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Gestão Esportiva na Prática: O desafio da aposta legal e o preço da imaturidade no futebol

Demonizar casas de apostas é enxugar gelo

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imagem cameraTorcida em jogo da Seleção Brasileira (Foto: Nelson Almeida/AFP)
Autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, esse texto não reflete necessariamente a opinião do Lance!
Dia 22/04/2025
17:44

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O recente episódio envolvendo o atacante Bruno Henrique e seu suposto vínculo com casas de aposta reacende uma discussão que o futebol brasileiro insiste em tratar de maneira superficial: o problema não está nas apostas em si, mas no uso indevido delas. Demonizar as casas ou pregar sua extinção é enxugar gelo. É como proibir a venda de bebidas nos estádios acreditando que isso resolverá a violência, ou queimar o sofá onde se flagrou um adultério, como se o móvel fosse o culpado.

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Bruno Henrique -FLAMENGO X VASCO - Brasileirão 2024
Caso de Bruno Henrique reacende discussão (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)

Aliás, já tentamos esse caminho antes. Proibimos cerveja nos estádios, interditamos torcidas organizadas, como se a raiz da violência estivesse no copo ou na faixa. Resolvemos? Longe disso. As brigas seguiram, os confrontos migraram para as ruas, para os postos de gasolina, para os trens. Atacamos o sintoma e deixamos a doença intacta.

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Marginalizar casas de aposta não é solução


No caso das apostas, o risco é o mesmo. O Brasil passou anos convivendo com o jogo ilegal, com bancas clandestinas e sites não regulamentados atuando à margem da lei. A regulamentação recente, embora imperfeita, representa avanço. Ignorar isso seria retroceder. A proibição só alimenta o mercado paralelo, sem controle, sem fiscalização e sem retorno social.

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O caminho — e ele é árduo — sempre passa pela educação continuada de atletas, dirigentes, torcedores e jovens em formação. É preciso ensinar, com clareza, os limites éticos e legais da relação com o universo das apostas esportivas. Atos ilegais, como manipulação de resultados e apostas feitas por quem atua na competição, devem ser punidos com rigor, mas sem histeria, sem soluções fáceis para problemas complexos.

É natural que se apure com seriedade o caso de Bruno Henrique, garantindo-lhe amplo direito de defesa. Mas que não se confunda o combate ao crime com caça às bruxas. O futebol brasileiro precisa, enfim, aprender a lidar com as questões do mundo moderno com maturidade. Ou seguiremos queimando sofás, achando que o problema mora neles.

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