está torcendo em 2022
Nesta quarta, Corinthians e Flamengo iniciam a briga pelo título da Copa do Brasil e Elias, campeão pelos dois clubes, em 2009 e 2013 respectivamente, atendeu o LANCE! em entrevista exclusiva para relembrar as campanhas marcantes. Querido pelas duas torcidas, o ex-meia não fez cerimônia, contudo: estará na torcida pelo Timão.
+ Corinthians e Flamengo decidem a Copa do Brasil: confira os valores das premiações fase a fase até o título
- Corinthians (para quem irá torcer na Copa do Brasil). O flamenguista sabe disso, nunca escondi sobre o time para o qual sempre torci, eu aprendi a gostar do Flamengo e dos flamenguistas, inclusive estarei torcendo na final da Liberta, mas, nessa Copa do Brasil, sou Timão. Vai ser difícil ganhar dentro do Maraca - respondeu Elias ao LANCE!.
O jogo de ida é nesta quarta, às 21h30, na Neo Química Arena, em São Paulo. A partida decisiva, no Maracanã, é na próxima quarta.
CABERIA EM QUAL MEIO DE CAMPO?
De um lado, Du Queiroz e Fausto Vera. Do outro, Thiago Maia e João Gomes. Corinthians e Flamengo estão bem servidos de volantes na decisão da Copa do Brasil, mas em qual dos times caberia o Elias?
Perguntamos ao próprio ex-jogador, que se aposentou no início de 2021. Em meio aos elogios aos volantes de Corinthians e Flamengo, ressaltou a diferença do futebol atual do praticado em sua época.
- O futebol está sempre em evolução. Os volantes hoje chegam menos do que na minha época, a estrutura de jogo dos times não permite muito que um dos volantes salte constantemente ao ataque. Não sei se jogaria no lugar deles, poderia ser um terceiro jogador de meio campo no atual sistema das duas equipes, mas faria uma baita dupla com qualquer um dos quatro volantes titulares - analisou.
2009: O protagonismo no Corinthians de Ronaldo
Titular em sete das oito partidas da campanha da Copa do Brasil, Elias era um dos coadjuvantes de luxo do Corinthians que tinha Ronaldo como grande protagonista. Contudo, na opinião do ex-volante, a capacidade do camisa 9 em dividir as responsabilidades com os demais companheiros que fez aquele time ainda mais forte.
- Aí que todo mundo se engana. O Ronaldo fazia com que a gente também assumisse as nossas responsabilidades e protagonismo dentro dos jogos. E isso fazia que a gente se unisse ainda mais para correr para o Presidente! - relatou Elias, que defendeu o clube paulista entre 2008 e 2010 e, posteriormente, entre 2013 e 2016.
2013: a estrela de Elias no título do Flamengo
Pelo Flamengo, Elias foi, sem dúvidas, um dos mais decisivos para o título da Copa do Brasil de 2013. Os números (13 jogos e cinco gols) talvez não dimensionem a importância do meia na campanha. Afinal, foi dele o gol da classificação nas oitavas de final, contra o Cruzeiro, que possibilitou o Fla chegar à decisão - na qual ele também marcou.
- No jogo contra o Cruzeiro, nos saímos com a sensação do primeiro jogo de que “sobrevivemos”. Estávamos enfrentando o melhor time de 2013, e tomamos um calor, era pra ter sofrido uma goleada, e aquele gol do Cadu nos deu alerta de que podíamos passar - avaliou Elias, a respeito do revés por 2 a 1, no Mineirão, nas oitavas de final.
- Jogamos o segundo jogo com esse pensamento de que dava pra passar. Eu tive um contratempo dias antes, quando tive uma lesão muscular e praticamente estava fora. A equipe médica, liderada pelo Dr. Runco e Dr. Tannure me fizeram acreditar que dava pra jogar.
- Fiz um teste horas antes no estacionamento do hotel, e decidimos, junto com a comissão, que iria para o jogo. Joguei. Quando deu uns 75 minutos eu já não aguentava mais de dor, pedi pra sair e o Mano (Menezes) não quis me tirar. O resto da história todo mundo sabe!
Confira outras respostas de Elias, ex-Corinthians e Flamengo, ao L!:
L!: Ainda que a final de 2009 tenha sido 'tranquila', com o Corinthians dominando a maior parte dos dois jogos, a campanha teve alguns momentos tensos, como a virada (no agregado) sobre o Atlético-PR e a semifinal, decidida nos pênaltis, contra o Vasco. Qual desses momentos mais marca você nessa campanha corintiana?
Elias: Nós perdemos 1 jogo da Copa do Brasil, para o Athletico, em Curitiba. Foi depois do primeiro jogo da final do Paulista, daquele gol de cobertura do Ronaldo. Não é desculpa, mas iríamos decidir um título no final de semana. Não é que perdemos a concentração. E contra a excelente equipe do Vasco passamos no critério gol fora de casa.
L!: Você chegou ao Corinthians em 2008, para disputar a Série B, mas não esteve no vice da Copa do Brasil aquele ano. Ainda assim, passou pelo processo de reconstrução daquele time. Você sentia que o título em 2009 era como se o clube estivesse 'espantando demônios' de um passado recente infeliz?
Elias: Não sentia isso, não. Lá dentro, a gente sabia que o trabalho de reconstrução era bem feito e que logo colheria os frutos, mas veio bem mais rápido do que todo corintiano esperava. Já confirmado em uma Série B que batemos o recorde de pontos e sendo campeão paulista invicto, marcas que até hoje não foram quebradas.
L!: Em 2013, o Flamengo acabou decidindo todos os confrontos em casa. Qual foi a importância desse apoio da torcida, nos jogos decisivos, para aquela campanha terminar vitoriosa?
Elias: A gente perdeu apenas um jogo fora de casa, 2 a 1 para o Cruzeiro. Aquela equipe aprendeu a jogar o mata-mata, sabíamos que em casa seríamos muito mais fortes com o apoio da Nação.
L!: O gol na final, no Maracanã lotado, deve ser a primeira lembrança que vem a sua memória quando falamos da Copa do Brasil de 2013. Mas, além desse momento, há algum lance ou jogo que você tem como marcante?
Elias: Eu sempre cito o gol contra o Cruzeiro, aos 43 do segundo tempo, como gol mais importante da carreira. Mas você fazer gol numa final, com o Maraca lotado e ser campeão é algo que poucos jogadores terão o prazer de viver.
