Identidade própria e força além do nome: conheça a reformulação visual do Flamengo de Guarulhos
Após mudança no departamento de marketing, clube paulista modificou <br>escudo e uniformes para mostrar que tem uma marca sólida
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Juventus, Manchester City, Chelsea... Esses são alguns dos exemplos de clubes que reformularam seu visual e alteraram escudos e uniformes. Nessa linha, o Flamengo de Guarulhos também entrou nesse meio e, após mudança do departamento de marketing, o clube paulista decidiu modificar sua identidade.
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Lucas Bricker, diretor de marketing e responsável pela reformulação visual, acredita que a mudança é importante para atrair novos patrocinadores e mostrar que o Flamengo de Guarulhos é forte por si só.
- Não que seja importante se desvincular do Flamengo (RJ), mas é importante ter uma identidade própria, uma marca sólida e mostrar a força que temos independente do nome vinculado. A história do Flamengo tem ligação com o do Rio de Janeiro e isso é irreparável e sempre iremos respeitar. O principal ponto positivo é a abertura de portas para patrocinadores e novos torcedores. Com uma nova identidade, sem dúvidas terá uma maior adesão - destacou.
Para Bricker, a ideia foi de dar uma nova esperança aos torcedores, mas apesar disso, alguns poucos conservadores ainda vão contra à ideia.
- Eu assumi o clube no fim do ano passado e a intenção foi começar este ano renovado, dar um ar de esperança aos torcedores. Tivemos um ano difícil pela pandemia e pelas metas que não foram atingidas. O clube precisava de um ar novo, de uma nova forma de mostrar sua marca e foi essa a proposta - apontou.
- A torcida gosta de mudanças e sempre foi muito exigente, fizemos a nova identidade baseada em muitos fatores que a nossa torcida já vinha sinalizando, ficou mais fácil acertar e acredito que foi positivo tanto pra eles quanto pra nós. Apesar disso, alguns torcedores mais conservadores e resistentes são contrários. Nunca é bom conflitar, ainda mais que estamos em busca do mesmo ideal - completou.
Com tudo já lançado, Bricker explicou quais são os próximos passos até as vendas oficiais.
- O passo imediato agora é a aprovação do Conselho Deliberativo do clube, que será nos próximos dias. Após isso, começará a confecção do novo material esportivo e a oficialização da nova marca em todas as plataformas do clube. Em 45 dias, no máximo, teremos site, loja virtual e todo material sendo vendido para o Brasil inteiro.
Para Caio Soler, presidente do Flamengo de Guarulhos, a ideia já vinha sido discutida há algum tempo. De acordo com ele, o momento certo era agora.
- Gostamos muito da proposta apresentada, que já vinha sido discutida há um tempo. Com a reformulação do departamento de marketing, isso se tornou possível. Tomamos todos os cuidados com relação ao estatuto do clube e uma das condições seria ouvir a opinião do nosso torcedor. A aceitação tem sido muito grande, maior até do que o esperado. Com certeza conseguimos agradar a maioria. Vamos continuar trabalhando para que os torcedores estejam cada vez mais próximos do clube.
Adriano Ávila, designer gráfico, fundador do Portal Futbox (Centro de Pesquisa Gráfica sobre Futebol), desenvolvedor da metodologia 3TS (que trabalha com identidade visual dos clubes) e especializado em gestão de marcas, acredita que a mudança só terá pontos positivos ao Flamengo.
- Identidade própria significa conteúdos e comunidades próprias, dois dos mais importantes valores para um clube de futebol ou qualquer marca, de qualquer segmento, em 2021. Além disso, a possibilidade de mapear de forma dinâmica e precisa os resultados comerciais em relação às suas ações de marketing, desempenho esportivo e campanhas sociais - iniciou.
- Efetivamente existem apenas pontos positivos nesse caso em específico. O rebranding do Flamengo de Guarulhos marca o ponto de virada na gestão do clube, pois cria uma identidade visual própria que poderá enriquecer todas as suas ações institucionais, físicas e digitais, e alimentar sua geração de conteúdo nas redes sociais de uma maneira mais eficiente na captura da atenção e engajamento dos seus torcedores, uma vez que a partir de agora, ele não será mais confundido com o Flamengo do Rio.
- Uma possível rejeição à mudança por parte dos mais tradicionais pode acontecer, mas isso é normal e provavelmente será em escala muito reduzida. As reações no Twitter, por exemplo, estão super positivas em relação ao novo escudo e, consequentemente, nova marca do clube. Esse caso do Flamengo de Guarulhos foi muito similar ao projeto que desenvolvemos para o Atlético Goianiense, o seu novo escudo, utilizado desde o início do ano passado - finalizou.
Ainda de acordo com Ávila, a busca do Flamengo de Guarulhos é pela identidade visual e penetração comercial.
- Busca duas coisas fundamentais e complementares: sua identidade, além da visual, e fortalecer sua penetração comercial nos ambientes digitais. Em relação ao primeiro objetivo, o torcedor contemporâneo possui valores e comportamentos distintos do torcedor do século XX. Ele pode mudar de time, algo impensável para alguém com mais de 40 anos, pois muitas vezes ele segue o craque, o ídolo, e não necessariamente o clube. Isso é uma fator a mais para se debruçar na elaboração de campanhas e ações de marketing nos tempos atuais. Em relação ao segundo objetivo, o clube precisa ser percebido nas multitelas, isto é, ser identificado pelo torcedor e demais parceiros comerciais de uma forma mais fácil e rápida, pois o usuário está assistindo a uma partida de futebol pela TV, tablet ou celular, acessando suas redes sociais pelo smartphone e vendo o YouTube também, além de conversar com os amigos no WhatsApp, tudo ao mesmo tempo.
- Soma- se a isso os desdobramentos fora do estado ou até mesmo em outros continentes, pois o concorrente de um grande clube brasileiro não é mais apenas o rival da cidade, é o Barcelona, o Real Madrid, o Bayern de Munique, o PSG, a NBA, NFL, etc. Essa globalização eleva o nível de exigência dos torcedores e investidores em relação à qualidade da comunicação, design e identidade visual dos clubes e, o mais importante, os impulsiona fora das 4 linhas também, pois eles são marcas e marcas precisam se posicionar politicamente. Outro ingrediente teoricamente novo para alguns dirigentes brasileiros: o clube é um agente de inclusão social por meio do esporte e o seu valor de mercado é referente ao tamanho da sua torcida, ponto mais relevante do que o número de conquistas ao longo da história, por exemplo.
*Sob supervisão de Leonardo Martins
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