Ferj não vê torcida única como solução para diminuir violência nos estádios
Rubens Lopes, presidente da Federação, também se posiciona contra decisão tomada pelo Ministério Público
A decisão de executar clássicos no Rio de Janeiro com torcida única não é a melhor forma de diminuir a violência nos estádios. O presidente da Ferj, Rubens Lopes, é contra decisão tomada pelo Ministério Público e acredita que o grande problema não está dentro, mas fora dos palcos do futebol. Confira o posicionamento oficial da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro.
"Tomei conhecimento da decisão estabelecendo torcida única nos clássicos sob pena de multa diária de R$ 30 mil e tendo, inclusive, que mudar o regulamento. Vamos cumprir enquanto a decisão estiver prevalecendo. Entretanto, continuamos com a opinião de que não é isso efetivamente que vai influir na violência nos estádios. No interior, a prevalência e a incidência de atos violentos são insignificantes estatisticamente. O grande problema está fora dos estádios, às vezes até a quilômetros de distância quando acontecem atos de vandalismo. Então, eu imagino que essa medida não traga grandes contribuições. Pelo contrário. Pode acirrar uma insatisfação daqueles que são sociopatas, que não têm direção, sem limites, que podem fazer emboscadas para outras torcidas em trajetos, na saída ou chegada dos estádios. Penso que a solução efetiva e eficiente deve sair de um entendimento com os envolvidos. Não só o judiciário. Mas Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal, clubes, com todas as pessoas envolvidas no planejamento para ver se conseguimos reduzir o risco. Há muito anos a Federação de Futebol do Rio luta pela paz no futebol. Já fizemos inúmeras reuniões sobre o assunto, debatemos inclusive no Tribunal de Justiça, que tem uma comissão constituída para o assunto. Mas de qualquer forma é uma decisão judicial e vamos cumprir incontestavelmente no momento"