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E(L!)eição RJ – André Monteiro: ‘Maracanã é uma Caixa de Pandora’

Policial Militar do Bope faz críticas aos governos anteriores e afirma que é preciso fazer uma auditoria em diversos contratos para saber o rumo que tomará em relação ao estádio

André Monteiro é candidato pelo PRTB
André Monteiro é o candidato do PRTB ao governo do Rio de Janeiro (Foto: Alexandre Araújo)

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"Missão dada, é missão cumprida". A frase, que ganhou notoriedade no filme Tropa de Elite, foi usada por André Monteiro, do PTRB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro), ao falar sobre a candidatura ao governo do Rio de Janeiro. Policial Militar do Bope (Batalhão de Operações Especiais), ele afirma que quer usar o esporte para dar nova perspectiva de vida aos jovens, apontando que muitos estão indo para o caminho do tráfico, e usando Jonas Licurgo, candidato a vice e paratleta de arremesso de dardo, como exemplo para mostrar como a vida das pessoas pode ser mudada.

Ele afirmou que quer fazer um auditoria em todos os contratos firmados em torno do Maracanã para, a partir daí, tomar a melhor decisão em relação à gestão do estádio.

André Monteiro conversou com o LANCE! sobre o que pensa para o esporte caso venha a comandar o Estado do Rio de Janeiro.

LANCE! - Por que se candidatar ao governo?

André Monteiro - Eu sou policial militar, do Bope (Batalhão de Operações Especiais). Estou na polícia há 23 anos. Antes, fui sargento do exército, durante cinco anos, e estou há 22 anos no Bope. O que me fez vir candidato foi ver a falta de honestidade, de transparência, de dignidade dos nossos governantes. Acho que todo o povo do Rio tem sofrido muito na mão de verdadeiros bandidos, que têm saqueado os cofres do Estado. Eu, como um policial, não poderia fechar meus olhos para tudo que estão fazendo com o Rio. Se não bastasse essa corrupção desenfreada que se instalou em todos os segmentos do Estado, tem também o problema da violência, que vem assolando o Rio de Janeiro. Recebi o convite para ser candidato e aceitei a missão. E, para nós, missão dada é missão cumprida. Nossa campanha é de pessoas que querem que o Rio mude, que se mude esse sistema velho. Já vimos que todos os candidatos que estão aí são mais do mesmo. Temos de mudar. 

"Digo claramente: não podemos dizer como será a administração do Maracanã antes de assumirmos e fazermos uma auditoria de todos os contratos"

Quais os projetos para a gestão do Maracanã?

O Maracanã é uma Caixa de Pandora, uma caixinha de surpresa. Veio o grupo do Eike Batista, que ganhou a licitação de uma forma meio nebulosa. Depois, viu o grande elefante branco que ficou nas mãos, com prejuízos e mais prejuízos, e deixou na conta do Estado. Gastamos milhões e milhões de reais. A cada época, havia um aditivo nos contratos. Sabemos que a reforma do Maracanã foi um grande desvio de verba pública. Tudo maquinado pelo então governador Sergio Cabral e ficou provado isso. Vimos os escândalos. Então, hoje eu digo claramente: não podemos dizer como será a administração do Maracanã antes de assumirmos e fazermos uma auditoria de todos os contratos que giram em torno do estádio. Só depois que fizermos um raio-x é que vamos poder decidir o que fazer. Todo mundo sabe que, neste momento, ele é um grande prejuízo para o Estado e não podemos deixar que isso continue acontecendo. O Rio de Janeiro não pode se dar ao luxo de ter prejuízo. Depois que fizermos toda essa análise e responsabilizarmos os culpados, vamos ver o que será feito. 

E quanto ao Célio de Barros e o Júlio Delamare?  

Esporte é algo super importante, tanto para a geração de arrecadação, através dos jogos e competições, quanto para ajudar os jovens a terem perspectiva de vida melhor. Para se ter uma ideia, o nosso candidato a vice é o Jonas Licurgo, que é um policial miliar que ficou paraplégico por causa de um tiro na coluna, caiu em depressão e encontrou no esporte uma razão para voltar a viver. Hoje, é campeão paralímpico de arremesso de dardo. Queremos investir no esporte. Os nossos atletas são muito mal tratados. O Estado poderia investir mais no esporte, buscar incentivar mais os jovens, e isso está em nosso plano de governo. Faltam projetos eficazes, principalmente nas comunidades carentes. Eu sou oriundo de comunidade carente e o que pensamos em fazer é unir o esporte à educação, formar parcerias da escola com os clubes para que haja a possibilidade de, quando o jovem não estiver estudando, possa praticar um esporte.

Há também a Aldeia Maracanã...

Infelizmente, nossos governantes não dão a mínima para a nossa cultura, lazer e esporte. Para citar um exemplo, fui a Itaboraí e o teatro de Itaboraí está abandonado. Temos uma cultura de não valorizar a cultura. O Jardim Zoológico ficou abandonado, museus abandonados. Essa cultura de abandonar os prédios históricos é muito ruim porque faz parte da educação. Precisamos rever tudo isso. A Aldeia, o complexo como um todo... Toda aquela área que poderia ser melhor aproveitada, bem administrada, seja pelo Estado ou por uma parceria.

"Se cortarmos na carne e fecharmos a torneira da corrupção, o Rio tem dinheiro pra elaborar e desenvolver projetos melhores dos que estão sendo realizados"

E em relação aos projetos sócio-esportivos junto à Suderj, o que se é imaginado?

Sou muito sistemático e contundente. Eu não acredito  em nenhum projeto no Estado com o grupo que governa o Rio. Todos os projetos têm segundas intenções. Esse é o grande problema. O Rio é o segundo estado da federação em arrecadação. Não era para estarmos vivendo esse caos. Se cortarmos na carne e fecharmos a torneira da corrupção, o Rio tem dinheiro para elaborar e desenvolver projetos melhores dos que estão sendo realizados. Poderíamos ter tirado muito mais jovens do tráfico, da marginalidade e das drogas do que tem sido tirado. Isso me deixa muito triste. Vi filhos de amigos da comunidade que, por não ter a oportunidade de estar envolvido em um projeto, se envolveram com o tráfico. Poderíamos salvar esses jovens se tivéssemos projetos voltados à população.

No início, não havia a previsão de que o Estado fizesse a gestão das arenas do legado da Rio-2016, mas, de alguma forma, há como se envolver?

Como falei, hoje qualquer candidato que disser que vai fazer isso ou aquilo é um grande mentiroso. A não ser que ele saiba como está a situação do Rio de Janeiro e tenha esse raio-x. E se tiver esse raio-x é porque está envolvido. Então, hoje o Rio, como disse, é uma caixinha de surpresa. Não sabemos como estão os contratos, não sabemos como está cada secretaria. Por isso que, se for eleito, vou auditar todas as secretarias e todos os contratos. Quero saber quais as pessoas saquearam os cofres do Estado. Gostaria muito de ser governador com o Estado em condições de fazer tudo que é necessário para a população e administrar de uma melhor forma, mas não sei como está tudo isso. Não posso dizer se farei isso ou aquilo.

"Quem está tendo lucro não são eles? Então, por que o Estado tem de fornecer o policiamento para dentro do estádio? Eles que contratem uma empresa de segurança"

Há algum projeto visando o Gepe (Grupamento Especial de Policiamento em Estádio)?

O policiamento deveria ser externo. A polícia não foi feita para trabalhar dentro do estádio. Então, se vai jogar Vasco e Flamengo, que eles sejam responsáveis pela segurança dentro do estádio. O Estado não pode continuar usando policiais para fazer policiamento dentro do estádio. Não concordo com isso, ainda mais se o estádio estiver sendo administrado por empresas privadas. Quem está tendo lucro não são eles? Então, por que o Estado tem de fornecer o policiamento para dentro do estádio? Eles que contratem uma empresa de segurança. Na parte externa, sim, Polícia Militar. Vou ter, dentro do estádio, um "X" de policiais e tendo áreas que precisaria fazer o patrulhamento para garantir o ir e vir das pessoas.

Em maio, foi criado o Conselho Estadual do Futebol Masculino e Feminino do Rio de Janeiro (Conefut-RJ). Há algo visando esse conselho?

Meu vice, Jonas Licurgo, é esportista paralímpico e reconhecemos a importância de toda iniciativa que ampare, fiscalize e incentive o esporte. O futebol recebeu esse Conselho por ser o esporte mais popular do país, mas precisamos amparar todos os demais, mantendo-os ligados à Secretaria de Esporte sem onerar as contas públicas.

A Secretaria tem alguns projetos em parceria com  clubes. Como enxerga isso?

Isso nós colocamos em nosso projeto. Queremos fazer parcerias público/privada com as escolas públicas. O jovem, quando não estiver estudando, vai estar praticando esporte. Queremos estender para clubes menores também, clubes de bairro. Vamos procurar fazer isso também. Está em um momento de todos se unirem em prol do Estado do Rio.  Agora, é a hora. Ou a gente se une para mudar e resgatar o Rio de Janeiro ou teremos de nos mudar do Rio.

A Secretaria tem parcerias como a com o Novo Degase e o programa Novo Plano Juventude Viva. Como enxerga o papel do esporte como oportunidade de uma melhora de vida?

Essas parcerias, esses encontro das áreas são superimportantes para promover a reinserção, a ressocialização das pessoas. Se tivéssemos mais investimentos, mais projetos, com lisura, sem segundas intenções, as coisas no Rio poderiam ser melhores. Não teríamos essa grande quantidade de jovens envolvidos no tráfico. Isso é falta de atenção. Mas tudo tem de ser feito de forma honesta. Fui ao Degase e vemos que o problema não é o Degase, não é um problema dos agentes que trabalham, é um problema que vem de cima. A gente vê que os jovens poderiam receber um tratamento muito melhor do Estado. Estou falando de estrutura. Onde se teria 90 jovens, se tem quase o triplo. Como se trabalha assim? Isso é surreal. Um jovem consegue ser ressocializado?

Bate-bola com o candidato André Monteiro:

Pratica ou praticou algum esporte?
Joguei bola. Não fui muito bom, não (risos). Mas gostava de jogar bola

Um ídolo no esporte: 
Ayrton Senna e Jonas Licurgo, meu vice, por toda a história que ele tem e onde chegou

Uma lembrança que tenha ligação com o esporte:
O campeonato que ganhamos no Morro do Tuití, mais ou menos em 1985, se a memória não falha. E eu ainda fiz o gol da vitória, por isso não esqueço (risos).

Time do coração:
Flamengo

Quem é:
Nome completo: Luiz André de Moura Monteiro (PRTB)
Vice: Jonas Licurgo (PRTB)
Data de nascimento: 14/04/1971
Coligação: PRTB - Partido isolado
Ocupação: Policial Militar
Valor em bens declarados: R$195.000,00

*Neste domingo, acompanhe a entrevista com o candidato Marcelo Trindade, do Novo

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