Cuiabá e RB Bragantino fazem duelo pela 29ª rodada do Brasileirão em jogo de clubes-empresa
Equipes são as únicas que adotaram o formato até 2021 nas séries A e B do Brasil
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Nesta segunda-feira (01), Cuiabá e RB Bragantino se enfrentam pela 29ª rodada do Brasileirão, na Arena Pantanal. O duelo coloca frente a frente dois clubes que têm um ponto em comum em suas gestões, o formato empresarial. No entanto, para além das semelhanças na administração do futebol, as duas equipes também têm conquistado resultados importantes dentro de campo.
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Pela primeira vez na elite do futebol brasileiro, o Dourado tem feito um campeonato competitivo. Na 11ª colocação com retrospecto de sete vitórias, 14 empates e sete derrotas. Um dos segredos da campanha positiva no Brasileirão e a distância da zona de rebaixamento está na gestão do clube.
- É menos burocrática na tomada de decisões e mais cuidadosa e responsável com os próprios gastos. O clube-empresa tem um dono e ele vai responder diretamente pelos prejuízos caso a instituição venha a ter - diz Cristiano Dresch.
A família Dresch comprou a agremiação em 2009 e, desde então, administra a agremiação municiada pelos investimentos da Drebor, fabricante de material utilizado por recapeadores de pneus, fundada há pouco mais de 30 anos. Cristiano e seu irmão, Alessandro Dresch, são os responsáveis pela gestão das áreas administrativas e de futebol do Cuiabá. Todo o investimento feito ao longo desses anos trouxe resultados expressivos dentro das quatro linhas.
No caso do RB Bragantino, a fusão entre a Red Bul e o time de Bragança Paulista começou em 2019. No mesmo ano em que a parceria foi firmada, os resultados esportivos não demoraram a aparecer, uma vez que a equipe conseguiu o acesso à elite do futebol brasileiro ao conquistar o título da Série B.
A temporada de 2021 está sendo um marco importante para o clube. Atual terceiro colocado no Campeonato Brasileiro, na zona de classificação para a Libertadores, e finalista da Copa Sul-Americana, o time consolidou o seu modelo de jogo e tem batido de frente com as principais equipes do Brasil.
- O trabalho que está acontecendo com o Red Bull Bragantino no Brasil é semelhante ao que já ocorreu na Europa, nos Estados Unidos e em outros territórios também. Na Europa, o Leipzig chegou a disputar algumas vezes fases avançadas, chegando até em semifinal. O que não significa que o RB faça algo mágico e vá ser campeão. Várias vezes não aparece o resultado em campo e a empresa tem demonstrado até hoje comprometimento de longo prazo com seus projetos esportivos - afirmou o CEO da Feel The Match Bruno Maia.
Apesar deste modelo de administração estar consolidado nas principais ligas europeias, o Brasil ainda engatinha neste aspecto. Segundo estudo elaborado pela Ernst & Young, 96% das 202 equipes da primeira e segunda divisões da Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália são entidades privadas. Dos 40 clubes que compõem a primeira e segunda divisões do Brasileirão, apenas dois possuem formato empresarial: Cuiabá e RB Bragantino.
Para alguns especialistas, o sistema de sociedade anônima garante um nível maior de profissionalismo e segurança, tanto no aspecto administrativo, quanto no esportivo. Na opinião de Eduardo Carlezzo, advogado especializado em direito desportivo, esse modelo deverá ser adotado por muitas equipes do cenário nacional nos próximos anos.
- A transformação dos clubes em empresa é um processo inevitável e no qual estamos há décadas em atraso quando olhamos para o que acontece nos Estados Unidos e na Europa. O modelo atual, de associação, é comprovadamente falido e para isso basta ver a situação de inúmeros grandes clubes do futebol brasileiro. O Cuiabá é constituído como sociedade empresária há vários anos, é um dos precursores deste movimento que agora tende a ganhar força - analisa Carlezzo.
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