Ao L!, Felipe Ximenes elogia Fla e Palmeiras, mas afirma que dinheiro não é o único fator para títulos
Com passagens por Fluminense e Flamengo, gerente de futebol exalta gestão Bandeira de Mello, mas diz que não existe "fórmula mágica" para erguer um clube financeiramente
Neste período do ano, o dia a dia dos clubes brasileiros, além das questões de preparação para a temporada, é marcado por intensos rumores e notícias envolvendo transferências. Neste contexto, a presença de muitos funcionários dentro dos clubes se faz importante, já que existe toda uma equipe que se prepara com o intuito de contratar atletas que podem agregar algo nos respectivos elencos.
Em uma conversa exclusiva com o LANCE!, Felipe Ximenes, gerente de futebol com passagens em muitos clubes do Brasil, comenta que sua função não é apenas cuidar dos jogadores que podem ser contratados. Em um âmbito geral, o dirigente explica que suas questões têm a ver com tudo o que envolve o esporte em um clube, das questões dentro e fora de campo.
- É a missão diária e contínua de organizar o departamento de futebol de um clube, desde as questões estratégicas de planejamento, como os aspectos técnicos, financeiros e metas, até as questões táticas e operacionais. É um revezamento diário dentro do departamento de futebol com todas as atribuições que incluem isso, desde a contratação de jogadores, treinadores e membros da comissão técnica, até a gestão logística de todo o processo juntamente com uma equipe que vai trabalhar com você - afirmou.
Diante da complexidade que se faz dentro de um departamento de futebol, é comum notar que alguns torcedores se confundem quando se referem a um diretor, gerente, ou qualquer outra função. Felipe acredita que as questões da terminologia devem ser revistas, até para um maior entendimento do grande público.
- Há uma grande dificuldade no mercados nos dias de hoje, porque as pessoas não sabem denominar se essa função é de gerente executivo, diretor, superintendente ou CEO do futebol. Eu penso que há uma barreira que a função (gerente de futebol) encontra para se propagar no futebol brasileiro é a terminologia. Dentro do que eu acredito, existe tanto a figura do diretor executivo quanto a do gerente de futebol, que desempenham cargos e funções diferentes - completou.
Entre 2005 e 2007, Felipe Ximenes atuou como auxiliar técnico do Fluminense, trabalhando com nomes como Oswaldo de Oliveira, Renato Gaúcho e Jorginho. Em 2008, o dirigente passou a trabalhar como gerente de futebol do Tricolor e apontou a diferença entre estar presente nas quatro linhas em todos os treinamentos e nos jogos, e de ficar mais "afastado", ocupando a função de dirigente.
- Quando se está do lado de fora do campo, existem algumas situações que são positivas, como conseguir enxergar melhor os problemas. Mas tem a situação ruim que é perder o contato diário com os jogadores e a comissão técnica dentro do campo, que é realmente onde as coisas acontecem. Eu penso que, o ideal é ficar em uma posição que perca o mínimo possível desse contato com os atletas no dia a dia. - destacou.
Felipe Ximenes foi o gerente de futebol e fez parte do Coritiba entre 2010 e 2013. Nesse período, o Coxa Branca chegou duas vezes seguidas à final da Copa do Brasil e, apesar de ter sido derrotado em ambas, era considerado um dos melhores times do Brasil. Há jogadores daquele plantel que atualmente estão consolidados no Brasil, como Éverton Ribeiro, Vanderlei e Victor Ferraz. O dirigente, apesar de reconhecer um trabalho positivo, prefere não atrelar sua função ao sucesso da equipe.
- É muito difícil falar sobre isso, porque não gosto de colocar na figura do diretor executivo nem a responsabilidade pelo sucesso e nem a culpa do fracasso. Ao longo da minha carreira, já fiz trabalhos que foram muito positivos e que não tiveram resultados dentro de campo esperado e, às vezes, trabalhos que não foram tão bons, mas que acabaram tendo bons resultados. Mas eu considero sim que o trabalho desenvolvido por todas as pessoas envolvidas no Coritiba de 2010 a 2013, sem dúvida nenhuma, é um trabalho de que tenho muito orgulho - afirmou.
Finanças
Nos últimos anos, o futebol brasileiro ficou marcado por gastos exorbitantes e dívidas acumuladas. Agora, vê alguns clubes crescendo em termos financeiros, como Flamengo e Palmeiras. Para Felipe, o poder financeiro será algo significante em relação à conquista de bons resultados.
- Cada vez mais dentro desse modelo de campeonato que disputamos hoje, que é baseado nos pontos corridos, ter um poderio econômico é um grande diferencial. Não é a única coisa que vai fazer diferença, é claro. Porém, é um grande diferencial - bradou.
Por outro lado, o boa condição financeira também aumenta a pressão em torno do clube em relação à títulos e bons resultados de uma forma imediata.
- Como qualquer coisa, temos ônus e bônus. O bônus é contratar e ter dinheiro para ser agressivo no mercado. Já o ônus é a cobrança, que é muito mais alta, e o mercado, quando há uma equipe com renda para investir, que naturalmente aumenta o preço do ativo em questão - explica.
Dirigente com experiência no futebol, Felipe Ximenes passou por diversos clubes ao redor do Brasil. O dirigente destacou as diferenças de trabalhar em um clube do “G12”, considerados os maiores do país, e em times de menor expressão, que, apesar da importância histórica no contexto do futebol brasileiro, não possuem as mesmas condições de competir.
- O grande desafio de um clube como Bahia, Vitória, Coritiba, Náutico e Criciúma, nos quais eu já trabalhei, é conseguir conscientizar o seu público interno da realidade do seu clube naquele momento, porque a maioria dos torcedores e da mídia que se envolve acaba exigindo que sejam tão competitivos com orçamentos completamente diferentes desses dois (Palmeiras e Flamengo) - argumentou.
Ximenes indicou um “manual” para se trabalhar em um clube longe dos holofotes de destaque no Brasil, afirmando que, justamente por essa diferença em relação aos "grandes", é mais difícil de se chegar a um resultado positivo.
- Você precisa ter criatividade, agilidade, relacionamento e credibilidade junto ao mercado para que consiga, com muito menos munição, atingir os alvos que imagina. Sem dúvida, é um grande desafio. É um trabalho estimulante, até porque, num clube como esses, as vitórias devem ser sempre comemoradas - destacou.
Mudança financeira nos clubes brasileiros
Felipe Ximenes trabalhou como gerente de futebol do Flamengo em 2014 e viveu de perto o início da gestão Eduardo Bandeira de Mello, que havia assumido a presidência do Rubro-Negro no ano anterior. A gestão do ex-presidente teve o objetivo de revigorar as contas no clube da Gávea, que, atualmente, possui um dos maiores poderios financeiros do país.
- Toda a equipe que rodeou o Eduardo Bandeira de Mello foi extremamente corajosa, porque realmente conseguiu mudar a situação econômica do Flamengo em seis anos. Dentro de campo, talvez não tenha tido um grande título, mas o Flamengo segue disputando os campeonatos nas primeiras posições, principalmente desde 2013, que foi um ano de dificuldade, apesar da conquista da Copa do Brasil, mas no Brasileiro o Fla não foi tão bem. A partir de 2014, o Flamengo não teve sustos como ocorria no passado. Eles (gestão Bandeira de Mello) foram muito corajosos e tenho certeza de que, mais cedo ou mais tarde, o Flamengo vai voltar às grandes conquistas e a torcida vai saber reconhecer o valor da gestão nesses seis anos - afirmou.
Porém, o dirigente indica que não existe uma “fórmula mágica” ou direção certa para outros clubes que, por ventura, busquem esse caminho de se ajustar financeiramente, já que cada equipe possui diferentes valores envolvendo patrocínios e direitos de televisão. Apesar disso, ele defende que é necessário que todos os clubes brasileiros busquem uma solução para "sair do buraco".
- É muito difícil julgar e falar que uma forma que deu certo em determinado clube pode ser adaptada para outros. A falta austeridade financeira é uma coisa que não cabe mais em nenhum setor da sociedade, e no futebol não pode ser diferente disso. Mas, muitas vezes, existem clubes que não têm condições como as do Flamengo e têm de gerar um volume de receita que o Rubro-Negro acaba gerando. Então, julgar e direcionar a mesma coisa com outros clubes não é uma coisa simples de ser feita, apesar de eu pensar que a estabilidade financeira é uma condição para qualquer pessoa - indicou.
Uma barreira para uma possível remodelação financeira dentro dos clubes seria "controlar" os torcedores, que, por encararem suas respectivas equipes com paixão, provavelmente não saberiam reagir a um provável tempo de vacas magras dentro das quatro linhas, mas de evolução nos bastidores e nas contas bancárias.
- Todos as partes interessadas que estão ao redor do clube precisam ter a consciência dessa situação. A comunicação é muito importante para qualquer time. Conseguir conversar com seu público e fazer com que as pessoas se conscientizem da realidade verdadeira financeira são situações veemente importantes e necessárias para que as pessoas absorvam e comprem a causa do clube de coração, porque o brasileiro, antes de mais nada, é apaixonado por futebol e pelo seu time - afirmou o dirigente.
Futebol brasileiro
A maioria dos clubes brasileiros ainda carrega dívidas milionárias, seja por gestões antigas que fracassaram ou por uso indevido de dinheiro. Sobre a questão financeira delicada, atrapalha o desempenho das equipes nas quatro linhas, Felipe Ximenes não nega que essa relação existe, mas indica que existem outras razões para esse panorama, como o não aproveitamento dos estádios envolvidos na Copa do Mundo de 2014 e uma confederação continental que não dá o suporte necessário para as equipes.
- Eu penso que o futebol brasileiro tem avançado em vários segmentos, em outros, porém, não tanto na velocidade que a gente gostaria. Eu vejo uma movimentação importante da CBF na questão da regulamentação de treinador de futebol, isso é muito importante, o fato de criar certificações nisso. O futebol brasileiro, mesmo quatro anos depois da Copa do Mundo (de 2014), ainda não conseguiu transformar em melhoria de receita para os clubes. O Brasil ainda está muito dependente da fonte de receitas de televisão, e não acho que isso seja positivo, é um ponto que precisamos melhorar. Sem dúvida, a questão financeira acaba impactando na questão técnica do futebol brasileiro. Continuamos produzindo e exportando valores ainda muito cedo, então, se você não tem uma condição financeira positiva, isso acaba prejudicando, mas eu não acredito que seja o único fator que o futebol brasileiro não está no nível técnico que todos gostaríamos. É uma questão que acaba estendendo para o âmbito sul-americano. Não temos uma Conmebol forte como uma Uefa. São fatores. Isso é uma questão bem complexa, mas o futebol brasileiro precisa estar atento para que conseguimos buscar melhorias no esporte - indicou.
O Brasil é o país que mais demite treinadores ao longo de uma temporada no mundo. Muito disso se diz por uma cultura que preza por resultados positivos de forma imediata. Felipe, que admite que a relação entre os técnicos não ocorre na mesma intensidade para dirigentes.
- Eu vejo diretores executivos sendo demitidos, não na intensidade de treinadores, mas isso existe. Os diretores ficaram nessa exposição excessiva, o que acaba fazendo com que eles tenham muitos louros em vitórias e muitas culpas em derrotas. Acho que isso é prejudicial, sim, e uma das questões básicas para que a função de gestor possa funcionar na profundidade que ela exige é uma exposição menor. É prejudicial e espero que esse quadro mude rápido para que a função possa dar a contribuição que o futebol brasileiro precisa - completou.
Ainda em relação à qualidade técnica do futebol brasileiro em geral, Felipe Ximenes afirma que não se pode colocar nos estaduais - e na consequente pré-temporada em um curto período - e no calendário organizado pela CBF a culpa para a realidade vivida no esporte em solos tupiniquins.
- Já tivemos algumas experiências nos últimos anos com férias consecutivas de 30 dias, anos de Copa das Confederações, em 2013, e Copa do Mundo, em 2014 e 2018, algumas paradas, possibilitando uma intertemporada. São questões que precisam ser inerentes ao nosso futebol e calendário, mas nunca podem ser colocadas como razão de resultados positivos e nem motivo de resultados negativos.
O dirigente prefere não opinar sobre uma possível remodelação de datas dos estaduais.
- É uma questão muito difícil, até porque, muitas vezes, o calendário brasileiro é pensado para equipes de Série A e B. Temos um futebol com mais de 30 mil atletas empregados, o mercado dos estaduais é extremamente importante para pais de família, então não podemos tratar de uma forma superficial essa questão. O calendário precisa ser tema de conversa, mas temos que tomar muito cuidado de falar simplesmente em acabar Estadual. Tem coisas muito mais complexas por trás disso - ratificou.
Experiências pessoais
A última passagem de Felipe Ximenes como gerente de futebol do Goiás, há dois anos. O dirigente afirmou que não foi procurado por nenhuma equipe para exercer um papel na equipe de futebol em 2019, mas que está sempre atento ao que acontece no mercado.
- O mercado está aberto, a gente naturalmente recebe consultas, às vezes recebe convites, analisa e aceita ou não. Eu, como qualquer profissional de mercado, estou atento ao que acontece, mas sempre torcendo que os clubes que já tenham pessoas para essa função consigam desempenhar isso da melhor maneira. Mas não tive nenhum convite oficial para 2019 - indicou.
Mesmo longe da função de gerente de futebol, Felipe Ximenes não fica longe do futebol, já que um é dos palestrantes da CBF Academy, curso organizado pela instituição que rege o futebol no país que busca o aperfeiçoamento dos treinadores. Em dezembro de 2018, data em que completou dez anos na equipe da organização do curso, o dirigente esteve em contato com praticamente todos os técnicos da Série A e B, que buscavam a “Licença PRO”.
- É muito rico, é uma oportunidade importante. Desde que perdemos o Futcom, que era uma iniciativa do Carlos Alberto Parreira, que acaba sendo um grande encontro, perdemos um fórum onde podíamos falar sobre o esporte. Então, acaba que a CBF está preenchendo essa lacuna extremamente importante deixada pelo término da Futcom. É rico, podemos discutir o futebol brasileiro, trocar experiências e trocar essa energia entre as funções de treinador e diretor executivo. Esse ano (2018), eu praticamente tive a oportunidade de conversar com todos os treinadores do futebol brasileiro e tenho certeza de que foi um aprendizado muito grande - alegou.
Felipe Ximenes reconheceu que é importante que os treinadores tenham o objetivo de capitalizar seus conhecimentos. Além disso, o membro da CBF Academy afirma que será necessária a licenciação de treinadores que queiram disputar os mais diversos campeonatos no Brasil no futuro.
- Eu acho que é uma questão de sobrevivência. Qualquer profissional no futuro que queria disputar campeonatos brasileiros e sul-americanos vão precisar se licenciar, e isso é um caminho sem volta que a gente precisa estar atento. Eu basicamente falo sobre a gestão específica do futebol, sobre o funcionamento do departamento e as funções de todos os profissionais envolvidos nesse setor - confessou.
Mercado da bola
No começo de ano, é comum notar que muitos clubes observam o mercado para melhorarem seus elencos. Felipe, por ser um dirigente com rodagem, possui noção que sua função dentro de um clube é essencial na busca por reforços. Ao ser perguntado sobre qual clube brasileiro contratou até aqui, adotou uma postura cautelosa, mas elogiou uma equipe e a manutenção de treinadores.
- É muito difícil analisar isso. Eu vejo que isso já é conhecimento de todo mundo, o Palmeiras vem sendo um fator importante no mercado, ele é o atual campeão brasileiro e está já está reforçando o elenco, a partir do pedido do treinador (Luiz Felipe Scolari) e do Alexandre Mattos. A competitividade do futebol brasileiro não nos permite colocar que um time ou outro esteja à frente - escolheu.
- O Santos, por exemplo, contratou o (Jorge) Sampaoli, o Flamengo contratou o Abel (Braga), então temos movimentações importantes no mercado... A manutenção do Mano no Cruzeiro, o Levir no Atlético-MG, o Internacional, que fez uma bela campanha no ano passado, o Grêmio, que sempre vem forte. O Campeonato Brasileiro é a nossa Champions League, não tenha dúvida disso - completou.
O dirigente complementou sua fala, indicando que as contratações são julgadas antes mesmo de estrearem, o que pode gerar um tratamento diferente a partir do rendimento do jogador dentro de campo.
- Contratações são julgadas como boas ou ruins antes de começar a temporada, mas no final essa avaliação muda completamente. É preciso deixar a bola rolar para a gente entender o que vai acontecer - afirmou.
Destaques de 2018
Em sua página oficial no Facebook, é possível ver muitos comentários sobre o andamento do futebol no país, principalmente sobre o Brasileirão e as competições internacionais da América do Sul, a Libertadores e a Copa Sul-Americana. Assistidor assíduo do esporte, Felipe Ximenes escolheu, na sua visão, os dois jogadores de destaque no Brasil no ano passado.
- Eu gostei muito do campeonato que o Dudu fez no Palmeiras. Ele realmente se fortaleceu como um grande jogador e, até com essa aquela versão carnal, como um clube como o Palmeiras tem. O Éverton Ribeiro, no Flamengo, pôde, principalmente na segunda metade do ano, mostrar toda a qualidade que tem, ele é um jogador que tenho muito orgulho de ter levado do São Caetano para o Coritiba em 2011 e ter apresentado, junto com todo o clube, esse jogador para o mercado, eu acho que ele teve um grande desempenho - citou.
Em termos de equipes, Felipe Ximenes focou suas atenções em times que tiveram sucesso no ano passado, seja por conquistarem títulos e/ou conquistarem vagas em importantes competições no cenário sul-americano.
- Eu gostei muito do Athletico Paranaense, que conseguiu, juntamente com o comando de Tiago Nunes, estruturar um bom campeonato, quase que eles conseguem uma vaga na Libertadores (via Brasileirão) e foram campeões da Copa Sul-Americana. Não podemos deixar de citar tanto o treinador Tiago quanto o clube Athletico Paranaense - indicou.
- O Internacional também fez uma bela campanha, o Grêmio conseguiu manter mais um ano disputando os campeonatos em uma faixa superior da tabela. São clubes que não podemos deixar de citar, além do Fortaleza, que fez uma campanha que resultou no título da Série B - completou.
Discussão tática
Ao elogiar o Athletico Paranaense de Tiago Nunes e o Fortaleza de Rogério Ceni, Felipe Ximenes indica seu gosto pessoal para equipes que gostam de ter o controle da bola, algo que não se tornou comum na maioria das equipes do futebol brasileiro, indicando um apreço pelo Barcelona de Pep Guardiola.
- Eu gosto da posse de bola, mas gosto dela com objetividade, a posse de bola simplesmente por tê-la não é justificativa. Talvez o grande precursor disso foi o Barcelona do Guardiola, era um time de posse de bola, mas com objetividade. Me admira sim o futebol bem jogado - citou.
O ano de 2018 talvez tenha sido marcado por uma explosão da discussão da parte tática e de esquemas de jogo em vários âmbitos da mídia. Além de veículos tradicionais, sites alternativos, como o Footure FC e o MW Futebol, surgiram e logo tomaram a cabeça de uma parte dos torcedores. Felipe Ximenes, por sua vez, indica que a discussão tática é necessária, mas que deve ser colocada com uma linguagem simples para o criador do conteúdo e o público.
- É muito importante a discussão tática, mas temos que tomar cuidado, que, às vezes, só o fato da gente passar a discutir no momento, às vezes parece que nos destina saber do futebol brasileiro anterior às essas discussões com terminologias mais científicas. Existe muito saber no futebol brasileiro, e conseguir encontrar pontos de convergência do futebol, adquirindo uma prática com o conhecimento científico, com consequência em uma discussão mais científica do futebol, pode ser o grande ponto de inflexão que o futebol brasileiro precisa passar para que voltemos às grandes conquistas - admitiu.