Governo de Minas quer evitar que o Mineirão vire ‘Elefante Branco’ e cria comitê para resolver impasse
Imbróglio entre gestora do estádio e o Cruzeiro desencadeou uma crise e questionamentos sobre o contrato de Minas Gerais com a concessionária
O Governo de Minas Gerais vai criar um comitê para solucionar o impasse entre a Minas Arena, atual gestora do Mineirão, e os clubes, América-MG, Atlético-MG e Cruzeiro, sobre o uso do estádio, que atualmente tem sido criticado pelo excesso de eventos artísticos e menos partidas de futebol.
O comitê vai fiscalizar as datas dos eventos fora do futebol que acontecerão no Mineirão agendados pela concessionária. Segundo o secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais, Fernando Marcato, o grupo formado deve receber, para os 12 meses seguintes, todas as atividades e eventos que serão realizadas no Gigante da Pampulha.
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De acordo ainda com Marcato, o grupo formado poderá "fazer questionamentos, comentários e pedir esclarecimentos para que seja possível harmonizar eventuais interesses comerciais, de shows, por exemplo, e outras atividades desenvolvidas no Mineirão com a atividade desportiva".
O Governo de Minas Gerais está em contato com os clubes e, por meio de ofício, pediu que houvesse a nomeação dos representantes que irão compor o comitê, para que as deliberações comecem imediatamente.
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O contrato do Estado com a Minas Arena foi assinado em 2010, quando houve o início das obras de revitalização do estádio para a Copa do Mundo de 2014. No acordo, a Minas Arena tem o direito de administrar o Mineirão até 2037. Esse prazo está na mira do governo e o secretário quer uma revisão da quantia paga pelo governo mineiro à concessionária.
- Há um proposta para revisão desse contrato, em especial, com redução dos pagamentos que são feitos por parte do Estado. Isso já foi solicitado e estamos aguardando a Minas Arena nos dar um prazo para o envio dessa resposta - disse Marcato.
Cruzeiro 'fora' do Mineirão
Após pedir a alteração de local no clássico contra o Atlético-MG, a gestão de futebol do Cruzeiro, na figura de Ronaldo Fenômeno, revelou que o time não mandará jogos no Mineirão em 2023. O ex-atacante disse que a relação com a Minas Arena está rompida.
- Esse ano damos como rompida a nossa relação com Minas Arena. Não jogaremos no Mineirão este ano. É um problema que o governo do Estado vai precisar resolver - afirmou o executivo, em live no seu canal da Twitch.
A partir daí, o Governo de Minas entrou em ação para apaziguar os ânimos e tentar achar uma solução para o caso. Minas Gerais desembolsa, em média, R$ 4 milhões por mês, com o estádio, seguindo o contrato feito em 2010.
A Minas Arena já se manifestou e quer tentar se aproximar da Raposa, pois diz que não tem como o estádio existir sem o futebol.
- Nós nunca fizemos esse planejamento. Para a gente, é impensável ter o Mineirão sem futebol. Então, nossa luta vai ser trazer o Cruzeiro, mostrar que o Mineirão é multiplicador de receitas - disse Samuel Lloyd, diretor comercial do Mineirão.