Guarani poderá pagar até R$ 1 milhão por dívidas com 15 jogadores
Grupo de ex-jogadores do clube campineiro que atuaram na Série C, junto ao Sindicato dos Atletas, se mobiliza para reaver o pagamento de acordo feito com o Bugre
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Formado por dezesseis membros, o grupo "Ação contra o Guarani F.C." no WhatsApp está movimentado.
O grupo foi formado por quinze jogadores que atuaram pelo Bugre na última Série C do Campeonato Brasileiro e tiveram seus contratos rescindidos após o final do campeonato. A reclamação por parte deles é uníssona: o Guarani está devendo os salários de setembro e outubro, além de férias, 13º salário e FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
O contrato da maioria desses atletas iria até o dia 30 de novembro. Como o Guarani foi eliminado da Série C no fim de setembro, houve o pedido de rescisão dos vínculos por parte da diretoria. Pelo papel, o Bugre deveria pagar os salários até novembro, porém foi feito um acordo com os jogadores, que aceitaram não receber o dinheiro referente ao 11º mês do ano.
- Queríamos receber só o trabalhado. Não cumpriram com nada. Todo mundo que assinou a rescisão tem documento para provar. Fizeram sacanagem. Infelizmente, a rapazeada está passando necessidade. A gente fez tudo à risca. Não deixamos de trabalhar, não temos culpa de não se classificar - afirma o goleiro Rafael Santos, um dos participantes do grupo, ao LANCE!.
Dentro deste acordo, o Guarani pagaria os salários de setembro e outubro, além de férias, 13º salário e FGTS. Mas o clube não depositou as dívidas até agora. A primeira data combinada para o pagamento foi 10 de outubro, porém o dinheiro não caiu na conta. As promessas também ocorreram em 15 e 20 de novembro. O desfecho foi o mesmo. Os quinze ex-jogadores do Guarani ainda não receberam o que, por direito da lei, deveriam receber.
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Uma das reclamações dos jogadores é que os atletas que possuem contrato para disputa da Série A2 do Paulista de 2016 estão recebendo o pagamento em dia. Há relatos que os novos contratados do clube estão recebendo dinheiro em mãos dos diretores do clube para assinarem o vínculo.
De acordo com Filipe Rino, advogado do Sindicato de Atletas Profissionais do Estado de São Paulo, que está cuidando do caso, o valor total que o Guarani pagaria ao grupo de atletas era de aproximadamente R$ 500 mil se houvesse cumprido o acordo. Como não arcou com o prometido, a dívida do clube pode chegar a R$ 1 milhão, afinal há multa por atraso quando não se faz o pagamento imediatamente após a rescisão do contrato, como é visto nos artigos 467 e 477 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
O advogado relata que o clube foi notificado das pendências com os atletas. A resposta do clube foi que não havia dinheiro para fazer o pagamento e que deveria ser procurada a Justiça do Trabalho para fazer a liberação dos débitos.
Na próxima segunda-feira, ao menos, haverá um desfecho real. o grupo formado por Rafael Santos, Anderson Cavalo, Diego Clementino, Eric, Fernandinho, Gladstone, Guerra, João Henrique, Jonas, Jonathan, Erik Mamadeira, Pacheco, Pitty, Raoni e Serginho promete entrar com a ação na justiça, mostrando a documentação do acordo pela falta de pagamento.
- A gente montou o grupo para ficar sempre antenado. Se pagasse um, pagaria os outros. Vamos decidir tudo juntos, para ver que estamos unidos, que queremos igual para todos. Conseguimos fazer com que todos os jogadores fizessem os documentos. É uma manifestação nossa. Não vai ter mais acordo. O presidente não responde, não falam conosco - disse Rafael Santos, que já teve passagem pelo Corinthians e que defenderá o Madureira em 2016.
Waldir Lins, o superindente de futebol do Guarani, afirmou que os "acordos foram feitos, mas que o assunto deveria ser falado com a parte jurídica". A área jurídica do clube não respondeu aos chamados do LANCE!.
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